Capítulo 33

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Enquanto eu comia na cozinha fiquei pensando no que tinha acontecido, ou melhor, tentei entender o que aconteceu e foi quando eu lembrei que deixei o Digo na cozinha por uns instantes e logo depois eu voltei e ele já tinha sumido, o sangue... A dor... O meu lençol sujo... Eu não queria pensar naquela possibilidade... Ele não podia fazer isso comigo... Não ele não faria isso... Só de pensar no que ele tinha feito eu fiquei transtornado, nem pensei direito e peguei um copo e taquei na parede fazendo um barulhão e logo a Jake apareceu sozinha preocupada com o barulho.

J:Kadu o que aconteceu, agente se assustou com o barulho de algo quebrando.

K:Não foi nada eu que quebrei um copo, e o Alan?

J:Com a sua mãe, mas o que foi... Por que você esta chorando?

K:Nada não pode deixar que eu limpo aqui.

A Jake me conhecia bem e ela sabia que algo muito grave havia acontecido para eu estar daquele jeito, então eu me sentei no chão perto da mesa e fiquei chorando de decepção, de raiva e um monte de sentimentos ruins que tomava conta de mim, eu tinha vontade de pegar uma faca e enfiar bem no coração daquele desgraçado (quando fico puto fico pensando em matar alguém, mas sempre foi coisa de momento, jamais faria isso), a todo instante tentava entender o porque min há vida era regrada a dor e tantos outros desastres que podia acontecer com uma pessoa, poxa eu não era uma pessoa má, sempre ajudei sem esperar nada em troca, até doei uma parte de mim pra salvar ele e é assim que ele retribui...Eu sei que eu não sou santo e nem exemplo de uma pessoa perfeita, não sou bonito e nem atraente, mas acredito que posso fazer alguém feliz ao meu lado ou pelo menos posso e tenho direito de ser, mas parece que estou sendo castigado com todas as tragédias do mundo em cima de mim, o que será que eu fiz pra merecer isso?

Durante todo esse pensamento eu chorei e chorei muito, não tenho vergonha de admitir e nem serei menos homem por isso, foi então que me veio a mente o rostinho do Miguelzinho, a minha mãe e por fim a Daniela... Eu estava com uma ideia na cabeça que se eu fosse seguir em frente poderia desestabilizar e destruir a "família perfeita".

Me levantei e fui ao lavabo e lavei o rosto e precisava me recompor e esperei por um tempo, porque precisava me acalmar, então eu fui ao meu quarto e de lá eu liguei para o Deivison.

D:Oi.

K:Deivison, preciso de um favor.

D:Diga.

K:Eu preciso que você venha aqui em casa e leve todo mundo pra sair ou fazer alguma coisa, porque eu preciso conversar com o meu irmão sozinho.

D:Mas por que você mesmo não pede.

K:Só faz isso Deivison depois te explico. Leva elas para a sua casa, sua mãe ainda não conhece o Alan então pode ser uma oportunidade.

D:Ta bom , você que sabe, mas depois quero saber tudinho.

K:Ta não demora.

D:To indo.

Depois de falar com o Deivison fui para a sala esperar ele, que nem demorou muito já chegou distribuindo simpatia e convidado todo mundo para ir na casa dele, que a mãe dele tinha convidado, nem prestei atenção na conversa só vi elas indo com ele e por sorte o digo tinha ido para o quarto tomar banho e então quando elas saíram eu tranquei a porta da sala e esperei ele sentado no sofá e com tudo em silencio e após pouco mais de vinte minutos ele me aparece de bermuda e camiseta cavada, mas na hora eu nem o vi pensando com a cabeça de baixo.

D:Uai que foi, kade todo mundo?

Na hora eu demorei a responder por que tentava encontrar as palavras certas para falar, mas a raiva era tanta que eu fiquei mudo e só tremia muito, então eu me levantei e fique de frente para ele.

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