Capítulo 5

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Drake. O que ele estava fazendo? Já vi em alguns ligares que o pentagrama tem grande relação com o demônio mas o Drake? Certamente é ele, ele que é o culpado das coisas que estão acontecendo comigo. Nunca deveria ter deixado ele entrar em minha casa, nem mesmo podia ter falado com ele.

Não consigo dormir mais depois do que vi. No dia seguinte, resolvo levantar mais cedo para não dar de frente com Drake.

Pretendo ficar o mais longe possível dele. Claro, que não completamente, afinal somos vizinhos.

Abro a porta e ele já está a minha espera. Tomo um susto.

- Acordou cedo hoje! - ele duz irônico.

- É você também né. - digo me afastando dele.

- Quer companhia? - ele pergunta.

- Não obrigada. - pego o elevador.

- A gente tá indo pro mesmo destino, querendo ou não eu vou te fazer companhia. - ele diz sorrindo.

- Me deixa. Eu não quero mais me aproximar de você. Você está me fazendo mal. - grito.

- Não sei do que está falando. - ele diz calmo.

- Eu vi ontem. Na madrugada, você com aquelas velas e símbolos. Eu sei o que aquilo quer dizer. - eu grito.

- Não sabe o que diz. Você está louca e tá afastando os seus amigos de você. - ele grita.

- Aham. Eu vi com meus próprios olhos.

- Não quero que você entre na minha casa. - ele grita.

- Quero só saber o que seu pai acha disso, - eu digo. - se bem que ele também deve fazer pacto com o demônio. - completo.

- Ele está morto! - ele diz, desta vez com voz baixa.

- Provavelmente, você vai ter o mesmo fim que ele. - digo.

Vou fazendo o meu caminho até a escola com passos Mais rápidos pra não falar com o Drake.

Encontro com a Lucy no meio do caminho.

- Oi, Bia. Cadê o Drake? - ela pergunta sorrindo.

- A gente tem que se afastar dele. - digo nervosa.

- Por quê? - ela fica tensa.

- Acho que ele é o garoto que matou o pai. Ele sempre me disse que o pai dele era muito ocupado, mas eu nunca vi. E pensa comigo, a idade bate certinho. - digo.

- Meu deus! - é o que ela consegue dizer.

- Ontem, ouvi barulhos e fui ver o que era. No chão da sala dele tinha um pentagrama enorme e tinha velas acendidas e ele estava sentado bo chão de olhos fechados segurando uma vela. - digo nervosa.

- Você tem que sair daquele apartamento. - ela diz.

- Eu sei. Mas os meus pais não acreditam em mim. Estavam pensando até em procurar um psicologo. - lamento.

- Converse com o psicologo. Quem sabe ele não te intende. - ela opina.

A aula parece correr bem, se não fosse a ideia de Drake estar me olhando fixamente. Que merda que está acontecendo.

Meu caminho de volta pra casa foi normal mas tudo começa a piorar quando entro em casa.

Há uma mulher baixinha de cabelo vermelho e saia até o joelho. Ela aparenta ter uns 40 anos ou mais.

- Filha, chegou da escola. - minha mae diz.

"Não tô lá ainda!" penso.

- É mãe. Não vai me apresentar a visita? - pergunto.

- Ela é sua psicóloga. - ela diz alegremente.

- Prazer em te conhecer. - a mulher diz.

- Mãe. E você nem me fala nada. Que tipo de pessoa é você? - digo irritada.

- Filha. Eu só estava evitando um escândalo, por que eu sabia que você não ia aceitar. - minha mãe justifica.

- Podia ao menos arranjar alguém mais jovem, né. - nem ligo que a mulher esteja nos ouvindo.

- Senta aqui, menina. Vamos conversar. - a mulher diz calmamente. - meu nome é Eugenia.

Mesmo não concordando com a ideia, sento ao lado dela.

- Sei que está passando por alguns problemas, mas confie em mim, eu vou te ajudar. - ela diz serena.

- Não tenho problema nenhum. Meu vizinho que tem. Ele é um satanista. - digo encarando a mulher.

- Menina, não fale isso. Não pode falar essas coisas dos outros. Quero que me conte sobre você.

- Bom, minha vida parecia que estava melhorando com a ideia de vir pra Seattle. Mas depois que eu conheci o Drake, começou a acontecer coisas comigo. Estou ouvindo vozes me dizendo que eu vou morrer e as vezes vejo vultos e a figura de um homem de rosto deformado. Pesquisei na internet e descobri que foi no apartamento daqui de frente que o Drake matou o pai com marteladas.

O olho da mulher se arregala e ela se levanta. Pude ver em seus olhos medo que estava sentindo.

- Desculpe. Não posso continuar. - é a única coisa que ela diz.

Fecho a porta e até a minha mãe está sem entender o que aconteceu.

- Bia. O que você fez? - ela pergunta.

- Eu nada. - respondo rindo.

O Apartamento 202/ #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora