Último Capítulo

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Acordo em um lugar que aos poucos vou reconhecendo. É o apartamento da Kate, mas não sei como e quando vim parar aqui. A última coisa que me lembro era da minha mãe estar me enforcando e depois eu desmaiar.

Minhas mãos e pernas estão amarradas e tenho uma fita cobrindo minha boca. Estou sentada no chão e quando olho pro lado, a Kate está na mesma situação que eu.

A porta se abre, revelando a minha mãe, com uma faca na mão e um sorriso doentio nos lábios.

Olho pra Kate sem entender e a mesma me olha com lágrima nos olhos.

Minha mãe se aproxima e se abaixa até mim, tirando a fita da minha boca. Ela puxa com bastante força, o que me faz reclamar.

- Mãe, o que você fez? - pergunto sem entender.

- O que eu fiz? O que eu vou fazer é o que interessa. - ela responde.

- O que vai fazer? - pergunto com medo da resposta.

- Simples, eu vou matar você, seu irmãozinho, aquele trouxa metido a seu pai e consequentemente a sua amiguinha. - ela explica.

Nesse momento estou a chorar litros, aquela não é minha mãe, não é ela. Quero só saber onde estão o Jeff e o Noah a esse momento, será que eles estão bem?

- Aliás, seu papai e o Noah estão vindo pra cá a um momento desses. - ela diz.

Minha mãe tira a fita que cola a boca da Kate e finalmente ela pode dizer alguma coisa.

- Kate, como ela entrou aqui? - pergunto.

- Ela tocou a campainhia e quando vi sua mãe, pensei que tinha feito alguma merda. Quando eu vi que ela queria me amarrar, pensei que tinha feito uma merda maior ainda, mas depois percebi que essa não é sua mãe. Eu tentei lutar contra ela, mas ela começou a me enforcar e eu desmaiei.

- Estava sozinha em casa? - pergunto.

- Minha mãe ta de plantão. - ela esclarece.

"Sua mãe sempre está de plantão" penso em dizer, mas esse não é o momento.

- Calem a boca! - minha mãe grita.

Meu pai aparece na porta junto ao Noah e tento fazer um gesto com a cabeça indicando pra sair mas já é tarde, minha mãe já os viu.

Eu não sei como, mas com apenas um movimento das mãos, ela os joga contra a parede e o Noah desmaia, porém meu pai não. Ele se levanta mas minha mãe vai em sua direção e o imobiliza, o amarrando e o jogando ao meu lado. Ela faz o mesmo com o Noah.

O Jeff está impaciente, tentando sair do nó das cordas que o amarra tão forte a ponto de ferir.
- Pai, para. - peço.

- Eu tenho que sair daqui, não por mim, mas por você. Eu seria capaz de tudo pra te salvar. - ele diz e aquilo toca meu coração. 

- Tão bonito... - minha mãe debocha, batendo palmas. - Pena que ele não é seu pai de verdade. Que irônico, ele não vai te salvar por que é fraco e o seu pai verdadeiro não vai te salvar por que está morto.

- Você não sabe o que diz! - grito.

- Cala a boca sua vadia! - ela grita me dando um tapa na cara.

Respiro fundo com raiva. Ela pega uma faca e aponta pro Noah.

- Começo pelo pequeno? Ou por você? - aponta pra mim.

- Não! Me mate primeiro! - o Jeff pede.

- Eu posso até te matar mas eles vão morrer de qualquer jeito. - ela justifica com um sorriso no rosto.

O Apartamento 202/ #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora