Capítulo 19

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Acordo e estou em casa, mas tem muitas pessoas, não sei o que ta acontecendo. Sinto alguém passar atrás de mim, mas olho e não é ninguém. Me viro pra frente e tomo um susto, aquela figura deformada de que tenho tanto medo, o pai do Drake.

- Olha só quem veio fazer uma visita. - ele diz.

- Do que está falando? - pergunto.

- Não lembra do que aconteceu? - ele pergunta cínico.

- O que aconteceu? - pergunto impaciente.

- Você sofreu um acidente. Atravessou na frente de um carro. - ele diz rindo como se fosse louco.

Tenho um choque. Não tenho tudo guardado em minha memória. Sei que discuti com minha mãe e fui pra rua.

- Estou morta? - pergunto com medo da resposta.

- Está de coma que é quase a mesma coisa. - ele responde.

- Quem são essas pessoas? - pergunto.

- Estão todas mortas. Você está em um universo paralelo onde os mortos vivem. - ele diz.

- Por que estou aqui? - grito.

- Por que está quase morta. E irá morrer logo. Eu vou adorar ver o Drake chorando e lamentando a sua perda. - ele diz rindo.

- Por que odeia tanto o seu filho? - pergunto.

- Deve ser por que ele me matou. Não é óbvio? - ele diz irônico.

- Ele teve seus motivos e você sabe disso. - justifico.

- Não interessa. O importante é que o meu plano está dando certo. - ele diz cínico.

- Que plano? - pergunto.

- Meu plano é te usar pra poder me vingar do Drake. Se você morrer, ele também morre... De tristeza. Ele não vai querer comer nem sair de casa, ai eu vou matar ele. - ele explica.

- Não é mais fácil matar ele e me deixar em paz?

- Mas isso não tem graça. - ele grita. - agora eu vou terminar de te matar.

Ele corre atrás de mim e eu corro. Muitas escadas aparecem no meu caminho e eu não sei pra onde elas vão, só quero fugir. Entro na primeira porta que me aparece, e fico confusa.

Estou deitada em uma cama de hospital, minha mãe está sentada ao meu lado, chorando e Drake segura a minha mão. Meus olhos se enchem de lágrimas. As máquinas ao lado da cama indicam que meu batimento está muito fraco.

A qualquer momento posso morrer.

- Drake. - chamo mas sei que ele não pode ouvir.

- Você tem que acordar. - digo a mim mesma.

Chego próximo a cama e começo a sacudir o meu corpo na cama.

- Acorda. Você precisa acordar. - grito.

Ouço minha mãe gritar com Drake.

- Chame o médico. - ela diz.

Eles correm e eu percebo o que estou fazendo, assustando eles.

O barulho daqueles "bips" do aparelho estavam me deixando louca, mas me chamou atenção quando não tinham mais pausas entre os sons.

Eu estava morrendo!!

Eu precisava fazer alguma coisa, mas não sabia o que. Sem pensar, me sentei na beira da cama e comecei a chorar, acreditando que tudo já estava perdido.

Enfermeiros vieram com um aparelho de reanimação e eu me afastei da cama com medo.

Minha mãe chorava desesperadamente, e Drake andava impaciente de um lado pro outro.

Toda a atenção se volta pra meu corpo na cama que já foi reanimado.

- Conseguimos salva-la. - o médico diz e um suspiro sai da minha mãe.

- Graças a Deus! - ela diz passando a mão no meu rosto.

Minha vista começa a ficar turva e não enxergo mais nada. Me preocupo, pois não sei o que está acontecendo. Será que estou morrendo?

Continuo sem enxergar nada mas consigo ouvir tudo que se passa.

- Isso é uma tortura! - minha mãe chora.

- Acha que estou feliz de ver a Bia assim? - Drake diz.

- Não esqueça que a culpa é sua. Se você não tivesse se aproveitado da minha filha e dormido com ela, eu não teria discutido com ela. - o tom dela é calmo mas expressa raiva.

- Senhora, eu já disse que a gente não fez nada. Eu amo a sua filha, nunca faria nada de mal pra ela. Eu só dormi com ela por que ela tava com medo, só isso. - ele esclarece.

Abro os meus olhos e toda a atenção é voltada a mim.

- Filha! - ela me chama.

- Sou eu. - digo e ela sorrir. Ela me abraça mas não me movo por causa da quantidade de aparelhos que me atrapalham.

Olho pra Drake e seus olhos estão marejados, mas com um sorriso no rosto. Ele me abraça e solta um "Eu te amo!" baixinho.

O Apartamento 202/ #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora