Capítulo 28

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Entro em casa e minha mãe está assistindo algo na televisão, mas eu não sei o que é.

- Até que em fim. - ela diz.

- Desculpa a demora. - digo.

- Poderia ligar. - ela fala.

- Eu liguei pra papai, mas ele não me atendia. Ai o Dylan me ofereceu carona. - digo.

- É. Seu pai teve problemas na empresa. - ela esclarece.

- Preciso tomar um banho. - reclamo subindo as escadas.

Entro no quarto e antes de ir pro banheiro dou uma olhada no meu celular.

"Desculpa" - Kate.

"Por que?" - respondo.

"Eu não devia ter jogado aquilo" - ela diz.

"Tudo bem" - respondo.

Ela não responde.

"Mas foi você né?" - pergunto pra ter a certeza.

"Eu juro que não. Eu também fiquei assustada quando o Ouija escreveu seu nome" - ela responde.

Eu sabia que eu não devia jogar isso. Esses jogos atraem o "Coisa Ruim".

Jogo meu celular na cama e vou tomar o banho. Deixo a água quente escorrer pelo meu corpo, elimino os meus pensamentos e tudo que aconteceu hoje. Estou cansada e esse banho me relaxa.

Saio do banho e minha mãe está no meu quarto.

- Ta fazendo o que? - pergunto curiosa.

- Andou jogando Ouija? - Ela pergunta.

Porra, ela leu a mensagem.

- Eu não ia, mas a Kate insistiu. - confesso.

- Sabe que eu não gosto dessas coisas. - ela diz.

Ela não gosta mesmo dessas coisas, quando eu tinha 10 anos ela me pegou invocando a loira do banheiro e ela fez um escândalo. Eu era criança!

- Desculpa. - digo.

- São esses seus amiguinhos. Eles não são boa companhia pra você. - ela diz.

- Que eu saiba, você também não foi uma santinha na minha idade. E o seu namorado? Drake o nome dele né? - eu provoco. Ela não gosta de falar dele, ela diz que é uma parte da vida dela que ela esquecer. Aposto que foi só mais uma desilusão amorosa.

- Não vamos falar sobre isso. - ela diz.

- Talvez engravidar aos 17 é a melhor opção. - digo e percebo que é uma facada em seu peito. - No fundo eu sou melhor filha do que você foi. - eu digo e no mesmo momento me arrependo.

Ela começa a chorar e sai do meu quarto soluçando. O que eu fiz?

Vou ao quarto dela e ela está lá, na beira da cama.

- Mãe, desculpa. Eu não quis dizer aquilo. - digo.

- Não tem problema. - ela diz. - Você tem razão, eu não tenho o direito de falar dos seus amigos. - ela confessa.

- A Kate não é tão mal. - eu digo com um sorriso.

- Não quero que jogue esse jogo de novo. Enquanto tem pessoas sofrendo com essas assombrações, vocês ficam envocando chamando. - ela diz.

- Tudo bem, mãe. - digo.

- Está chorando? - tomo um susto com o meu pai que entra sem bater. Claro, é o quarto dele.

O Apartamento 202/ #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora