Já estava tarde e minha mãe achou melhor Drake ir embora, apesar de eu ter insistido pra que ele ficasse.
Amanhã eu via pra escola, e eu não estava pronta pra receber todos os olhares curiosos em cima de mim.
As imagens do meu pesadelo ainda estavam coladas em minha mente. Parecia tudo tão real, e foi isso que me assustou mais.
Depois de muito tempo olhei no relógio e já eram 2:00h da madrugada e eu ainda não estava com sono.
Fico rolando na cama até sentir meus olhos ficarem pesados e finalmente consigo dormir.
No meio da noite, sinto uma sensação estranha, talvez até uma presença, mais ignoro.
Sinto algo macio cobrir o meu rosto, de forma bruta. Começo a me desesperar. É um travesseiro. Alguém está tentando de matar.
Tento gritar mas sem sucesso, pois o travesseiro abafa todo som que sai da minha boca. Começo a ficar sem ar e meu corpo relaxa na cama, por causa da fraqueza.
O travesseiro se afasta levemente de meu rosto e posso ver a figura de quem fez aquilo.
- Mãe? - eu pergunto surpresa.
Ela fica calada, com os olhos esbugalhados.
- Você tentou me matar? Ai meu deus! - eu grito.
Lágrimas já estão escorrendo pelo meu rosto e minha mãe continua estática.
- Como você pode fazer isso. O que você tem na cabeça. Drake? - eu grito saindo do meu quarto, w vou a procura de Drake.
- Minha filha. Eu posso explicar. - ela diz.
- Não. - eu grito e assim que Drake abre a porta do seu apartamento eu o abraço forte.
- Que foi? - ele pergunta assustado.
- Minha mãe quer me matar. Não posso acreditar numa coisa dessas. Ai meu deus! - eu grito chorando.
- Mais que porra! Entra. - ele diz.
- Meu deus, eu não tô acreditando. Ela queria me matar. - digo com as mãos no rosto.
- Tem certeza? - Drake pergunta.
- É claro que eu tenho. Ela estava com o travesseiro na minha cara, me sufocando e eu estava quase desmaiando. - eu grito.
- Calma, ta tudo bem agora. Seja o que foi que tenha acontecido, amanhã a gente vai descobrir.
Balanço a cabeça em concordância e vamos pro quarto.
Apesar do que aconteceu, consigo dormir facilmente.
Sou acordada por Drake, que está com a cara inchada e provavelmente acabou de acordar.
- Vai pra escola hoje, né? - ele me pergunta.
- Mhum. - digo ainda com os olhos fechados.
- Então é melhor correr pra não se atrasar. - ele diz e eu levanto.
Demoro pra perceber que não estou em casa e aos poucos me lembro do que aconteceu ontem. Minha mãe tentou me matar e eu ainda não consigo acreditar nisso.
- Tem que ir em casa, trocar de roupa. - Drake diz, me tirando dos meus pensamentos.
- Não sei se é uma boa ideia. - digo.
- Vamos, eu vou com você se achar melhor. - ele diz.
- Não tem problema, eu vou.
Abro a porta do apartamento e agradeço por não estar trancada, o que é estranho.
Entro tranquilamente e passo pelo quarto da minha mãe que está sentada na beira da cama olhando estranhamente pra parede. Ela não me vê por que está de costas pra porta.
Vou pro meu quarto e troco de roupa rapidamente. Pego minha mochila e vou saindo do meu quarto quando tomo um susto e vejo minha mãe.
Levo minha mão ao peito.
- Desculpa. - ela diz.
- Eu preciso ir. - digo seca.
- Não tenha medo de mim. - ela diz.
- Depois que você tenta me matar é meio difícil não ter medo de você. - digo.
- Não foi minha intenção. - ela diz.
- É claro que foi. - digo. - tenho que ir.
Saio do apartamento e Drake está a minha espera.
- Não entendo por que minha mãe fez isso. - digo.
- Bem, talvez... Ela esteja... - ele enrola e eu sei por que. Ele quer dizer que ela está...
- Possuída? Não... Não pode ser. - digo. Aquelas palavras doem em mim apesar de fazer sentido. É muito fácil o espírito do pai do Drake entrar no corpo da minha mãe pra me matar.
Lágrimas começam a escorrer no meu rosto só de pensar nisso.
- Eu sei que não é uma coisa muito boa de se ouvir mas faz muito sentido. - Drake diz e eu sei que ele tem o mesmo pensamento que eu.
- O que podemos fazer. Deve haver alguma coisa. - eu digo e estou desesperada.
- Acho que não há nada a ser feito. - ele diz.
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O Apartamento 202/ #Wattys2016
HororBia e sua família muda para um apartamento comum, mas coisas estranhas começam a acontecer depois que Bia começa uma amizade com seu vizinho do apartamento 202.