Capítulo 25

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                    1 mês depois...

Um mês se passou depois da morte de Drake e os dias estão cada vez piores. Eu sou menor de idade então vim pra um orfanato, cheio de crianças correndo pra lá e pra cá.

Não perdi minha amizade com Lucy. Na verdade ela está sendo um baita ombro amigo, e está comigo todas as horas que eu precise. Ela também ficou bastante triste com a morte do Drake, afinal, eram amigos também.

Conheci algumas meninas aqui no orfanato e pelo incrível que pareça elas não tem medo de mim, mesmo sabendo que eu matei minha mãe. Jessie e Lana o nome delas.

Mas nem tudo são flores. Essa semana descobri que estou GRÁVIDA. Sim, grávida. Fiquei meio em choque com a notícia mas fico feliz que vou ter algo pra me lembrar do Drake. Algo feliz que me lembre do Drake.

As vezes ainda choro, lembrando do Drake e pensando como vou criar o bebê sozinha.

Daqui a 1 mês vou fazer 18 anos e vou ter que sair do orfanato já que vou ser de maior. Mas não quero voltar pro apartamento, mas também não tenho pra onde ir.

Melanie me ligou e disse que eu podia morar com ela, mas não sei se é uma boa ideia. Ela mora em Nova York. Eu gosto de viver aqui em Seattle, apesar das lembranças. E também, ir pra Nova York é muito pra mim, não conheço ninguém lá, a não ser Melanie e sua mãe. Ela já sabe que eu estou grávida mas não quero que ela sinta na obrigação de cuidar de mim, só por que estou nessa condição.

               1 mês depois...

Acordo com o meu celular que vibra ao receber uma mensagem.

Um parente me mandou um "feliz aniversário".

É mesmo! Hoje é meu aniversário. 18 anos.

Meu celular vibra novamente e dessa vez Lucy está me ligando.

- Oi. - digo com a voz de sono.

- Ai, desculpa eu te acordei? - ela pergunta.

- Não. Pode falar. - digo e já sei o que ela vai dizer " Feliz aniversário e Blá Blá Blá... "

- Bia, eu quero te dizer tanta coisa mas nem sei por onde começar. Ainda lembro quando ainda eramos amigas virtuais e conversamos apenas pela webcam. Eu fiquei tão feliz quando a gente, finalmente se encontrou aqui em Seattle. E você é uma ótima amiga, a melhor que eu tive. E nesse dia tão especial pra você, eu quero te desejar toda a sorte, felicidade, saúde não só pra você mas também pro bebezinho que vai vir, e desejar tudo do bom e do melhor na sua vida.  - ela diz e eu me deparo me afogando  em lágrimas.

- Obrigada. Eu não sei o que seria da minha vida sem você. Você tem me ajudado muito nesses momentos difíceis. - digo com a voz embargada.

- Não chore. Eu queria fazer você sorrir, não chorar. - ela diz.

- Estou chorando de emoção. - digo e um sorriso brota no canto do meu rosto.

- Mais tarde vou ai. - ela diz. - Fica bem.

- Ta bom. Bjs! - digo.

- Bjs! - ela retorna.

As palavras de Lucy realmente me tocaram e eu chorei sim, mas não de tristeza.

- Que falação é essa logo de manhã? - diz Lana que é minha colega de quarto.

Não digo nada, ela apenas vem me abraçar.

- Ah, é. Hoje é seu aniversário. Parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades... - ela começa a cantar.

- Obrigada. - digo.

A tarde vou pro quarto e tiro um cochilo.

Estou no apartamento depois de 2 meses. Nada mudou no meu ponto de vista. Apenas com uma diferença: eu não tenho Drake. Eu estou sozinha e grávida.

Ouço um choro de bebê que vem do banheiro. Eu corro pra ver, e me arrependo. Tem um bebê dentro da banheira, ele está morto, boiando na banheira que está cheia de sangue. Lágrimas e mais lágrimas escorrem pelo meu rosto. Penso em correr mas minhas pernas me mandam involuntariamente pra mais perto da banheira. A banheira quase que transborda de sangue. O corpo da criança afunda e eu não sei o por que, mas afundo minha mão na água para tentar pegar ele. alguém puxa meu braço e eu começo a gritar e me debater.

Acordo com a respiração ofegante. Olho o meu braço a procura de sangue e fico feliz por não encontrar.

Um barulho me faz dar um pulo na cama mas são só as meninas entrando no quarto.

Aproveito o resto da minha tarde pra ir a praça. Fico lá olhando as famílias felizes e unidas que eu nunca vou ser capaz de ter.

Uma voz me desperta dos meus pensamentos.

- Oi. - ele diz mas não conheço.

- Oi. - respondo gentilmente.

- Sou Jefferson mas pode me char de Jeff. E você? - ele pergunta.

- Beatriz, mas pode me chamar de Bia.

                                    FIM?

O Apartamento 202/ #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora