Já era segunda-feira de novo. O fim de semana passou muito rápido, mais até do que esperava.
Me arrumo e tomo um copo de café pra ir pra escola. Abro a porta e pela sorte Drake não está ne esperando.
Caminho até a escola, com passos não muito rápidos. Encontro Lucy na porta da escola.
- E aí. - ela diz sorridente.
- Oi. - respondo.
- Pensei que não estaria viva depois de sábado. - ela diz e eu riu.
- Bem. Eles ficaram preocupados. Acredita que minha mãe achou que estava usando drogas?- digo rindo.
- Meu deus! - ela diz.
- Acredita que ontem fiquei presa no elevador?
- Sério? Meu deus. Ficou muito tempo? - ela pergunta.
- Uma hora trancada com o Drake. - afirmo.
- Drake? Que história é essa? - ela pergunta com um tom de malícia.
- Sim. Por sorte... Ou azar, ficamos presos lá. Claro que não ia dar boa coisa. - eu digo e ela ri.
- Por que? O que vocês fizeram? - ela pergunta curiosa.
- Você acredita que eu vi o pai dele? Segurava um martelo. E logo depois das luzes se apagar, o espelho quebrou, parecido com uma martelada mesmo. - afirmo.
- Nossa. Que doidera. É por isso do seu corte na testa? - ela pergunta.
- Pois é. E depois eu contei a história ao bombeiro e ele achou que estava sobre efeito de algum tipo de droga. - digo.
- Sua mãe acha, o bombeiro acha. To começando a achar que você usa drogas mesmo. - ela brinca.
- Cruz credo. Vira essa boca pra lá. - digo.
As aulas até que passam rápido mas noto a ausência do Drake. Onde será que ele está. Não sei, mas também não me importo, só estou um pouco curiosa.
Vou pra casa e nada de Drake também. Abro a porta e minha mãe está quase saindo de casa.
- Vai aonde? - pergunto.
- Resolver umas coisas. Pode ficar aqui sozinha? - ela pergunta.
- Sim. Eu fico bem! - afirmo.
- Tem certeza? - ela pergunta novamente.
- Sim, mãe. - insisto.
Ela sai eu tomo um banho. Esquento a comida no microondas e deito no sofá. Fico olhando o Facebook, apesar de não ter muitos amigos.
Ouço um barulho vindo de fora do apartamento. Está vindo do apartamento do Drake. Não me aguento de curiosidade e vou ver (deve ser por isso que estou me ferrando).
A porta está aberta. Por que sempre está aberta? Entro e até que é bem arrumado pra casa de um garoto. Me dá um pouco de calafrios, mas continua andando. Abro a porta que é provavelmente do quarto. Olho umas fotos na cômoda de quando ele era criança. Tão adorável. Não imagino que ele tenha matado o próprio pai, e de uma maneira tão brutal.
Olho pra o canto da parede e vejo o pai do Drake, com cara cheia de sangue segurando um martelo. Me assusto e corro até a porta que está fechada. Não me lembro de ter fechado a porta. Tento abrir e começo a entrar em pânico e grito. Consigo abrir a porta mas alguma coisa me segura no braço e aperta forte me fazendo gritar ainda mais. A porta está prendendo o meu braço e a mão continua me segurando. Consigo me soltar e vejo que Drake chegou.
- Socorro. Me tira daqui. - estou chorando.
- O que tá fazendo aqui? - ele pergunta.
- Eu não sei. - digo nervosa. - seu pai, tentou me matar.
- Mas não tem como. - ele diz.
- Então olha isso. - esfrego na cara dele o vermelho no meu braço que com certeza vai ficar roxo e dolorido.
- O meu deus. - ele diz segurando o meu pulso.
A porta se abre e vejo minha mãe. O que ela está fazendo aqui?
- Larga a minha filha. - ela grita.
- Mãe, não é o que está pensando. - digo.
- O que ele fez com você? Olha o seu braço. - ela diz apavorada.
- Não fui eu senhora... - minha mãe o interrompe.
- Fica longe da minha filha. Olhe, ei sei do seu passado e não duvido que queiras matar ela também. - ela grita.
- É bem diferente. - ele diz.
- Não quero saber. Vamos Beatriz.
Saio sem olhar na cara do Drake. Meu deus, o que deu na minha cabeça de ir na casa do Drake. Pior é o hematoma que estou no braço, marcas de dedos, roxos e doloridos.
- Mãe. Eu não aguento mais. - confesso.
- Está bem, filha. - ela diz.
- É só isso que tem pra dizer? "Está bem, filha"? Fala sério. A gente tem que sair desse apartamento. - eu grito.
- O que ele te fez? - ela muda de assunto.
- Ele nada. É o espírito do pai dele que me assusta. Ele que fez isso e eu não sei por quê.
- Não vamos falar disso de novo. Isso é coisa da sua cabeça. Estou procurando uma outra psicóloga, mais competente que a outra.
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O Apartamento 202/ #Wattys2016
HorrorBia e sua família muda para um apartamento comum, mas coisas estranhas começam a acontecer depois que Bia começa uma amizade com seu vizinho do apartamento 202.