Capítulo 10

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Já era segunda-feira de novo. O fim de semana passou muito rápido, mais até do que esperava.

Me arrumo e tomo um copo de café pra ir pra escola. Abro a porta e pela sorte Drake não está ne esperando.

Caminho até a escola, com passos não muito rápidos. Encontro Lucy na porta da escola.

- E aí. - ela diz sorridente.

- Oi. - respondo.

- Pensei que não estaria viva depois de sábado. - ela diz e eu riu.

- Bem. Eles ficaram preocupados. Acredita que minha mãe achou que estava usando drogas?- digo rindo.

- Meu deus! - ela diz.

- Acredita que ontem fiquei presa no elevador?

- Sério? Meu deus. Ficou muito tempo? - ela pergunta.

- Uma hora trancada com o Drake. - afirmo.

- Drake? Que história é essa? - ela pergunta com um tom de malícia.

- Sim. Por sorte... Ou azar, ficamos presos lá. Claro que não ia dar boa coisa. - eu digo e ela ri.

- Por que? O que vocês fizeram? - ela pergunta curiosa.

- Você acredita que eu vi o pai dele? Segurava um martelo. E logo depois das luzes se apagar, o espelho quebrou, parecido com uma martelada mesmo. - afirmo.

- Nossa. Que doidera. É por isso do seu corte na testa? - ela pergunta.

- Pois é. E depois eu contei a história ao bombeiro e ele achou que estava sobre efeito de algum tipo de droga. - digo.

- Sua mãe acha, o bombeiro acha. To começando a achar que você usa drogas mesmo. - ela brinca.

- Cruz credo. Vira essa boca pra lá. - digo.

As aulas até que passam rápido mas noto a ausência do Drake. Onde será que ele está. Não sei, mas também não me importo, só estou um pouco curiosa.

Vou pra casa e nada de Drake também. Abro a porta e minha mãe está quase saindo de casa.

- Vai aonde? - pergunto.

- Resolver umas coisas. Pode ficar aqui sozinha? - ela pergunta.

- Sim. Eu fico bem! - afirmo.

- Tem certeza? - ela pergunta novamente.

- Sim, mãe. - insisto.

Ela sai eu tomo um banho. Esquento a comida no microondas e deito no sofá. Fico olhando o Facebook, apesar de não ter muitos amigos.

Ouço um barulho vindo de fora do apartamento. Está vindo do apartamento do Drake. Não me aguento de curiosidade e vou ver (deve ser por isso que estou me ferrando).

A porta está aberta. Por que sempre está aberta? Entro e até que é bem arrumado pra casa de um garoto. Me dá um pouco de calafrios, mas continua andando. Abro a porta que é provavelmente do quarto. Olho umas fotos na cômoda de quando ele era criança. Tão adorável. Não imagino que ele tenha matado o próprio pai, e de uma maneira tão brutal.

Olho pra o canto da parede e vejo o pai do Drake, com cara cheia de sangue segurando um martelo. Me assusto e corro até a porta que está fechada. Não me lembro de ter fechado a porta. Tento abrir e começo a entrar em pânico e grito. Consigo abrir a porta mas alguma coisa me segura no braço e aperta forte me fazendo gritar ainda mais. A porta está prendendo o meu braço e a mão continua me segurando. Consigo me soltar e vejo que Drake chegou.

- Socorro. Me tira daqui. - estou chorando.

- O que tá fazendo aqui? - ele pergunta.

- Eu não sei. - digo nervosa. - seu pai, tentou me matar.

- Mas não tem como. - ele diz.

- Então olha isso. - esfrego na cara dele o vermelho no meu braço que com certeza vai ficar roxo e dolorido.

- O meu deus. - ele diz segurando o meu pulso.

A porta se abre e vejo minha mãe. O que ela está fazendo aqui?

- Larga a minha filha. - ela grita.

- Mãe, não é o que está pensando. - digo.

- O que ele fez com você? Olha o seu braço. - ela diz apavorada.

- Não fui eu senhora... - minha mãe o interrompe.

- Fica longe da minha filha. Olhe, ei sei do seu passado e não duvido que queiras matar ela também. - ela grita.

- É bem diferente. - ele diz.

- Não quero saber. Vamos Beatriz.

Saio sem olhar na cara do Drake. Meu deus, o que deu na minha cabeça de ir na casa do Drake. Pior é o hematoma que estou no braço, marcas de dedos, roxos e doloridos.

- Mãe. Eu não aguento mais. - confesso.

- Está bem, filha. - ela diz.

- É só isso que tem pra dizer? "Está bem, filha"? Fala sério. A gente tem que sair desse apartamento. - eu grito.

- O que ele te fez? - ela muda de assunto.

- Ele nada. É o espírito do pai dele que me assusta. Ele que fez isso e eu não sei por quê.

- Não vamos falar disso de novo. Isso é coisa da sua cabeça. Estou procurando uma outra psicóloga, mais competente que a outra.

O Apartamento 202/ #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora