Capítulo 31

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Acordo e estou deitada em um sofá desconhecido deitada cheio de rostos a minha volta.

- Onde estou? - eu pergunto com a voz fraca.

- Você ta bem? - a Kate pergunta.

- Com dor de cabeça. - digo.

- Desculpa, desculpa mesmo. - ela diz.

- Desculpa por que?- pergunto.

- Por ter feito você vir aqui. - ela diz.

Aqui aonde? Olho ao redor até perceber onde estou. Ainda estou naquele apartamento assustador.
- Eu preciso sair daqui. - digo me levantando do sofá.

- Você ta bem mesmo? - o Dylan pergunta.

- Sim. Só que esse apartamento... - eu paro de falar.

- Se quiser ir pra casa. - o Dylan sugere.

- Não tudo bem. - digo.

São 2:30, se eu chegar em casa minha mãe vai ficar preocupada e ela vai perceber que bebi e isso não é bom.

Arrumamos os colchões na sala da Kate. Deitamos todos enfileirados, Jennifer, Taylor, Kate, Dylan e eu.

- Eu não tava sozinha no apartamento. - digo sussurrando. 
- Que? - Dylan pergunta.

- Tinha alguém lá comigo. - respondo.

- Eu não sei não. Você bebeu, as vezes foi só coisa da sua cabeça. - ele diz.

- Eu acho que não foi coisa da minha cabeça. Eu vi, não estou louca. - digo ainda sussurrando. 

- Você não ta com raiva da Kate né? Ela chorou. Você já viu a Kate chorar? - ele diz.

- Não foi culpa dela. Eu não precisava ir. - eu digo.

- Ela ta muito arrependida. - ele diz.

- Vamos esquecer isso. - eu digo.

Eu sei que não tem como esquecer isso. A pergunta que mais aparece na minha cabeça é:

"O que as fotos da minha mãe estavam fazendo na merda daquele apartamento?"

...

Quando acordo, todos já estão acordados. Sento a mesa com todos eles e pego uma fatia de bolo.

- Bom dia pra você também. - Taylor diz.

- Desculpa, mas não tô de bom humor. - digo grossa.

- Que isso em, amore. - Kate diz mas ignoro.

Terminamos de tomar o café e fomos arrumar a bagunça de colchões na sala e comida espalhada. Somos apenas 5 mas fizemos bagunça de 50 pessoas.

Eu vou tirar os colchões e sem querer acabo tirando um pouco do tapete.

- Kate, que merda é essa? - pergunto em alto e bom som.

- O que? - ela pergunta.

- Isso aqui, de baixo do tapete.

Tem desenhado no chão de madeira um grande pentagrama que faz meu corpo se arrepiar de medo.

- Ah, bizarro, né? Parece que um antigo dono era satanista ou algo assim, não sei muito bem. Ele fez isso. - ela diz com a maior naturalidade.

- Você sabe que esse símbolo é...- ela me corta.

- Sim, eu sei. - ela diz rápido.

- E não tem medo? - pergunto

- Eu já tive mais, só que as vezes eu até esqueço que tem isso daí. O tapete esconde. - ela diz.

Gente, como que ela consegue morar aqui, sabendo dessas coisas? Um carinha satanista morava aqui há não sei quantos anos atrás e o apartamento da frente tinha uma mulher que matou fulano e depois foi morta pela filha. Que porra!

Meu celular toca, me despertando dos meus pensamentos.

- Oi mãe! - digo um pouco rude.

- Eu vou te pegar agora, pode ser? - ela pergunta.

- Ah, tudo bem. - eu digo.

- Só preciso que você me passe o endereço. - ela diz.

Passo o endereço certinho e ela parece meio confusa. Meia hora depois ela está em frente ao prédio me esperando.

- Gente, tenho que ir. Até mais. - digo.

Dou abraços rápidos no pessoal e desço. Ela parece que está com pressa. Kate desce comigo e diz baixo pra minha mãe não ouvir.

- Carly, me desculpe. Por favor.

- Não tem o que se desculpar. - eu digo.

- Eu juro que não sei o que aconteceu. Aquela porta simplesmente bateu sozinha. Me desculpa. - ela diz.

- Vamos logo, Carly! - minha mãe grita do quarto.

- Tchau. - digo e vou correndo pro quarto.

Entro no carro pra dar de cara com a cara feia da minha mãe.

- O que foi dessa vez? - pergunto.

- Não vai mais vir aqui. - ela diz curta e grossa.

Por um minuto penso se ela sabe o que aconteceu na noite anterior.

- Por que não? - eu pergunto de cara feia.

- Por que eu não gosto dessa menina. Nem dos seus outros colegas. - ela diz.

- Não é por isso. - eu digo. Da pra ver nos olhos dela que não é só por esse motivo.

- É sim. O seu pai não esquenta, mas eu percebo muito bem essas suas companhias. - ela quase grita.

- É por causa do apartamento? - pergunto.

- Que apartamento? - ela pergunta com curiosidade estampada em seu rosto.

- Aquele que tem fotos suas. - cuspo.

- O que? Você entrou lá? - ela perguntou.

- Então é por isso né? Fala, que ligação você tem com a mulher que morreu lá. Aquela que a própria filha matou.

- Fui eu. - ela diz rápido e baixo. .

- Que? - pergunto.

- Fui eu. Eu matei a minha mãe naquele apartamento. - ela diz e eu fico em choque.

Não falo com ela o resto do trajeto até casa. É muita coisa pra minha mente absorver. Eu nunca tinha pensado nisso.

Chegamos em casa e seu saio do carro, entrando em casa e indo direto pra meu quarto.

Me pego chorando lembrando das coisas que tem acontecido comigo e essa nova revelação da minha mãe.

Logo ela está a encher minha paciência batendo na porta do quarto pedindo pra conversar. Vou conversar com ela. Não agora. Vou esperar me recompor e me acalmar pra abrir o jogo com ela e ela vai me contar tudinho.

Passo a tarde toda no quarto, minha mãe me chamou pra almoçar mas eu não tinha fome.

Saio do quarto e já são 5:00 da tarde.

- Mãe, posso falar com você? - peço baixinho.

Ela me encara mas me segue até o quarto quieta.

- Eu quero que você me conte tudo. Tudo mesmo. Eu também preciso te contar algumas coisas mais pra isso você também precisa se abrir. - eu digo séria.

- Eu vou dizer tudo que você precisa saber. Também estou cansada de te esconder as coisas. Eu pensei que fosse melhor pra você. - ela diz.

- Vamos lá. Eu tenho muitas perguntas pra fazer mas: Por que? Por que você matou a sua mãe, a minha avó.

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