Capítulo 2

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Ai meu Deus! O que foi que eu fiz ontem?????????

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Ai meu Deus! O que foi que eu fiz ontem?????????

Tudo é um grande borrão na minha cabeça! E não me lembro de nada que eu tenha dito ou que Lica tenha falado. Ela deve ter me trazido até em casa porque sabia que eu estava tão grogue que poderia ser atropelada por um táxi, ou algo do tipo.

Michel Borovski Júnior mantém os olhos grudados no teto.

— Então quer dizer que a Lica pagou a sua conta.

Demoro um tempo para registrar a afirmação. Meu melhor amigo e eu estamos deitados na minha cama, lado a lado. Em um movimento espontâneo, estico o braço e agarro a camiseta dele, torcendo-a até se transformar em um nó.

— Não faça isso — adverte ele com rispidez (como sempre), embora não tenha sido grosso.

Largo a camiseta dele e levo a mão à gengiva, que está inchada, latejante e doendo ainda mais do que ontem. Em seguida, solto um gemido um tanto quanto assustador.

— Você disse que ela acordou você e que depois vocês saíram da cafeteria — continua MB. — Isso significa que ela pagou a conta para você.

— Eu sei, eu sei.

Me arrastando, eu me levanto e pego minha bolsa, virando-a de cabeça para baixo e chacoalhando-a para despejar todo o conteúdo no chão.

— Você não vai encontrar nada aí — diz ele.

Um livro que amo, sobre uma tragédia no monte Everest, cai no tapete. Canetas, batons e moedas de vinte e cinco centavos também saem rolando pelo chão. Minha carteira. Um pacote de lenços vazio, óculos de sol e um panfleto todo amassado de uma loja de bagels que acabou de inaugurar. Nada. Chacoalho a bolsa mais ainda. Nem sinal. Abro a carteira e procuro o recibo da cafeteria, embora já saiba que não vou encontrar.

— Eu avisei.

— Preciso falar com ela para pedir desculpas por ter agido feito uma louca. E preciso devolver o dinheiro da conta.

— Devolver para quem? — pergunta Sofia.

Quando me viro, me deparo com minha irmã mais nova me observando. Ela está recostada no batente da porta, mas ainda assim continua muito alta. E ela é mesmo. No ano passado, Sofia não só chegou a minha altura, como cresceu ainda mais.

— Eu sei o que você fez ontem à noite. Sei que você fugiu — diz ela.

— Eu não fugi. Só fiquei algumas horas fora de casa.

— Mas maman e papai não sabem.

Não respondo; Sofia sorri. Ela é tão presunçosa que parece um gato. Não vai contar nada para meus pais. Com uma informação tão valiosa quanto esta em mãos, ela vai guardá-la para usar quando for mais conveniente. Sofia pega minha carteira do chão e fica me encarando com seu ar superior de garotinha crescida, depois a joga dentro da minha bolsa e vai embora.

The HAPPY Ending • LimanthaOnde histórias criam vida. Descubra agora