Romântica sem salvação, Samantha tem essa paixão na artista emburrada Lica desde seu primeiro ano na School of America, em Paris. E, depois de um encontro por acaso em Manhattan durante as férias de verão, um romance pode estar mais próximo do que S...
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— Samantha? Está tudo bem?
O pai de Michel está me vendo pela câmera instalada do lado de fora do edifício. Estou ofegante. Vim correndo da Kismet até aqui, três quarteirões ao todo.
— Me deixa entrar. Por favor, me deixa entrar!
A porta se abre com um ruído, e eu entro. Subo depressa os dois lances de escada até o apartamento deles, e Scott e Sabine já estão no corredor me esperando. Os pais de Michel não aceitam que eu os chame de sr. e sra. porque se recusam a acreditar que estão velhos.
— O que aconteceu? Você está bem? Fizeram alguma coisa com você?
As perguntas são feitas todas de uma vez.
— O MB está aí? — pergunto.
— Está sim, claro — responde Sabine, com o sotaque francês. Delicada e gentil, ela me conduz para dentro. — Ele foi pra cama faz uma hora, mas provavelmente está acordado ainda. O que aconteceu? Por que você está toda arrumada desse jeito?
Desabafo.
— Terminei com a minha namorada e não quero ir para casa.
Os pais de Michel ficam preocupados.
— Ela machucou você?
Scott passa por uma transformação semelhante à do Incrível Hulk, o que é algo muito peculiar, considerando seu corpo acabado de ex-roqueiro.
— Sim!
A transformação do Incrível Hulk se conclui.
— Não! — corrijo rápido, me debulhando em lágrimas. — Ela me machucou emocionalmente.
O corpo de Scott murcha e volta ao estado normal. Sabine troca um olhar com ele.
— Você pode ficar aqui, problema nenhum.
— Pode ligar para os meus pais para avisá-los? Não quero ter que explicar nada. Não hoje.
A mãe de Michel me leva até o quarto dele.
— Vou ligar para a sua maman agora mesmo.
Ela me abraça, e a fragrância familiar e reconfortante do perfume floral dela me acalenta enquanto choro.
Michel abre a porta.
— O que está…? Ah. O que aconteceu?
Sabine me deixa sob os cuidados do filho. Eu me jogo na cama desfeita de Michel e ele fecha a porta.
— Acabou! — conto.
Michel repousa a mão com firmeza em minhas costas enquanto solto soluços profundos e angustiantes.
