Capítulo 12

3.2K 192 27
                                    

Lica é minha namorada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Lica é minha namorada.

Lica é minha namorada.

É um milagre. Demorou só um final de semana para nos tornarmos um casal de verdade, nada de casal-apenas-nos-meus sonhos. Toda manhã ela vem até meu quarto antes de Michel chegar, para ficarmos alguns minutos sozinhas antes do café da manhã. Depois, vai com a gente para o refeitório. Acho que talvez ela quisesse ter certeza de que não ficaria sozinha em uma mesa qualquer. É estranho perceber que Lica — isolada e independente — se preocupa com essas coisas também. Isso pode até explicar seu desapego em relação a tudo.

Ficamos juntas o tempo todo, e só nos separamos no quinto tempo. Mas nos encontramos logo depois, e vou com ela até a detenção. Se Michel é especialista em caminhos mais rápidos, Lica é expert em encontrar salas vazias. Ao longo do dia, ela me arrasta para cantinhos escondidos e abandonados, e nos beijamos até o sinal tocar.

Enquanto ela está na detenção, faço o dever de casa, e depois todos jantamos juntos no refeitório. E é aí que nos separamos de novo de Michel. Deixamos o campus para ter a privacidade que nosso quarto não permite, o que significa que normalmente vou à Casa da
Árvore duas vezes — uma com Michel, à tarde, e outra com Lica, à noite. Passamos o tempo todo com as bocas grudadas, trocando beijos doces e sinceros, e em um momento ou outro fazemos coisas menos inocentes.

Quando Lica namorou Felipe, os dois viviam se pegando em todos os lugares e não estavam nem aí para a opinião das pessoas. Era uma tortura. Eu sentia um misto de inveja e repulsa. Comigo ela é mais contida. Segura minha mão, rouba um beijo ou outro, mas guarda as coisas mais íntimas para nossos momentos a sós. Acho que ela entende que não gosto de chamar atenção. Também acho que, talvez, Lica esteja valorizando mais a própria privacidade.

Mesmo assim, nossa relação não passou despercebida pelos outros alunos do colégio, e gostei disso. Sou um pouco tímida, mas minha vontade é sair desfilando com ela pela escola inteira. Quero gritar para todo mundo ouvir: Olhem! Olhem essa garota maravilhosa de mãos dadas comigo!

Na sexta-feira, estávamos no corredor e Sofia chegou por trás da gente e falou:

— Então é você a pessoa que arrebentou o nariz da minha irmã? Ou você é boa de pontaria ou então é péssima. Qual dos dois?

— Prazer em conhecê-la — diz Lica.

— Ah, deixa pra lá. Samantha, preciso de quarenta e seis euros.

— Para quê? — pergunto, tocando o nariz, desconfortável com aquela situação.

— Porque quero comprar o crânio de uma doninha para colocar no travesseiro de uma menina.

Tento não bufar, mas é inevitável.

— Ela é minha amiga — acrescenta Sofia.

— Não.

The HAPPY Ending • LimanthaOnde histórias criam vida. Descubra agora