Capítulo 22

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Sou tomada por um sem-número de emoções

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Sou tomada por um sem-número de emoções. Ciúme. Tristeza. Raiva. Embora esteja ressentida, reconheço que ela teve muita coragem para botar tudo isso no papel, mas não consigo deixar de lado a mágoa e a decepção e me concentrar no que temos de bom. Pensei que conhecesse minha namorada, mas acabei descobrindo que tinha uma visão distorcida dela. Agora enxergo com nitidez.

Lica tinha… toda essa vida antes de mim.

Como uma coisa tão óbvia pode ser tão chocante?

E Felipe. Eu sabia que ele apareceria na autobiografia dela, mas como eu poderia saber que ele apareceria de tantas formas? Não queria vê-lo. Com Lica. Desse jeito. O que acabo de ver não é justo, porque nunca vou poder apagar.

Eu me viro de um lado para outro na cama. Não consigo parar de pensar em coelhos. Em Lica esnobando uma educação que escolhi levar tão a sério. Isso nunca me incomodou antes. Por que está incomodando agora? Fico com a cabeça a mil por hora e então sinto alguém me sacudindo, me acordando de um sono inquieto ao qual nem mesmo me dei conta de que havia sucumbido. Uma irmã com um cabelo completamente desgrenhado se joga em cima de mim.

— Acorda! — Gen fica quicando na cama com ainda mais entusiasmo. — Sofia e eu já estamos prontas. Aqueles balões não vão tirar sarro um do outro sozinhos.

Ótimo. Tudo de que eu precisava hoje. Um desfile.

Nossa casa fica do outro lado da Broadway, longe demais para conseguirmos ver ou ouvir o desfile de Ação de Graças da Macy, mas bastam alguns minutos de caminhada para podermos acompanhar o espetáculo pitoresco em primeira mão. Eu e minhas irmãs sempre aparecemos por lá bem cedo para darmos uma espiada.

Minha cabeça está latejando.

— Não estou me sentindo muito bem— digo.

— Você tem que se levantar, ou maman não vai parar de encher meu saco por causa do cabelo.

O cabelo vermelho-alaranjado de Gen está com uns cinco centímetros de comprimento e  ela o usa todo arrepiado.

— Você está parecendo um cachorro corgi — comento. — Está deixando crescer de novo?

Gen não perdeu tempo e já está revirando os papéis em cima da minha cama.

— Foi a Lica quem desenhou?

Tento pegar as folhas das mãos dela.

— Me dá!

— Ai, meu Deus! Fica calma. Eu só queria dar uma olhada.

Ela levanta o braço, segurando o papel o mais alto possível.

— Uau. E o que são essas coisas?

— Por favor — peço.

Gen me entrega as páginas com todo o cuidado.

— Desculpa.

The HAPPY Ending • LimanthaOnde histórias criam vida. Descubra agora