I. Reencontro

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– Sasuke!

Eu ouvi o som da voz dela e por um segundo desviei a atenção da batalha que travava contra Danzo Shimura. Eu tinha acabado de atacá-lo usando o Susanoo. Porém meu golpe só fez destruir um pouco a ponte onde estávamos lutando. Irritado voltei a prestar atenção a luta. Nada impediria minha vingança.

Enquanto duelávamos, percebi qual era seu segredo de Danzo e então lancei um genjutsu para confundi-lo e assim finalmente acertá-lo definitivamente. Danzo caiu no meu truque e embora eu tenha sido atingido fiquei satisfeito ao perceber que meu golpe tinha acertado-o de fato.

Foi então que Karin correu até mim. Eu estava esgotado e quase sem chakra. Por isso, aceitei morder o braço dela para recuperar um pouco de chakra.

Mas Danzo era um hipócrita persistente. Tentou me atingir de novo e quando me distraí pegou Karin como refém. Ironizei a situação e escutei a baboseira que ele disse sobre proteger Konoha enquanto Karin pedia minha ajuda.

Tive vontade de rir. Danzo realmente achava que eu não o atingiria para protegê-la? Eu matei meu irmão por vingança. Karin não era ninguém.

– Karin. Fique quieta – eu disse. A tola sorriu antes de eu traspassá-la com um raio e atingir Danzo.

– Sa...suke – Karin caiu no chão e Danzo tentou fugir.

Quando Madara e eu o cercamos, ele se sacrificou tentando nos selar. Consegui escapar e Madara o transportou para outro lugar querendo o olho de Shisui. Antes de ir, ele me aconselhou:

– Aquela mulher – disse olhando para Karin – você não precisa mais dela, acabe com ela. Ela sabe muito sobre nós.

– Nós? Desde quando eu me uni a você? – respondi friamente.

– Bom, que seja. Vamos nos ver novamente. – disse antes de partir.

Eu caminhei até Karin. Ela tinha me ajudado com Itachi e Danzo, mas agora ela era inútil. Eu realmente deveria acabar com ela, decidi enquanto fazia um chidori.

-Sasuke... eu ainda posso ser útil para você... – ela sussurrou. – Tem mais alguém aqui...

Eu hesitei e contive o impulso de olhar sobre o ombro procurando.

– Eu senti o chakra enquanto você lutava – ela continuou e eu franzi a testa. – Não disse nada antes porque o chakra dela caiu drasticamente então não era uma ameaça.

Dela?

– Onde?

Karin apontou para as pedras que tinham despencado em um dos golpes do Susanoo. Nem me dei ao trabalho de mandar Karin esperar ali. O estado dela era tão ruim que ela mal conseguia se mexer.

Eu não deveria estar perdendo tempo indo até ali nem retirando as pedras. Eu estava exausto. Mesmo assim, eu continuei fazendo isso. Eu tinha ouvido a voz dela, mas eu acreditei que era uma lembrança como aconteceu no Exame Chunin...

No entanto, a partir do momento que Karin disse ela eu precisava ter certeza que era outra pessoa. Então eu retirei a última pedra e meu coração parou. Eu reconheceria aqueles cabelos rosa em qualquer lugar. Quem mais teria uma cor de cabelo tão irritante?

Eu verifiquei a pulsação dela e, por algum milagre, ela estava viva. Olhei as pedras a sua volta e os hematomas, arranhões e ferimentos dela. Realmente um milagre.

Eu deveria deixá-la bem aí, pensei irritado. O que ela estava fazendo ali? Os anos passaram e ela continuava sendo uma moléstia. Um peso. Mas, como sempre, não importava o quanto eu estava irritado, cansado, exausto ou ferido, eu sempre a carregava para um lugar seguro.

. . .

KARIN

Quando Sasuke foi investigar quem havia aparecido durante sua luta com Danzo, eu rolei gemendo para observá-lo.

Eu esperava que ele matasse quem quer que fosse como ele estava a ponto de fazer comigo. Para minha total surpresa, ele pegou a garota de cabelo rosa no colo e aproximou-se de mim.

– Você consegue sobreviver sem cuidados médicos? – perguntou friamente.

O ferimento que eu tinha era bem grave, mas não era em nenhum órgão vital.

– Sim. Só preciso estancar a hemorragia.

– Hmp. Vou te dar mais uma chance, mas não vou procurar médico para você. Nem vou ajudá-la.

Como se eu já não soubesse.

. . .

SASUKE

Eu estava esgotado. Não conseguiria carregar essas duas nem tinha chakra suficiente para fazer um Susanoo para carregá-las.

Devia deixar essas duas aqui, pensei de novo. Então olhei para Sakura e decidi que aproveitaria o pouco chakra que me restava para nos teleportar até um esconderijo de Orochimaru que ficava aqui perto.

Como eu faria os selos com as mãos ocupadas? Suspirei e coloquei Sakura no meu ombro como se fosse um saco de batatas.

– Segure em mim com força – disse à Karin e ela obedeceu.

Segundos depois estávamos no esconderijo. Eu tive que me escorar na parede de pedra quando uma tontura me atingiu. Resmunguei.

Ao me recuperar da vertigem, deixei Sakura em um dos quartos e voltei para buscar Karin que tinha ficado no mesmo lugar. Levei-a para um dos quartos e ia deixá-la assim quando me lembrei de Sakura.

Aquela irritante iria me irritar o tempo que estivesse aqui se eu não cuidasse da ruiva.

Irritado, busquei água e panos limpos. Rasguei a túnica dela no lugar do ferimento, limpei e fiz um curativo. Eu não sou bom com isso então disse:

– Espero que você já possa se morder para se curar.

– Por que fez isso?

– Hmp. – resmunguei antes de sair dali

Precisava procurar um lugar para descansar, mas quando percebi estava entrando no quarto de Sakura. Eu a examinei por um momento.

A coluna dela não parecia ter sofrido nenhum dano. Mas uma costela estava quebrada. Coloquei o osso da pena esquerda no lugar. E limpei o sangue seco da cabeça dela.

Eu estava esgotado. Devia procurar outro lugar para dormir, mas tinha gastado minhas últimas forças examinando Sakura. Teria que deitar aqui mesmo. Evitei pensar nas consequências e deitei ao lado dela. Acordaria primeiro que ela assim evitaria explicações, decidi antes de apagar.

Dormi durante muitas horas e quando acordei tinha conseguido me recuperar totalmente. Quando me movi na cama percebi o corpo de Sakura. Eu a observei.

Ela ainda não havia acordado. Felizmente. Então franzi a festa. Para eu me recuperar totalmente eu devo ter dormido mais de dez horas. Ela estava desmaiada no mínimo uma hora antes de eu dormir. Será que o estado dela era mais grave do que eu pensava?

Porque eu estava preocupada com ela? Eu iria destruir Konoha. Ela iria tentar defendê-la e morreria. E eu não seria afetado por sua morte. Ela era uma das pessoas que se beneficiava do sacrifício de Itachi...

E, no entanto, aqui estava eu preocupado com ela.

Eu desviei os olhos dela. Eu não devia me preocupar. Eu tinha cortado todos os laços com as pessoas. Meu coração só tinha lugar para o ódio...

Mas ela era Sakura. Durante o tempo que fiz parte do time 7, ela tinha sido...

– Hum... – eu a ouvi se remexer e espreguiçar como uma gata. Então gemeu de dor.

Ela abriu os olhos observando o lugar onde estava e então aqueles olhos verdes me fitaram curiosos e incertos.

– Onde estou?

– Estamos em lugar seguro.

Ela ponderou minhas palavras por um momento e então perguntou:

– Quem é você?

E Se Fosse Verdade...?Onde histórias criam vida. Descubra agora