E Se Fosse Verdade...?

VI. A Descoberta

Sasuke

A névoa do sono estava se dissipando quando eu senti um peso sobre o meu corpo. Abri os olhos imediatamente e vi uma profusão de rosa esparramado em meu peito.

Sakura

Ela estava praticamente deitada em cima de mim, nossas pernas estavam entrelaçadas e meu braço direito envolvia a cintura dela possessivamente. Quando percebei isso, retirei-o imediatamente.

E agora? O que iria fazer? Se ela acordasse e nos visse assim provavelmente tiraria conclusões erradas. Pesei minhas opções. Do jeito como ela estava deitada, não conseguiria sair sem acordá-la. E seria muito constrangedor, se ela acordasse enquanto eu tentava sair de fininho. Mas se eu fingisse que estava dormindo...

– Sei que está acordado

Claro que ela não facilitaria as coisas. Irritante. Fiquei imóvel esperando a reação dela, porém ela não fez nem falou nada. Conforme os minutos passavam, percebi que era bom estar deitada com ela. Sem querer, ela afastava a solidão. Era como se finalmente eu estivesse em casa. Sentia paz, tranquilidade e, claro, aquele maldito desejo que não desaparecia. O maldito desejo que era aquecido a cada respiração mais profunda que fazia os seios dela se esfregarem no meu peito.

Porém eu o ignorei ou tentei até que ela começou a acariciar o meu peito com as pontas dos dedos. Segurei a mão dela. Tendo uma afinidade natural com Katon, desde criança, eu sabia muito bem as consequências de se brincar com fogo. Ela apoiou o queixo no meu peito e me olhou.

– Você não gosta?

– Hump – disse olhando para o teto da barraca.

– Nada de hump. Você gosta, mas não quer admitir.

Eu podia sentir o sorriso nas palavras dela, mesmo sem vê-la.

– Por que você age assim? Por que fica me evitando?

– Preciso destruir Konoha. – disse a afastando e me levantando. – Não posso me distrair, Sakura.

Ela assentiu e depois sorriu maliciosamente.

– Ah, bom porque eu estava pensando que você fosse virgem e não soubesse o que fazer.

– Hump – saí da barraca.

– Nani??? – ela gritou. – Eu estou certa? – Ela me seguiu chocada. – Mas quando estávamos na sala de treinamento...

– Foi embaraçoso. Concordo, mas todos os animais da floresta não precisam saber disso

Eu olhei para a Karin. Pela primeira vez na vida, fiquei realmente feliz em vê-la. Mais feliz do que nas vezes me curou. Se eu fosse Naruto, eu provavelmente teria abraçado Karin agora.

– Vou buscar água. Arrumem tudo. Estamos partindo.

Saí rapidamente antes que Sakura pudesse dizer qualquer coisa. Quando cheguei a beira do rio, passei a mão por meu cabelo.

Kami, nunca te pedi nada até hoje. Mas, por favor, faça a memória de Sakura voltar logo. Só tem 24 horas que ela despertou sem lembrar de nada e já bagunçou toda minha vida, meus pensamentos, meus sentimentos. Não preciso disso. Não quero isso. Só quero vingar minha família em paz. É pedir muito?

* * *

SAKURA

Eu ainda estava chocada pelo que descobri. Sério mesmo que toda aquela gostosura não tinha sido aproveitada por ninguém? E como eu tinha resistido a ele? Quero dizer, na sala de treinamento as coisas tinham sido intensas. E eu tinha certeza que se Karin não tivesse dado chilique e saído silenciosamente, as coisas teriam se tornado ainda mais intensas. Então como...?