E se o encontro entre Sasuke e Sakura após a morte de Danzo tivesse tido acontecido de outra forma?
E se a Sakura tivesse sofrido um acidente e não se lembrasse de nada?
E se...
Quase um ano se passou depois que Sakura se juntou a mim. Ter a companhia dela em minhas viagens era maravilhoso, mas, ao mesmo tempo, era uma tormenta.
Eu sabia o quanto ela era incrível e capaz de cuidar de si mesma. Entretanto, eu temia por sua segurança a cada vez que entrávamos em batalha, principalmente depois que ela engravidou.
Sim, Sakura estava esperando um bebê. Meu bebê. Nosso bebê. E agora eu andava de um lado para o outro enquanto ela estava em trabalho de parto.
Era assustador ouvir a dor dela. Eu sempre odiei vê-la machucada ou ferida. Era por isso que eu sempre me colocava na frente dela quando havia algum perigo- quando éramos genin e agora, mesmo que atualmente ela seja uma heroína de guerra e uma dos três novos sannin lendários.
Era impossível controlar meu instinto. Meu Sharingan e Rinnegan estavam ativos há muito tempo e eu simplesmente não conseguia desativá-los.
Sakura era preciosa demais e já havia sofrido tanto! Principalmente por minha causa. Por que nosso bebê tinha que lhe causar mais sofrimento?
- Acalme-se, irmão - Itachi disse tentando me tranquilizar. - Todas as mulheres passam por isso. Sakura e o bebê ficarão bem. Karin está com eles.
Olhei para Itachi curioso. Algo tinha acontecido - ou estava acontecendo - entre Itachi e Karin. Eu não era cego. Havia uma tensão zunindo entre os dois. Porém sempre que eu tentava perguntar algo sobre, Itachi desviava o assunto.
Porém, por mais que eles fingissem que nada estava acontecendo, não dava para ignorar o fato de que os dois chegaram juntos aqui.
Eu havia insistido várias vezes para interrompermos a missão depois que Sakura havia engravidado. Porém, teimosa, ela insistira em continuar a missão enquanto pudesse. Mas nas últimas semanas eu me recusei a continuar a missão com a gravidez tão avançada. Pelas nossas contas, faltava menos de um mês para o bebê nascer. Então Sakura decidiu enviar uma mensagem para Karin vir nos encontrar em um esconderijo de Orochimaru.
Eles se surpreenderam bastante com a gravidez adiantada de Sakura. Nós não tínhamos contado a ninguém sobre o casamento e a gravidez, pois não nos comunicávamos com ninguém de Konoha para não comprometer nossa missão.
Logo que chegamos ao País de Chá, descobrimos que as suspeitas de Kakashi eram reais, porém era mais grave do que imaginávamos. Passávamos o dia seguindo pistas e investigando. E as noites, bem, nós nos amávamos e como Sakura não estava mais com amnésia, não demorou muito para que os beijos apaixonados se tornassem algo mais íntimo.
Sorri de lado ao lembrar disso. Na verdade, com tudo o que acontecia, demorou para Sakura engravidar.
Meus pensamentos foram cortados por um choro. Meu coração parou por um segundo e então voltou a bater com muita força.
- Parabéns, papai - Itachi disse batendo no meu ombro, mas eu continuava paralisado.
Então Karin colocou a cabeça para fora do quarto e disse:
- Podem vir conhecer minha afilhada!
- Uma menina? - perguntou com a voz rouca.
Karin sorriu.
- Hai.
Eu engoli em seco e perguntei o que mais me preocupava:
- Como Sakura está?
- Ela está bem - Karin disse gentil.
Finalmente minhas pernas se destravaram e eu caminhei até o quarto onde minha mulher e minha filha estavam.
Sakura estava suada, abatida, mas seu sorriso era visível entre lágrimas. Ela olhava para o bebê embrulado em seu colo e eu caminhei lentamente até a cama.
Eu sorri, sentindo meus olhos arderem quando vi aquela coisinha de cabelo preto parecendo uma miniatura minha, mas com a testa grande como de Sakura.
Beijei minha filha e abracei Sakura sentido uma lágrima escorrer enquanto meu coração transbordava de amor pelas duas mulheres da minha vida.
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- Parem de chorar! Vão assustar minha sobrinha - Itachi disse se aproximando da cama. - Coitada! É a cara do pai feio.
Sakura o olhou brava.
- Minha princesa é linda - Sakura a defendeu.
- Já escolheram o nome? - Karin perguntou tentando aliviar o clima entre nós três, pois eu estava a ponto de lançar um Amaterasu em Itachi.
- Não - Sakura respondeu mais calma. - Não sabíamos se seria menino ou menina.
- Eu estive pensando em um nome há alguns dias - contei sentindo meu rosto esquentar quando os três olharam para mim.
- Qual? - Sakura perguntou curiosa.
Olhei para minha filha e sorri, pois o nome combinava com ela.
- Reúne as duas coisas que mais amo - tomate-cereja - expliquei acariciando a bochecha da minha flor de cerejeira - e é um trocadilho com a palavra Óleo.
- Óleo? - Karin perguntou confusa.
- Sarada Uchiha é o combustível para a nova chama do Clã Uchiha.
Sakura sorriu.
- Bem-vinda à família, Sarada.
Olhei para minha filha, para meu irmão, para minha amiga (e talvez futura cunhada) e então olhei para ela, minha companheira, minha amiga, minha mulher. Sem ela, eu não teria nada disso.
Oh, eu não duvido que eu acabasse me casando com ela - afinal, eu sempre a amei. Mas se ela não tivesse sofrido amnésia, Itachi não estaria aqui e meu relacionamento com ela teria sido muito mais difícil... O que eu teria feito se ela tivesse aparecido depois de eu matar Danzo? Aquela luta havia me enlouquecido bastante, não pela luta em si, mas por eu ter tido a confirmação de que eu havia julgado, condenado e matado meu irmão por algo que ele havia sido obrigado a fazer. Eu teria sido capaz de fazer mal a Sakura? Essa dúvida havia me atormentado muito durante o tempo que andei sozinho.
Mas agora, ao ver Sakura segurando Sarada, o que poderia ter acontecido deixou de ter importância. Não importava qual fosse a realidade, eu sempre a amaria. Disso eu tinha certeza. Ela sempre foi a mulher perfeita para mim e, mesmo quando eu tentava afastá-la, eu sabia que nenhuma outra despertaria o que ela despertou em mim.
- Eu amo você, Sakura Uchiha - declarei quando ficamos às sós.
- E eu amo você, Sasuke Uchiha - ela sorriu.
Naquele momento, eu não me preocupava com o futuro. Acontecesse o que acontecesse, eu sempre teria Sakura e Sarada comigo. Eu sorri e acariciou os poucos fios pretos de cabelo da minha filha, antes de tocar o rosto de Sakura e beijá-la. Então sussurrei em seu ouvido:
