Capítulo 25

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No outro dia no colégio, Manu sentiu o clima estranho entre os amigos. Ele não entendia o que estava acontecendo. Manu viu Léo com os olhos inchados e uma péssima aparência, o amigo que sempre chamava a atenção de todas as meninas, naquela manhã parecia como se não quisesse papo com ninguém. Babi também estava estranha, distante, como ficava quando brigava com a mãe. Para a sorte dele, Jess e Anna estavam agindo normalmente.

Jess foi conversar com Babi, enquanto Manu e Anna conversavam. Quanto mais tempo Anna e Manu ficavam juntos, mais forte se tornava o relacionamento dos dois.

– Então, quando eu vou conhecer os meus sogros? – Anna docilmente perguntou, enquanto abraçava Manu.

– Você quer conhecer meus pais? – perguntou Manu de volta, como se fosse uma coisa de outro mundo. Merda! Ele não tinha experiência com namoros e não era como se pudesse pedir conselho para Léo naquela amanhã. O amigo parecia péssimo.

– É claro que eu quero conhecê-los, bobinho. Sou sua namorada, certo?

Anna piscou para Manu. Era impossível não se apaixonar pelos seus olhos verdes hipnóticos. Não havia nada que Manu não sentisse vontade de fazer pela namorada.

– Vou ligar para a minha mãe. Pode almoçar hoje mesmo, se quiser. Sua avó não vai ficar chateada de almoçar sozinha?

– Eu aviso ela. Ela vai entender.

– Almoço marcado, então.

Manu foi para o corredor e ligou para a mãe, seu coração pulava de felicidade, mas, ao mesmo tempo, se sentia acuado pelo medo de como os pais fossem reagir.

– Mãe? Você está ocupada?

– Um pouco, mas pode falar, filho – disse a mãe e em seguida gritou com algum funcionário. – Por favor, leve aquela caixa para o fundo.

– Mãe, não quero atrapalhar. Você deve estar ocupada no mercado.

– Fala logo, Manuel. Para de enrolar. O que aconteceu? Você levou alguma advertência no colégio?

– Não. Mãe, hum... Anna pode almoçar lá em casa hoje?

– Anna?

– Minha namorada.

– Você está namorando e não me contou? É claro que ela pode almoçar lá.

– Eu tentei te contar. Você não me escutava.

– Filho, agora preciso desligar. Nos vemos na hora do almoço. Boa aula – respondeu a mãe e desligou em seguida.

"Esta foi fácil", pensou Manu.

Manu não tinha o hábito de levar muita gente para sua casa. Nem mesmo os amigos costumavam almoçar lá. Os pais eram simples, porém sistemáticos. Desde pequeno, Manu foi incentivado a estudar, para conseguir uma bolsa de estudos em uma universidade boa e construir uma carreira de sucesso. A mãe de Manu não queria que o filho tivesse o mesmo destino dos pais, o de trabalhar o dia inteiro. Queriam que Manu tivesse quantas especializações conseguisse, se tornasse doutor e enchesse a família de orgulho. Ele não poderia desperdiçar a oportunidade que os pais não tiveram.

Quando voltou à sala, Manu viu que Anna estava conversando com Léo. O amigo parecia irritado com alguma coisa.

– Está tudo bem, Léo? Nem tivemos a chance de conversar hoje.

Manu colocou o braço nos ombros de Léo e sentiu a tristeza do amigo, embora não soubesse exatamente o motivo. "Léo e Babi terminaram?", perguntou-se Manu.

– Olha, Manu, não quero problemas. Diz para a sua namorada me deixar em paz.

– Cara, qual é o seu problema? Tenho certeza de que Anna só está tentando te ajudar – disse Manu, ajeitando os óculos.

O Círculo - Os Bruxos de São Cipriano Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora