Capítulo 21

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Léo ligou para Babi assim que colocou os pés em casa. Era como se ela estivesse se afastando dele cada vez mais. Não entendia o que estava rolando no seu namoro. Em um minuto parecia que tudo estava perfeito entre os dois, no outro, era como se Babi estivesse insatisfeita.

– Babi, você não está mais interessado em mim? Pode me dizer, mesmo que a verdade me machuque.

– O que te faz pensar nisso, Léo?

– Não sei. Você tem andado meio estranha. Está naqueles dias?

– Oi? Quer dizer que porque sou uma garota, se eu estiver com algum problema é porque eu estou com TPM? Que mente mais pequena. Fala sério, garoto.

– Foi o que Anna sugeriu... – as palavras de Léo provocaram um incêndio em Babi.

– Como se aquela garota soubesse alguma coisa da vida – Babi cuspiu as palavras.

– Então, o que está rolando?

– Nada que te interesse, Léo. Desculpe, eu gosto de você, mas nem tudo o que acontece em minha vida tem relação com você. Não é por que estamos namorando, que preciso te contar tudo.

– Jesus, Bárbara. Relaxa um pouco. Você está estressada demais.

– Virou cristão, agora?

– Tchau. Nos vemos mais tarde – Léo desligou o telefone, sem querer que as coisas piorassem entre os dois. De todos os anos de convivência com Babi, ele nunca tinha sido tratado tão mal assim pela garota.

As horas passaram voando. Léo colocou sua roupa preta e saiu com o carro do motorista. Os pais estavam no lançamento de uma nova empresa em uma cidade vizinha, tornando a oportunidade perfeita para o rapaz dirigir sem problemas.

Quando Léo chegou ao pátio do colégio, percebeu que estava sozinho. Ele ouviu o som do vento balançando as árvores e sentiu o coração saltar. Em frente à estátua de São Cipriano, Léo encostou nela e desejou que as coisas entre ele e Babi se resolvessem.

Léo ouviu um barulho e percebeu que alguém se aproximava. Ele estava inquieto, seus pensamentos gritavam em sua cabeça, estava morrendo de enxaqueca.

– Quem está aí? – perguntou Léo, tentando enxergar, mas não via nada.

Léo se concentrou e desejou que o fogo revelasse quem estava andando no escuro até sua direção. Os olhos dele ficaram alaranjados, mas ele não conseguia enxergar o rosto da pessoa, como se ela vestisse uma máscara de sombra.

– Babi, é você? – Léo agradeceria a estátua de São Cipriano se fosse a namorada.

Sem ouvir nenhuma resposta, Léo sentiu o perigo rondando.

Ao se lembrar de uma técnica de manipulação de energia que tinha lido no livro da avó de Jess, Léo pensou se conseguiria fazer o mesmo, só que com o fogo. Sentindo o calor irradiar pelo corpo misturado ao medo do desconhecido, Léo juntou as duas mãos como se fosse uma arma e canalizou toda sua energia nas pontas dos dedos. As energias azuladas começaram a ficar vermelhas e Léo estava preparado para disparar assim que o desconhecido andasse mais um pouco. A conversa com a vidente veio em sua cabeça, sobre algo que colocaria um fim em sua vida. Não era Tomás, como ele havia imaginado.

– Se der mais um passo, eu vou te incendiar – disse Léo com raiva, mas parecia que a pessoa não dava a mínima. – Você pediu...

Léo apertou os dedos contra os outros como se fosse um gatilho e viu uma pequena bola de fogo atingindo a sombra e desaparecendo. Quando ele ouviu o grito de uma menina, se desesperou.

O Círculo - Os Bruxos de São Cipriano Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora