Léo sentiu peso na consciência de ter deixado Babi entrar sozinha no colégio. O que mais ele poderia fazer, deixar Manu sozinho carregando Anna? Se ao menos tivesse um jeito de ele fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Ele nem mesmo beijara a namorada.
Quando Léo e Manu chegaram ao portão e perceberam que estava trancado, eles ficaram sem saber o que fazer.
– Liga para a emergência – pediu Léo. Não havia tempo para se preocupar com o sermão que os pais lhe dariam quando descobrissem que Léo estava quebrando mais uma regra e correndo o risco de ser expulso do Colégio São Cipriano.
– Eu estou sem sinal – respondeu Manu, desiludido.
– Tenta no meu. Bolso direito – Manu segurou o aparelho, enquanto Léo se ajeitava para não derrubar Anna. O peso da menina já estava forçando sua coluna.
– Merda! – Manu evitava falar palavrões, mas aquele não parecia o momento certo para etiqueta. – Esta porra não está funcionando – ele sentiu vontade de jogar o aparelho no chão.
– E agora, o que vamos fazer? – Léo tentava manter a calma, mas estava tão preocupado quanto Manu.
Léo sentiu que Anna estava tão pálida e fraca. Ele se concentrou em passar um pouco de suas energias para a garota.
– Precisamos entrar no colégio para usar o telefone. E procurar alguma coisa na enfermaria.
– Espera... – pediu Léo. – Coloque sua mão na testa dela. Precisamos ajudá-la a se fortalecer. A cada minuto suas energias vitais estão esvaindo.
Manu pôs uma das mãos na cabeça de Anna e a outra na barriga e se concentrou para tentar curá-la. Ele sabia que Anna jamais ficaria cem por cento com todo o sangue que perdeu, mas precisavam mantê-la viva.
– Manu... – sussurrou Anna, abrindo os olhos com dificuldade.
– Fica calma, meu amor. Tudo vai ficar bem – Manu beijava a testa da namorada carinhosamente. Não podia deixá-la mais preocupada.
Anna tremia e parecia desorientada, frágil como uma flor de dente-de-leão, só esperando a hora de ser carregada pelo vento.
– Léo... – o menino sentiu uma dor no peito ao ver Anna tão fragilizada.
– Anna, não gaste suas energias. Você está muito fraca.
– Jess... – murmurou Anna, tentando se mexer nos braços de Léo. Ela estava inquieta. – Babi?
Quando Léo ouviu o nome de Babi, se deu conta de que não tinha sinal dela e de Jess havia um tempo. Babi. Precisava ir atrás dela. Faria as duas coisas, enquanto ajudasse Manu a levar Anna para dentro do colégio, ele aproveitaria para procurar Babi. Devia isso a ela por ter agido como um babaca nos últimos dias.
– Vamos! – Léo carregou suas energias para fazer mais uma caminhada com Anna nos braços.
Manu, Léo e Anna mal entraram no colégio, quando escutaram um grito. Alguém estava sendo machucado.
– Léo, vá – as palavras saltaram com dificuldade para fora da boca de Anna. Léo assentiu e a colocou num banco.
– Eu cuido dela – respondeu Manu.
Não havia tempo para perder. Babi corria perigo. Léo correu até a sala da diretora.
– Socorro, Léo! Ela vai me matar... – era a voz de Jess pedindo ajuda.
Jess. Suas amigas corriam perigo. Léo abriu a porta e viu Jess amarrada no chão e reconheceu a outra pessoa, era a mãe dela, Amanda, amarrada na cadeira da diretora.
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O Círculo - Os Bruxos de São Cipriano Livro 1
FantasiaLivro 1 da série Os Bruxos de São Cipriano Os adolescentes Babi, Jess, Léo e Manu estão cansados de viver em São Cipriano, uma cidade minúscula, onde as coisas nunca acontecem. As férias acabaram e mais um ano letivo está prestes a começar. Manu pa...