Capítulo 34

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Havia acabado de finalizar uma ligação com corretor de imóvel dando o alvará para fechamento da venda com o James quando o interfone tocou. Era o Gregório Louise me intimando a comparecer a uma consulta que ele havia agendado - não faço ideia como ele conseguiu tal feito - com o meu médico. Não pude evitar xingá-lo e pedir que fosse embora, porém, no final das contas, acabei permitindo sua entrada no prédio e me arrumei para ir à consulta. Talvez estivesse criando um monstro na minha mente. Talvez não fosse nada grave que me mataria de forma rápida e humilhante.

Fui extremamente rude com o Gregório à toa.

— Pronta! — anunciei ao chegar na sala e encontrei Gregório cochilando no sofá com a boca aberta. — Ei... — Toquei em seu braço e, assustado, sobressaltou do sofá. — Sou eu, calma. — Ele respirou fundo e abriu um sorriso. — Cansado? — perguntei o óbvio, era só olhar para suas olheiras arroxeadas e tirar as suas conclusões. Mas apesar da cara de destruído, Gregório estava muito bonito. Vestia uma roupa social, bem engomadinha, um estilo bem diferente de quando trabalhava comigo. Parecia até um pouco mais velho com aquele traje.

— Não para você. — respondeu ao levantar do sofá e me deu um beijo na bochecha. — Mais calma?

— Ah, não sei. — sussurrei enquanto beijava seus lábios e, em seguida, comecei a arrumar seus fios desalinhados. Seu cabelo estava precisando de um bom corte. A cada movimento, seus fios ficavam volumosos, dando a impressão de que ele tinha um cabeção gigante. — Você é tão legal comigo que me constrange.

— Não sou tão legal assim. — Ele envolveu as mãos em minha cintura e ficou brincando de beija ou não beija até que me tirasse a paciência.

— Gregório Louise! — Belisquei seu mamilo com força, fazendo-o soltar um grito. — Beija logo, larga de palhaçada!

— Se eu te beijar como eu quero, vai comprometer a sua consulta. Vamos nos atrasar, Milady! Muito. — Ele soltou minha cintura e segurou minhas mãos, devorando-me com os olhos. Gregório Louise me causava uma excitação intensa com um simples gesto. — Quando voltar do consultório vou te mostrar como termina os meus beijos em você.

— Mal vejo a hora.

Ele riu e, sem desviar seu olhar malicioso de mim, contornou meus lábios com a língua.

— Não entendo o porquê da Rachel te largar feito um trapo velho por outro. — comentei, soltando minhas mãos das suas para acariciar seu corpo. — Você é muito bom na cama, além de ser divertido e bonito. — Enumerei suas principais qualidades enquanto apertava o seu bumbum. E ele retribuía o carinho da mesma forma. — Qual foi o defeito que a fez te largar?

— O meu único defeito foi amar demais. — falou, fazendo-me sorrir.

— Não amar demais no próximo relacionamento então. — brinquei, dando um tampa na sua bunda. Ele apertou o meu corpo em um abraço e me chacoalhou. — Você vai encontrar uma pessoa, a sua pessoa, que te valorizará. — disse, séria, ao me soltar de seus braços.

Ele merecia alguém bom e sem grandes complicações. Uma pessoa capaz de retribuir seu amor da mesma maneira.

— É. — disse ele, abrindo um meio sorriso. — Você também.

— É. — disse de volta, confirmando com a cabeça para intensificar o quanto aceitava aquele desejo mesmo tendo consciência que isso não aconteceria. Nunca.

— É. — repetiu, esquivando o seu olhar do meu. — Vamos então? Estacionei o meu carro bem em frente ao prédio.

O automóvel do Gregório não era moderno nem muito confortável, mas estava bastante conservado, especialmente o interior. Parecia que havia saído da concessionária: tudo muito limpinho e cheiroso. Ao contrário do meu antigo carro, que era caótico e cheio de bugigangas. Eu não conseguia dar carona a ninguém devido à falta de espaço. Só o banco do motorista não estava cheio de tralhas. E antes que me julguem, meu carro era uma extensão da minha casa. Aliás, era mais minha casa do que a própria casa. E o espaço de um carro é reduzido, comparado a uma casa. Não me condene como uma desordenada!

Descendo do SaltoOnde histórias criam vida. Descubra agora