5- Um Pedido Estranho

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Pela primeira vez entro na sala da coordenação, ela é fria e me causa arrepios, só há uma pessoa dentro a temida coordenadora Sampaio, ela é calada mas tem um olhar que amedronta até o mais forte dos homens, ela esta sentada mexendo em uma pilha de papéis.
- Nome? primeira vez aqui? série? o que aprontou? - ela diz com uma voz de tédio
- Aurora, terceiro ano e é minha primeira vez aqui...eu posso ter pegado no meu celular na hora da aula - digo hesitante
- Certo... - ela diz pensativa
- eu poderia lhe mandar pra casa com uma suspensão de um dia, mas quero lhe manter aqui como castigo, pra que isso não se repita, você conhece as regras Aurora. - ela diz sem levantar o olhar.
Revoltada, eu digo sem pensar:
- porque de repente todo mundo quer me dá uma lição hoje?- eu digo com a voz mais elevada que o necessário
-tudo acontece para um bem maior Aurora...lembre-se disso, agora você sabe para onde tem que ir.
Porque de repente todos os adultos ficaram cruéis e reflexivos demais?, engulo todos os palavrões que queria dizer pra ela e me dirijo a detenção.
a detenção era um tempo a mais do que a aula normal e além de ir para detenção vou ter que voltar mais tarde e sozinha pra casa.

e o tempo segue em mais aulas, até que finalmente aquele castigo termina, levanto, pego minhas coisas e saio daquele colégio sem nem olhar para trás.
o caminho estava calmo e silencioso, apesar de pega-lo todos os dias sempre está movimentado, mas aquela hora tudo estava deserto, tento colocar para trás qualquer medo e hesitação e sigo em frente, quando vejo uma sombra se mover perto de mim, minha reação inicial foi ficar estancada no lugar e tudo que consigo mover é minha cabeça, viro à cento e oitenta graus e a sombra tinha sumido, fico aliviada mas quando volto a olhar para frente um homem vestido com um capuz agarra meu braço com uma mão e cala minha boca com a outra.
ele me arrasta até um beco escuro da rua, me pressiona contra a parede ainda me prendendo.
- cadê a corrente?- ele diz sem me olhar nos olhos
fico calada sem saber o que fazer ou falar, tudo que eu conseguia pensar era que seria estuprada ou morta naquele beco escuro, ou os dois.
Quando não respondo ele me olha e tudo que consigo ver são seus olhos por causa da escuridão, mas aquele olhar era...diferente, era magnifico, de um negro tão escuro e encantador, fico petrificada sem saber o que fazer e ele ainda está a me observa atentamente como se quisesse guarda os meus traços dentro de si.
de repente ele sai do tupor, me despertando dele também, me solta levemente, se distância um pouco e diz - aconteça o que acontecer não deixe de usar a corrente que seu pai lhe deu.
Me dá uma ultima olhada, então quando pisco os olhos ele havia sumido.

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