12- Henry, Alguns Anos Atrás

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Henry

Coletores, uma linhagem antiga de pessoas que por alguma razão foram escolhidas para guardar os sonhos, algo que antigamente era bastante importante, pois acreditavam que traziam importantes mensagens sobre o funcionamento da natureza, do universo e da vida.
O que é verdade e cabe ao amuleto, nosso símbolo filtrar essas mensagens e tirar o que há de bom e transcender energias positivas aos mortais.
Pois apesar de termos carne e osso como qualquer outro, temos capacidades diferenciadas, por termos um dever a zelar é nos dado mais tempo de vida, demoramos mais a envelhecer,até certa idade somos normais, mas sempre envolvidos com nossa obra e sabendo o dever que tem de se cumprir quando chegar a hora, quando os dons surgirem, mas com minha filha não vai ser assim, pois desde que descobrir a podridão que acontece entre nós venho lutado no escuro junto com alguns amigos que também se rebelaram, pois apesar de termos um dever, uma lei antiga, há pessoas que não se importam mais com isso e usam seu dons para fins malignos e foi o que eu descobri, Marcus, um dos mais antigos e prestigiados de nossa espécie , estava envolvido com os ceifadores, nome dado para aqueles entre nós que cumpriam o contrário de seu dever, muitas vezes por vingança, poder ou simplesmente por não achar que a humanidade merece o nosso trabalho, levava assim dor a mente das pobres almas, ato tal que não afetava somente no sono mas ao despertar, eles faziam mal a humanidade pelo simples prazer de vê-los sofrerem.
E eu descobri que Marcus estava envolvido à alguns anos e desde então encobri o nascimento de minha filha, e só isto já seria considerado um ato de traição entre nós .
E ao decorrer dos anos consegui convencer outros do que estava acontecendo, que tínhamos que limpar essa sujeira que acontecia entre nós.
Temia por minha familia? Sim, o tempo todo mas eu tinha que lutar.
Minha mulher era humana, mas sabia de todo o meu mundo, de toda minha história e concordamos juntos em esconder Aurora.
Minha menina cresceu e eu dei a ela uma parte do mundo que foi escondido dela, seu amuleto por direito, consagrado, em nossas terras, uma herança de família, que iria lhe proteger dos pesadelos causados pelos ceifadores caso um dia a encontrassem, ela estava protegida ao menos mentalmente de todo o dano que eles podiam fazer, quando Aurora tinha dez anos, fiz um grande amigo, Ângelo, um ótimo garoto que acabará de ascender e não deixou se enganar.
Quando Aurora fez doze anos, estávamos cada vez mais perto de obter algo.
Mas ai aquela terrível noite aconteceu...
Tinha feito um importante pedido aquele dia a um amigo, fiz o prometer guiar minha filha quando ela ascendesse.
- eu juro por minha vida e por nossa amizade que eu não deixarei eles encostarem um dedo nela se as coisas não acontecerem do jeito que prevemos - essas foram as palavras de Ângelo.
Com aquelas palavras fui feliz para casa sabendo que estávamos quase lá.
Mas ai aconteceu aquela noite, os ceifadores invadiram minha casa, arrancando-me dos braços de minha mulher.
Eles me arrastaram, eu lutei, mas eles a ameaçaram, então eu cedi, e aconteceu o que tentei esconder por tanto tempo descobriram Aurora.
Eles ficaram irados e queriam leva-la naquele momento, minha mulher desesperada disse:
- ela ainda é muito nova, deixa-me com ela, ela esta longe de ascender - ela implora.
Eles concordam em deixar Aurora por enquanto mas antes disso, fazem cortes precisos em cada mão de Sofia, pois assim eram o seu ritual, sua marca, significava que ela sobreviveu ilesa a um encontro com eles mas não seria assim da próxima vez.
E eles me levam em um simples piscar de olhos para longe de minha família e a última coisa que eu vejo é Sofia, de joelhos, estancada, com as mãos sanguinolentas.
***
Acordo com a terrível visão de Marcus e seu sorriso diabólico
- ora, ora, ora... Se não era você o espião entre nós - ele diz com uma careta no rosto
- realmente nunca achei que você fosse o rebelde, que fosse André, Jonas... Mas você sempre tão quieto organizou uma revolta interna - ele rir.
-mas é sempre assim afinal, os mais quietos nos enganam. Então... O que farei com você?...– O interrompo e digo em auto e bom som para todos os corruptos que estavam ali com ele
- vocês todos vão pagar por isso, por essa blasfêmia contra nossa lei, contra nosso povo.
Ele rir histericamente
- toda essa sua revoltazinha mal organizada vai por água abaixo, pois sem a cabeca, o corpo morre, os que não se curvarem a nós, vão ser caçados e terão o mesmo destino do líder.
Você deve estar se perguntando o que eu preparei para você... - ele continuou rindo e espera uma resposta vindo de mim e tudo o que consegue é um cuspe bem na sua cara.
Ele me da um golpe certeiro, eu caio e continuo lá encostado no chão o fuzilando com os olhos.
E então ele continua
- o que seria pior para um pai? Ver sua filha morrer e sofrer uma vez ou ser o pior pesadelo dela e a ver sofrendo todo o tempo e não poder fazer nada? Oh sim - ele diz
- você será a personificação dos medos dela. - Ele bate palmas, contente com sua decisão.
Ele e seus capangas comemoram enquanto eu, penso em meu cruel destino.

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