32 - Mudanças

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Eu tinha tomado a decisão certa, eu sabia que tinha, mas ainda não conseguia me conformar com ela, eu iria perder uma pessoa amada... Eu estava sendo egoísta ao preferir minha vida a dela?
Deixo esse pensamento de lado, não podia pensar assim, nós ceifadores não podíamos pensar assim, eu iria mata-la com uma punhalada direta no peito, assim como havia feito com Henry, seria uma morte rápida e indolor.
Então penso no lugar onde eu achei que ela estaria, com a faca em meu bolso, transporto-me ao possível lugar da mudança, minha mudança, pois novamente a voz me faria derramar sangue, mas dessa vez esse seria real.
Novamente me encontro nos arredores daquela cabana no qual eu, Clara e Ângelo passamos alguns dias, apesar de toda a preocupação que nos assolava naqueles momentos, foram bons tempos.
Observo os arredores, decorando-os, despedindo-me...pois nunca mais colocaria meus pés ali.
Me aproximo devagar da casa, buscando quem eu procurava, talvez ela estivesse ali e se não eu iria procura-la até os confins.
Mas quando eu abro a porta, vejo quem antes eu queria ver, mas que no momento, eu evitava...Henry... Meu pai.
- o que você faz aqui? - pergunto frustada.
- estava esperando você chegar - ele diz.
- o que?
- eu sabia que você iria atrás de Clara e você achou que talvez ela estivesse aqui, então eu venho lhe esperando.
- onde está Ângelo? - pergunto ignorando suas palavras.
- também lhe esperando...
- como assim? - pergunto sem entender.
Então pondero sobre suas palavras, ele não poderia ter certeza que eu viria atrás de Clara.
Então sem me despedir, vou a um lugar que eu não ia a muito tempo... Minha casa.
Mas antes de transportar-me, vejo um semblante desesperado no rosto de meu pai... Ele deveria achar que eu estava indo matar minha mãe... Ele estava muito enganado.

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