14- Lugares Não Selados

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Ele me leva até um pequeno quarto com nada mais que uma cama.
– e se eu precisar ir ao banheiro?
– você ira tocar isto aqui.
Ele me mostra um botão negro na parede branca.
– e guardas te escoltaram até suas necessidades
– é assim com todo mundo?
– oh não, mas digamos que você está sobre... Vigilância. – ele sorrir – comporte-se bem e as coisas melhoraram.
Ao dizer isso deixa-me sozinha no quarto, fecha a porta e a tranca.
Sem ter nada a fazer além de pensar logo adormeço.
***
Tec, tec, acordo, imagino ainda está de noite, tudo está escuro, e eu escuto um barulho vindo da porta, ela está sendo aberta, me encolho na cama e observo o que está a acontecer.
A porta abre, há um pouco de luz mas não consigo ver quem é, passos estão vindo em minha direção .
– calma, sou eu – ele sussurra em meu ouvido.
Meu coração acelera e a primeira coisa que me vem em mente é perguntar:
– qual o seu nome? – pois afinal tinha que parar de chama-lo de anjo.
Escuto uma risada em meu ouvido.
– Ângelo – ele diz
Era um nome lindo, pensei.
– você confia em mim? – ele pergunta.
– não sei – respondo.
– você é um deles? Um coletor?
– então... Eles contaram sobre nós a você – ele diz baixinho.
– sim, então você é mesmo um deles – afirmo
– um dos coletores mas não dos ceifadores.
– Ceifadores?
– então não contaram tudo afinal... Eu vou lhe explicar, prometo, mas no momento temos de sair daqui.
– eu não vou com você – é tudo o que digo .
– como assim? Você quer continuar presa aqui? – ele eleva um pouco a voz.
Olho em seus olhos e falo com franqueza – eu preciso encontrar meu pai e acho que ele pode estar aqui.
Sinto seu sorriso em minha orelha.
– acredite em mim Aurora, seu pai não está aqui.
Ele segura minha mão e me puxa para fora daquele quarto, vou sem pestanejar, pois por algum motivo acreditava em suas palavras.
Tudo está silencioso, sem guardas, muitas portas trancadas, ele me guia a diversos corredores, parecendo conhecer cada parte deste lugar.
– o que você está procurando? – falo baixinho.
– um lugar não selado.
– como assim? – digo confusa
– já você irar saber – ele diz e me dá um sorriso de fazerem minhas pernas tremerem.
– o que foi? – ele diz quando não me mexo
– nada – digo envergonhada.
Reúno todas as minha forças e tento ignorar essa estranha sensação que sentia quando ele estava por perto.
Seguimos silenciosamente, desviando de câmeras, de sombras que surgiam, por mais e mais corredores até chegarmos em uma porta, ele pega um ferrinho de seu bolso, se agacha e mexe nas entranhas da fechadura.
E quando a abre não dar em nenhuma saída, era simplesmente uma sala ampla e vazia.
– aqui é a saída – ele diz
– como assim? – falo confusa.
Estava cansada de tantos enigmas, ele me dá um amplo sorriso, chega mais perto e me envolve em seus braços.
Não estava entendendo nada, mas deixei-o me abraçar mas ao  fechar os olhos e os abrir novamente, vejo meu refúgio.

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