Grávida

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Dormi na casa de Jes, na verdade não dormi, passei a noite acordada. E a única coisa que passava na minha cabeça era: grávida, grávida e grávida. Aquela palavra não saia da minha cabeça. E se fosse verdade? O que eu faria? Grávida?

- Já acordada? Perguntou Jes, me tirando dos meus pensamentos recorrentes ( Graças a Deus!)

- Nem dormi. Não consigo parar de pensar nesse exame. E se eu estiver mesmo grávida?

- Eu já falei para pensar nisso só quando sabermos o resultado. Falou Jes irritada.

- Eu simplesmente não consigo, não pensar que minha vida pode acabar daqui 9 meses. Falei também irritada, ela falava para eu esquecer porque não era ela que poderia estar grávida.

- Anna eu sinceramente não sei o que dizer além de: Fica calma. Mas não vamos pensar nisso agora, eu sei que você tá nervosa. Vamos esquecer Ok? Fala ela tocando em minhas mãos.

- Estou com medo Jes. Medo, eu não posso estar grávida. Não com 17 anos, não de um cara que eu não conheço, não sem dinheiro nem para me sustentar. Meus olhos já estavam marejados e minha voz ficava embargada.

- Você não vai estar grávida, e voltaremos a nossa vida normal. Assenti, desejando com todo o meu coração que aquilo fosse verdade.

Meus pés batiam incessantemente no chão, minhas mãos estavam trêmulas, minha boca seca e já sentia o gosto de sangue vindo do interior da minha boca. Daqui exatamente dois minutos o destino da minha vida estaria traçado.

- Anna Carter? Chamou a enfermeira. Olhei para a Jéssica e meu coração acelerou ela assentiu e pegou minhas mãos trêmulas.

- Vai dá tudo certo. Você vai ver. Sussurrou ela com um sorriso que não consegui retribuir.

Entramos na sala e eu mal conseguia respirar, Jéssica apertava minhas mãos e tinha um sorriso reconfortante nos lábios.

- Bom dia meninas. Disse a médica.

- Bom dia doutora. Já saiu o resultado dos exames?

- Sim querida. Bom Anna. Ela se virou para mim e sorriu tentei decifrar sua expressão mas desistir era melhor eu não tentar saber o que estava subtendido em seu rosto. Mas alguma coisa me diria que logo eu saberia.

- O resultado do seu Beta HCG deu positivo. Meu cérebro demorou para processar aquela informação. Grávida? Eu estava mesmo grávida. Positivo é isso que quer dizer? Eu estou grávida? Eu estou grávida. Quando aquela informação se tornou concreta em meu cérebro começei a chorar, não grávida não.

- Tem certeza? Perguntei em um fio de voz.

- Tenho meu bem. Mas olha não é o fim do mundo. Uma criança trás muito alegria. Agora pode parecer uma coisa absurda, mas você vai perceber que tudo vai mudar quando ele nascer, você vai ama- lo como nunca amou antes. Ela tocou em sua barriga foi aí que percebi que ela também estava grávida. Mas ela era casada, tinha um emprego que pagasse bem, claro que ela estava feliz. Mas eu não tinha marido, meu trabalho mal pagava os remédios do meu pai. E agora grávida? Como sustentaria esse bebê?

Chegamos a um parque, aquela palavra ainda estava sendo processada em meu cérebro: Positivo. O que eu faria?

- Isso não pode estar acontecendo. Um bebê Jes, um bebê. Não posso estar grávida não posso ter um bebê. As lágrimas caiam sem parar pelo meu rosto.

- Na. Você está pensando em...bem... Jes exitou e logo soube do que ela queria dizer.

- Não Jes. Não seria capaz disso. Mas não sei o que fazer. Nem sei o nome do pai dessa criança. Agora já soluçava. Nunca pensei que uma única noite poderia mudar toda minha vida. Desejei nunca mais ve- lo agora carregava no meu ventre a lembrança daquela noite, uma parte do cara que nem sabia o nome.

- Nos vamos acha- lo Na. Tudo vai dar certo você vai ver. Nos abraçamos e desejei que aquilo fosse um pesadelo e que logo logo acordasse, mas infelizmente era verdade.

Uma semana havia se passado, ainda não conseguia lidar com a ideia da gravidez, só conseguia pensar como o sustentaria.

- Boa noite Anna!

- Boa noite Pedro. Como estás?

- Melhor agora que vi você. Fiquei sem graça. E creio que um rubor subiu minha face. Eu e Pedro nos tornamos mais próximos desde aquele dia, por um momento pensei que poderia estar grávida dela " Pelo menos sei seu nome" pensei.

- O que é isso? Apontei o que estava em sua mão, sem muita importância para saber realmente, só queria desconversar.

- E só um jornal. Ele me mostrou o jornal que estava em sua mão, o olhei sem importância mas fiquei surpresa. Não podia ser! NÃO PODIA SER. Era ele.

- Você está bem? Ficou branca, igual papel.

- Fala para Dona Estela, que tenho que ir, não me sinto bem.

- Quer que eu te leve?

- Não, obrigada. Peguei o jornal e minha bolsa e sai quase correndo. Peguei o ônibus e corri até a casa de Jes. Nem cumprimentei Joana, corri escada a cima e entrei de supetão no quarto de Jes.

- E a educação? Não aprendeu a bater.

- É ele. Falei ignorando sua fala.

- Ele o que? Ela pegou no jornal e vi o olhar confusa.

- Ele é o pai do bebê.


-

Grávida de um príncipe Onde histórias criam vida. Descubra agora