Capítulo 16

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Acordei e minhas mãos estavam geladas igual ao meus pés, aquele era um frio incomum naquela região, e junto com ele veio um aperto no meu peito, alguma coisa estava errada.

Depois do banho vesti uma roupa agasalhada e decidi afastar aqueles pensamentos, tudo estava bem, não tinha com o que me preocupar, era isso que eu queria acreditar.

- Bom dia Dona Eusébia.

- Bom dia querida, sente-se vamos comer. Ela sorriu para mim, e tentei sorri para ela, mas acho que não funcionou muito bem.

- Você está bem?

- Não muito, estou com um aperto estranho no peito.

- A querida não deve ser nada, vou pegar uma água para você. Me sentei, e logo dona Eusébia trouxe água, mas aquilo não me fez ficar mais calma.

O dia se passou e limpei todos os cômodos da pensão, a escadaria, as janelas, limpava sem parar para tentar esquecer aquela angústia onipresente. Quando terminei a última janela já estava exausta, minhas costas e braços doiam, mas a angústia não passava e aumentava mais a cada hora. Pensei em ligar para minha família, mas não tinha coragem suficiente. Segui até a cozinha com a certeza que dona Eusébia estaria lá, mas ela não estava, o que achei estranho, ela sempre estava lá esse horário, então resolvi segui até a secretaria. E dona Eusébia estava lá, parecia eufórica nunca a tinha visto assim, o sorriso mal cabia em seu rosto, imaginei que talvez Elise estivesse voltando.

- Dona Eusébia. O que houve? Está esbaforida.

- Aí querida, vou ignorar o dona, porque você não acredita quem ta aqui. Ela sorriu abertamente. Imaginei que realmente eu estivesse certa e fosse sua filha, então sorri ficando feliz por ela.

- Quem? Falei sorrindo.

- A rainha. Quando ela disse aquilo um frio subiu em minha espinha, meu coração se apertou e começei a soar. De repente tudo estava rodando.

- Querida, você está pálida. Falou dona Eusébia preocupada. Ela pegou uma cadeira e me fez sentar nela. Ela trouxe água mas não consegui segurar o copo minhas mãos tremiam. O que ela estaria fazendo aqui?

- O que ela quer aqui? Minha voz continha uma irritação que antes não estava ali.

- Por que não me disse? Você conhece a rainha. Aí meu Deus. Sua voz era eufórica.

- O que ela quer? Perguntei agora com raiva e minha voz estava um oitavo a mais.

- Quer falar com você. Ela está no seu quarto, e disse que não sai daqui sem falar com você. Pensei em correr, me esconder em algum canto. O que ela queria comigo? Eu havia os deixado em paz. Por que ainda me procurava? Pensei em algum lugar para fugir, mas já era tarde demais...

Ela apareceu na minha frente com um vestido vermelho seu sapato de salto em contato com o chão fazia uma barulho irritante, seus cabelos estavam em um coque impecável, mas o sorriso maquiavélico em seu rosto me fez estremecer.

- Que bom que te encontrei. Já estava cansada de esperar. Vamos subir e dona bem dona... Qual é seu nome mesmo?

- Eusébia. Sussurrei com raiva.

- Eusébia. Bem vamos subir, espero que ninguém nos incomode.

- Não irei subir. Ela sorriu para mim e pegou em meu braço.

- Querida suba comigo agora, e não tente me desobedecer, se quiser continuar viva. Ela sussurrou em meu ouvido. E engoli em seco, minha garganta ardia. Depois disso só obedeci e segui escada a cima. Quando entramos ela me soltou e meu braço estava vermelho, pela força implantada nele. Ela se virou para minha frente e me olhou de uma maneira amedrontadora.

- Bom, não gosto de irrolações então vamos direto ao ponto. Você irá voltar comigo e se casar com meu filho. Soltei um sorriso sarcástico.

- Não. Não vou voltar, e muito menos me casar com seu filho.

- Pois bem. Quero que você entenda que isso não é uma pergunta. Você irá comigo. Isso se você quiser que sua família continue viva. Aquilo fez meu coração parar por um segundo. O que ela havia feito a eles?

- O que você fez com eles? Minha voz saiu embargada e trêmula, e me odiei por me sentir tão fraca.

- Nada, ainda. Já pensou o seu pai sem a pensão? Ele iria morrer se não pudesse comprar os remédios. O seu irmão Caius arranjou um emprego para sustentar a família. Já imaginou ele sem o emprego? Sua família passando fome? E Margo, seu que você a ama. Já pensou sua irmã passando fome? Já imaginou a pobre Marg...

- CHEGA! Não quero mais ouvir. Aquelas palavras fizeram meu coração sangrar, imaginar meu pai sem os remédios, minha irmãzinha passando fome, minha família inteira passando fome. A visão de Margo chorando por um pouco de pão, fez as lágrimas antes escondidas saírem dos meus olhos.

- O que você quer? Minha voz era embargada, fraca e desesperada. Ela soltou um sorriso vitorioso, e me odiei por isso, mas ela havia ganhado se tratando da minha família ela havia ganhado eu faria qualquer coisa, para salvar minha família, para salvar Margo.

- Você sabe o que eu quero.

Grávida de um príncipe Onde histórias criam vida. Descubra agora