Capítulo 33

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Estava deitada na cama minhas mãos sobre a protuberância em minha barriga, ainda absorta em pensamentos.

Tum tum tum

Minha mente repetia incansavelmente os batimentos cardíacos do pontinho, o som mais lindo que ouvi na vida.

- Não!

O grito ecoou por toda a sala chegando ao quarto, o som da voz ácida de Henrique me fez quase saltar da cama.

Fique no quarto Anna. Fique no quarto.

Pisei um pé depois o outro, minha respiração presa em meus pulmões. Na ponta dos pés dei o primeiro passo depois o segundo o terceiro...

Bang!

Congelei, o fluxo de sangue sendo interrompido, meus pés ficaram imóveis. O som da aliança se chocando com o vaso foi um baque quase inaudível mas naquele momento senti como se fosse o barulho mais alto do mundo.

Fiquei um, dois, talvez três minutos paralisada, era incapaz de mover qualquer músculo talvez fosse incapaz de respirar. Quando percebi que aquele barulho só podia ser ouvido por mim relaxei. Na ponta dos pés e com a respiração falha o caminho da cama até a porta pareceu o mais longo de toda a minha vida.

Você não deveria fazer isso!

Quando encostei o ouvido no vão da porta os gritos pareceram cessar e agora suas vozes eram baixas quase inaudíveis.

- Eu já disse que não. A voz de Henrique era ácida de uma maneira que nunca tinha visto antes. Vi Luanda suspirar com pesar e segurar as mãos de Henrique que logo que sentiu o contado trato de se livrar do toque.

- Filho você sabe que isso é o certo a se fazer.  Tentou argumentar.

- Eu já disse não. Tem que haver outro jeito.

- Só que não tem outro jeito. Você sabe disso. Sua voz agora era irritada.

- Você não entende não é? Eu não posso fazer isso. Será que você não tem compaixão? É só um bebê. Do que eles estavam falando? Que bebê é esse? Por algum motivo que desconheço coloquei as mãos sobre a barriga.

- Como você pode dizer isso? Henrique você... Ela começou a chorar, as lágrimas caiam enquanto ela pegava a bolsa e saía. Eu quase senti pena. Quase.

Henrique sentou no sofá nitidamente cansado com a situação. Deveria ir até lá? Deveria perguntar? Será que o bebê era a menininha loira?

Todos esses questionamentos me fizeram respirar fundo, girar a maçaneta e segui até o sofá.

Sentei do seu lado no sofá mas ele não pareceu notar minha presença, absorto em pensamentos. Por minha visão periférica pude ver seus olhos marejados.

Encostei minhas mãos em seus braços, ele finalmente olhando em minha direção.

- Está tudo bem?

Suas íris azul esverdeadas pareciam transpassar minha alma, numa atitude inesperada ele pegou minhas mãos, depois uma de suas mãos se dirigiu ao meu rosto fazendo o lugar formigar e meu coração acelerar.

Num rápido surto de lucidez ele tirou sua mão do meu rosto e as contraiu em punho. Uma sensação de falta brotou em meu coração.

Seus olhos caíram do meu rosto para minha barriga, uma lágrima caiu em um caminho retilíneo. Uma expressão de confusão surgiu em meu rosto quando ele se levantou e saiu batendo a porta de supetão.

Obrigada a todos que estão lendo. E muito obrigada pelos 37k fico muito feliz que estejam gostando. Por favor comentem amo ler os comentários de vocês. Fiquem com Deus😘😘😘

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