Capítulo 56

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  " Em meio a jóias raras, se esconde um dos meus bens mais preciosos"

   A duas semanas era quase impossível tirar aquela frase da minha cabeça, tentei desvenda-las de todas as maneiras mas era quase impossível, não conseguia compreende-la, já havíamos revirado todas as suas jóias e nada, absolutamente nada.

  Suspirei passando a mão pela extensão da minha barriga, ela estava maior e agora a dor nas costas me acompanhava, minha pontinha estava crescendo e ao mesmo tempo que aguardavamos ansiosos sua chegada eu tinha medo da hora que ela precisasse sair, ali ela estava protegida eu poderia protege-la mas quando seus olhos encontrassem a luz do dia ela correria risco.

- Está maior. - A voz grossa fez o meu coração saltar de susto.

- Oi Miguel, desculpe não tinha te visto. - Ele assentiu e chegou mais perto, seu olhar fixo em meu ventre me incomodou, abaixei a blusa.

- Você é muito parecida com ela, o sorriso e os olhos azuis, sempre tão quentes e acolhedores. - Assenti sorrindo, mas seus olhos passando pela extensão de meu rosto me deixou desconfortável.

- Isabel deveria ser uma mulher incrível. - Ele assentiu, os olhos marejados.

- Ela era, a mulher mais bela e incrível que conheci em minha vida. Pena que se casou com um crápula. - Meu olhar foi questionador, enquanto seus olhos exibiam uma mistura de dor e cólera.

- Está falando de Richard? - Seus olhos se encontraram com os meus, e a dor assassina me assustou.

- Você o conhece? - Seus punhos estavam cerrados.

- Sim, de vista mas ele nunca me dirigiu a palavra. Conheço mais Luanda a mãe... Que dizer a madrasta de Henrique. - Ele assentiu virando o rosto.

- A tia. - Sua voz foi sussurrada, quase tão baixa que se não estivéssemos tão próximos não teria ouvido.

- Luanda é tia de Henrique, irmã de Isabel. - A surpresa ficou evidente em meu olhar. Luanda era tia de Henrique, não dava para acreditar, minha respiração falhou.

- Luanda é a irmã mais nova de Isabel, se casou com Richard após um ano de sua morte. Pode não parecer, mas ela é uma pessoa muito boa, mas após a morte dá irmã ela se fechou em dor. - Meu olhar foi de puro ceticismo, não conseguia imaginar Luanda como uma pessoa boa.

- Luanda não me pareceu a melhor das pessoas. - Ele me olhou e sorriu, suas mãos pousaram em meu ventre e começaram a acaricia-lo.

- As aparências enganam menina, é preciso enxergar além do que se vê. - Suas mãos apertaram minha barriga e logo depois ele se virou e saiu, não me deixando falar mais nada.

   Não consegui entender o que ele queria dizer, uma sensação de mau agouro se apossou do meu coração e me perguntei quando tudo aquilo terminaria mas como terminaria era o que me assustava.

- Anna! - A voz de Margo me tirou do meu torpor, virei a olhando. Seus olhos marejados me assustaram.

- Meu amor, o que houve? - Meu coração acelerou a medida que me aproximava, imaginando todas as coisas ruins que teriam acontecido.

- Ralei o meu braço, brincando lá fora. - Um suspiro de alívio ecoou pelos meus lábios.

- Vem, vamos cuidar desse machucado. - Peguei Margo no colo enquanto ela esfregava os olhos.

  Fiz a antissepsia do seu braço e logo depois enrolei com o espanadrapo que encontrei na cozinha.

- Anna, posso te perguntar uma coisa? - Seus olhinhos questionadores me fizeram sorrir.

Grávida de um príncipe Onde histórias criam vida. Descubra agora