Oi querid@s,
Segue mais um capítulo para vocês.
Espero que gostem.
Segunda eu volto.
Beijinhos,
Jéssica Miranda.😘😘😘😘😘😘😘
Valentina
O Arthur se foi, mas como sempre a sua presença modificou o ar. Seu cheiro ficou em mim, acho que ele sempre esteve em mim, gravado em minha alma.
É difícil resistir a ele, todavia não posso seder. Não estou pronta para isso. Penso na intensidade de tudo que aconteceu hoje, e quero fugir.
Eu sempre quero fugir, eu sempre quero o caminho mais fácil. Eu sei o quão egoísta e medrosa eu sou. Mas, eu já sofri tanto, por isso acho que posso evitar mais sofrimento. Eu não quero correr riscos, eu não quero passar por dificuldades. Vivo em fuga, só agora, que veio como uma epifania, a constatação que eu vivo fugindo da vida. O meu medo de tudo me impedi de viver, de arriscar, de amar plenamente.
No fundo, sei que isso não é vida, contudo me sinto incapaz de construir uma vida para mim.
Meus pensamentos preenchem o silêncio desse quarto. Aqui tudo é a mais silenciosa solidão, dentro de mim tudo grita. São gritos de raiva, de mágoa, de horror. Grito por tudo que sofri, por tudo que ouvi e por tudo que senti.
Eu tinha um plano de vida, que era voltar para o Rio e continuar a minha vida. Agora, isso parece tão distante, tão impossível. Pensar em minha vida no Rio me lembra o Hugo, e tudo o que ele me disse. Ele veio como uma lança pefurando o meu peito, com a intenção de acabar com o meu coração. Não tive muito tempo para reagir. O susto levou embora as minhas palavras. Nunca imaginei que ele pudesse me dizer aquilo. E de tudo que ouvi, o que ele falou sobre filhos acabou comigo, pois sempre pensei que ele amava o meu filho. Por isso, foi duro constatar que ele aceitou o meu filho para ficar comigo, e isso não está certo. Eu pensava que ele realmente amava o meu filho como se fosse filho dele, porém para ele aceitar o Miguel significava me ganhar. Você deve estar pensando no porque eu ter dito a ele que o amava e que ficaria com ele. Depois de quase morrer é óbvio que ia optar pela opção mais segura, então disse a verdade, porque ela pode machucar. Enfim, eu disse o que disse para machucá-lo, para que ele ficasse com a consciência pesada. É, eu não sou tão boa assim e, sinceramente, espero que tenha funcionado. Eu posso não ser boa para mim mesma, contudo faço tudo pelo meu filho, e não quero alguém que o aceite, eu quero alguém que o ame independente de mim.
Mais uma vez me sinto como um objeto, me sinto imersa nesse mundo machista, sendo vítima de todo tipo de abuso possível. Sinto-me fraca, indefesa e ingênua. Sinto que a qualquer momento sofrerei outro abuso, e não importa se ele é físico o psicológico, o que realmente importa são as marcas que eles deixam.
Senti-me tão chocada, tão perdida, tão incrédula, que permaneci ali, sentada, chorando desesperadamente, por pelo ou menos uma hora.
Deixei os meus pensamentos voaram. Quando dei por mim, só estava ali parada, olhando para o tempo, com a mente vazia, não sei em que momento eu deixei de formular várias teorias em minha cabeça. O que sei é que fui parar numa realidade alternativa, como um limbo, em que só havia o vácuo e o completo silêncio na minha mente bagunçada. Mas, esse silêncio que me trouxe alívio, o qual acabou. Agora que estou de volta a minha realidade, a minha farofa de sentimentos me dominou de vez, assim, sou só sentimentos, alguns sentimentos são bons, mas os que me dominam são ruins, e me contaminam de um modo que eu sinto tão mal, que chega a doer. Dói tudo e, ao mesmo tempo, nada dói, é assim a dor da alma completamente perdida em si mesma, existindo em si mesma, sem possibilidades de procurar um mundo para ser, ao invés de, apenas existir.
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Ironias do Destino - Completo
ChickLitPLÁGIO É CRIME COM FORÇA DA LEI 9.610/98 OBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL. OBRA REGISTRA EM CARTÓRIO, POSSUINDO FORÇA DE TÍTULO. Ironias do destino é um romance dramático. Valentina Kolwaski, era uma mulher independente, dona de sua própr...