Tomando as rédeas de minha vida

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Oi querid@s,

Hoje o capítulo é curtinho, isso porque passei o dia inteiro num congresso, assim não pude terminar-lo, vou postar agora uma parte. E mais para o fim da semana eu posto o restante.

Espero que compreendam.

Ah, desculpem por quaisquer erros.

Então é isso.

Boa leitura
;)

Jéssica Miranda

Valentina

Depois que eu terminei de comer a minha melancia, resolvi dormir um pouco. E, graças a Deus, consegui, não dormi muito, foi apenas um longo cochilo. Acordei as dez e meia. Já fui direto para o banheiro e tomei um banho rápido, acabei vestindo a mesma roupa, já que a porta estava trancada, hoje não tinha roupas na poltrona a minha espera.

Assim, já vestida, fui até a cozinha, levando o prato com os restos da fruta, que eu comera mais cedo. Ao chegar lá, encontrei me com Ana, que me disse, animadamente:

-Bom dia, Valentina! Como você está?

- Bom dia, Ana. Eu estou bem. E você?

- Eu também. Você aceita algo para comer? Eu fiz salada de frutas.

- Uhm... eu aceito um pouco, então.

Ela me serviu e nós ficamos ali conversando, até que por volta de meio dia a minha tia chegou.

- Olá meninas. Ela se aproximou de mim me deu um abraço carinhoso enquanto falava:

- Bom dia, querida. Vejo que hoje você está se sentindo melhor. E, fico muito feliz por isso.

- Estou sim, tia. E, obrigada. Você tem me ajudado muito a me sentir melhor. Eu queria conversar com você, pois preciso de alguns conselhos. Você pode depois do almoço?

- Claro, meu bem. Agora, vou tomar um banho e já desço para almoçar. Você me faz companhia no almoço?

- Com certeza.

Alguns minutos mais tarde, nós estamos almoçando, uma deliciosa salada tropical com peixe grelhado. Estava divino. Assim que acabamos, Ana trouxe a sobremesa, pudim de leite condensado com calda caramelizada. Nem consigo descrever como estava gostoso. Ficamos sentadas à mesa por mais algum tempo, falando sobre amenidades, então, quando aquele silêncio ensurdecedor se fez presente, eu logo tratei de acabar com ele.

- Tia, você se importa se a gente for para o escritório, para conversarmos?

- Já ia te propor a mesma coisa. Ela me disse com o seu sorriso no canto esquerdo dos lábios.

- Então, vamos.

Após nos ajeitarmos no sofá do escritório, respirei fundo e comecei:

- Tia, eu vou embora daqui.

- Querida, eu já te disse que você pode ficar aqui em casa o quanto quiser. Você sabe... a interrompi.

- A senhora não entendeu. Eu vou embora é da cidade. E eu gostaria de poder ficar por mais alguns dias se não for pedir muito.

- Você sabe que será muito bem vinda sempre. Então, sim você pode ficar. O que eu não acredito é que você voltou com essse plano maluco?

- Eu sei que parece maluco. Parece que eu estou fugindo dos meus problemas. No fundo, até estou. Mas, preciso recomeçar. E, eu sei que quando essa estória de divórcio explodir, não vai sobrar pedra sob pedra. Tia, o Arthur me odeia, e o meu vai me odiar assim que souber do divórcio, e se descobrir que a culpa é minha, ele vai matar. Aliás, ele não vai nem querer saber o que aconteceu, eu serei a culpada, e ponto. Isso sem contar que ele vai proibir a minha mãe de me ver, eu aposto que vai. Meu pai vai acabar com a minha vida. Eu sei que vai. E não vou suportar se isso acontecer.

- Minha filha, eu te entendo. Você está com medo, só que fugir não vai resolver os seus problemas. Você irá embora e eles irão junto contigo. É difícil, porém é melhor encarar-los de uma vez.

- Eu vou tia. Resolverei tudo aqui, mas, ainda assim, eu irei embora, pois, acho que mereço uma chance para começar de novo.

- Percebo que sou voto vencido. E, como eu te desejo toda a felicidade do mundo, eu vou concordar com essa loucura. Você sabe que isso é loucura, não sabe?

- Eu sei, tia. Todavia, eu acho que será melhor assim.

- Tudo bem. Mas, em que posso te ajudar?

- Eu queria um conselho.

- Sobre?

- Estou pensando em fechar a minha loja, já que irei embora, acho que será difícil manter um negócio de tão longe. Além disso, eu nem sei se quero mais costurar.

- Entendo, contudo, você sempre amou costurar, por que parar agora?

- Eu quero começar uma vida nova, completamente diferente da que eu vivi até hoje. Não quero nada que lembre a antiga Valentina, eu a matei. Agora, estou querendo me livrar dos restos.

- Nossa, eu nem sei o que te dizer. Vejo que você não é mais a mesma que entrou em minha casa há dois dias.

- Tia, sei que você deve estar achando minha atitude precipitada, porém, preciso que você entenda que nesses últimos dias, dois homens acabaram com tudo o que eu tinha. Agora, só resta eu e o meu sofrimento. E, isso não pode ficar assim, então, vou guardar essa merda toda dentro de mim, numa parte esquecida, tudo o que me aconteceu será esquecido, para que eu possa seguir em frente, e ser feliz algum dia. É por isso que preciso me desvincular de tudo o que me definia, não quero ser quem eu era. Preciso ser diferente, talvez até melhor.

- Ok, querida. Ok. Você quer saber o que eu acho em relação a fechar a sua loja? Pois bem, acho que você deve fechar-la sim, porque você não terá cabeça para manter um negócio de longe. Acho que você deveria alugar a loja, assim você terá uma boa renda para se manter até que se estabilize. Quem sabe você não abra uma nova loja no Rio. Você ainda vai para lá?

- Sim, eu vou morar no apartamento que o meu pai me deu quando fiz dezoito anos. Essa propriedade o meu pai não pode me tirar, pois está em meu nome. E quanto a loja, eu pensei a mesma coisa, tia. Você pode me ajudar a fazer isso digo, com os trâmites legais, como fechar a loja e fazer um contrato de locação?

- Claro que sim, você pode contar comigo para o que precisar.

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Ironias do Destino - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora