Esperança

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Olá querid@s,
O que estão achando?
Votem e comentem, por favor.
Agradeço desde já!
Hoje o capítulo é menorzinho, mas foi escrito com muito carinho.

Desculpe-me por qualquer erro. 

Boa leitura!

Jéssica Miranda. ;)

Junho de 2012

Valentina

Estou deitada no quarto de hóspedes da casa de minha tia Helena, ela foi um anjo para mim. Não há como eu agradecê-la. Mas, com certeza, ela pode contar comigo para que precisar, pois, terá a minha eterna gratidão.

Depois de tanto revirar na cama, resolvo ligar o meu celular, já passam das uma da manhã. Sei que dormir está fora de cogitação. Além disso, sei, também, que o Arthur com toda certeza me ligou, e deixou algumas mensagens. É loucura, ficar pensando sobre isso, como eu vou seguir em frente, se tudo o que eu quero é aconchegar-me nos braços dele, e ouvir-lo dizer: Vai ficar tudo bem, minha flor.

Estou abrindo mão de tudo o que eu mais amo, do meu marido, minha família, minha loja, minha casa. Já posso sentir os olhares de reprovação deles sobre mim.Já imagino o peso dos olhos verdes do meu pai sobre mim. Meu pai, você mal conhece o Joaquim Kolwaski, então, deixe me apresentá-lo melhor. Ele alto, com quase um metro e noventa de altura, tem cabelos grisalhos, a pele clara, e 59 anos de idade, que ele não aparenta ter. 

Sempre fui a menininha do papai, sempre fiz de tudo para agradá-lo, nós eramos muito próximos até o dia em que eu quis montar a minha loja. Ele brigou, disse que mulher da família dele nunca precisou trabalhar, e blá, blá, blá. Ele continuou dias, e mais dias, repetindo o discurso machista em minha cabeça.

Sério, ele falou tanto, muito mais do que quando eu e Arthur assumimos o nosso relacionamento. Disso ele sentia orgulho, mesmo o Arthur sendo muito mais velho do que eu, tendo aprontado sabe-se lá o que com o meu irmão. Eles saiam tanto na época em que os pais de Arthur faleceram, eu não fazia ideia para onde eles iam, mas, eles sumiam por dias, e isso durou cerca de 10 anos. Porém, isso o meu pai não levou em consideração na hora que deixou ele me namorar. Agora, quando eu quis montar uma loja, isso mesmo, montar uma loja, o que significa que eu queria trabalhar, coisa que meu irmão demorou a fazer, ele não queria deixar.

Depois de um mês de brigas entre meu pai, minha mãe e eu, ele deixou eu montar a minha loja. Ele comprou uma loja no Shopping Diamond Mall para mim, até hoje não sei como ele conseguiu, afinal, esse é um dos mais tradicionais da cidade. Enfim, meu pai colocou a loja em meu nome, e disse que as condições seriam as seguintes: que eu iria cuidar de tudo sozinha; que não me daria mais nenhum centavo, além dos cinquenta mil que estavam depositados em minha conta; e, que se eu falisse, o meu sonho acabava ali. Só posso dizer que acho que ele ficou decepcionado com  meu sucesso.

Lembro-me do dia da inauguração, foi a primeira vez que eu vi o olhar de reprovação do meu pai para comigo, e isso foi a sete anos atrás, desde então, a  nossa relação nunca mais foi a mesma, ele ficou muito frio comigo, e, nunca mais, nós conversamos como fazíamos antes. E, eu sei que verei de novo aquele olhar, quando me separar, e temo que seja a última coisa que eu tenha dele, um olhar frio e decepcionado.

E é inevitável, estou chorando de novo. Acho que eu nunca chorei tanto em toda a minha, como eu chorei hoje. E, pelo visto, só estou começando.Achei que nunca ia me sentir assim, eu estou tão triste, parece que eu estou chegando ao meu fim, tenho a sensação de que eu perdi o chão.

O meu celular começa apitar, indicando que tinha algumas mensagens na caixa de entrada:

Mãe (17:01):

Ironias do Destino - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora