IV.

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Quando Cameron saiu de seu quarto não eram nem oito horas da manhã. O sol tinha nascido trazendo para dentro de seu quarto o típico cheiro de terra molhada graças ao grande temporal que tinha ficado durante toda a noite. Ele estava cansado, talvez não iria se acostumar com aquele lugar.

O garoto se deparou com o corredor silencioso, todos deveriam estar tomando café da manhã, mas quando ele desceu as escadas e entrou na sala de jantar, não viu ninguém, a não ser Suzana.

Ele percebeu como ela estava levemente desligada ao que acontecia ao redor dela. Seus olhos estavam fixos na xícara de chá e seus pensamentos estavam longe, talvez do outro lado do mundo, de acordo com Cameron. A garota nem ao menos se mexeu com a aproximação dele.

Uma das serviçais entrou pela grande sala, com um eletrônico em mãos. Suzana se surpreendeu com a aproximação da mulher e mostrou um sorriso enquanto ela o entregava para a garota. Cameron não parecia esperançoso que ela fosse dizer alguma coisa.

O garoto tinha que admitir, ele não estava confiante. Ela era uma criminosa, uma rebelde e pelo que ele havia entendido de toda a história, era uma das mais inteligentes que poderiam encontrar. Ela e os amigos tiveram a audácia que nenhum outro rebelde já tinha tido em toda a história da segunda monarquia. Se infiltrar no castelo era o mesmo que pedir para morrer, eles estavam indo bem antes de serem descobertos.

Cameron tinha medo de que tudo aquilo fosse uma armação. O Canadá podia ser um grande e poderoso país mas todos sabiam como eles eram egoístas e gananciosos. Qualquer que fosse o verdadeiro plano do rei, ele estava conseguindo enganar perfeitamente os pais de todos eles.

O príncipe percebeu com Suzana se interessava cada vez mais pelo o que estava lendo no aparelho. A garota levou a xícara de chá até a boca, Cameron percebeu que aquele silêncio estava lhe matando.

─ Como eles te descobriram? ─ ele perguntou, fazendo com que a garota levantasse o olhar, assustada com a pergunta ousada. ─ Você parece uma perfeita princesa, em todos os sentidos.

Suzana reparou nas próprias costas, eretas enquanto se encostava na cadeira, cruzando as pernas logo depois. Os ombros estavam erguidos como sempre, ela pegava tudo com a maior delicadeza que conseguia. O vestido pesado do dia anterior tinha sido esquecido no fundo do armário. Agora ela usava algo de pano leve e escuro, com mangas compridas e escondendo o ombro tatuado. Esconder o desenho tinha se tornado uma mania que ela tinha adquirido com o tempo que tinha passado no castelo como uma selecionada. Os cabelos da garota estavam jogados para trás, presos com algumas presilhas prateadas para que as partes mais curtas não caíssem na frente de seu rosto.

─ Acho que você não precisa saber dessa história. ─ Suzana respondeu, bebendo mais um pouco do chá e prendendo sua atenção no que estava lendo mais uma vez.

─ Quantos anos você tem? ─ ela escutou o garoto perguntar, Cameron parecia uma criança curiosa.

─ Dezessete.

A garota permaneceu em silêncio, esperando que ele não perguntasse mais nada.

─ Não se pode entrar numa seleção com menos de dezoito anos. ─ Cameron comentou, confuso. A garota levantou seu olhar, encarando por alguns instantes e mostrou um sorriso irônico ao perceber que ninguém sabia que ela tinha essa idade quando entrou no castelo. ─ Você pode me dizer onde é a aula de relações internacionais?

─ Na biblioteca do segundo andar. ─ ela respondeu. ─ Tenha um bom dia, Cameron.

O garoto mostrou um sorriso, forçado. Depois se levantou e caminhou em direção ao salão de entrada, subindo as escadas o mais rápido que conseguia. Suzana esperou parar de escutar os passos das botas do garoto para deixar o coração bater forte, agora ela sabia o verdadeiro motivo para Shawn estar ali.

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