XXXII.

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Shawn se sentia um completo idiota.

Ele nunca tinha tratado ninguém com tanto descaso como tinha feito com Tris. E ela nem ao menos merecia ser a lata de lixo para todos os problemas de Shawn. Ele nunca deveria ter descontado a raiva que estava sentindo sobre a garota. Nunca.

Mas ele estava se sentindo mal. Normalmente, ele nunca se deixava levar pelas emoções e sempre tentava manter a pose, tentando não ser mudado pelos sentimentos e continuando o mesmo herdeiro de sempre. Mas, em alguns dias, ele simplesmente não conseguia. Tudo ao redor parecia girar para que ele não conseguisse se estabilizar como a normalidade.

Tudo estava correndo terrivelmente e ele se sentia levemente mal por causa de uma única pessoa: Suzana. Na verdade, Shawn não conseguia identificar o que sentia por ela. Era um amor, mas um amor diferente do que ele já tinha sentido pela garota. Era algo diferente, algo que lhe deixava feliz ao saber que a garota estava feliz. Mas, sempre que via Suzana aborrecida, algo em seu coração dizia que ele deveria fazer algo para animar a garota, melhorar a vida dela. Mas não tinha nada para se fazer, somente esperar. E isso deixava Shawn muito decepcionado.

Ele pegou uma das rosas brancas, recém colhidas, colocadas num dos arranjos do corredor e caminhou na direção do quarto da irmã. O príncipe sabia que naquele horário, Amber sempre estava sozinha, a garota sempre gostou de ter um momento só para ela durante as manhãs e Shawn nunca tinha entendido o porquê.

O garoto bateu na porta, não recebendo nenhuma resposta. Shawn repetiu o ato, continuando sem nenhuma resposta. A preocupação tomou conta do irmão mais velho e ele abriu a porta, mesmo não recebendo nenhuma permissão para isso. Ele se deparou com a garota sentada sobre a cama, usando pijamas infantis e tranças no cabelo. Amber tinha os olhos vermelhos enquanto abraçava os próprios joelhos.

Shawn se aproximou lentamente, tentando não assustar a garota com algum movimento brusco. Sempre que Amber ficava naquela situação, ela sempre se tornava vulnerável. A garota levantou o olhar para encarar o irmão, sempre elegante e com roupas luxuosas, ele se sentou no pé da grande cama, percebendo que o aparelho eletrônico que todos haviam ganhado, estava sobre a cama da garota, na frente do campo de visão dela.

─ O que houve, Am? ─ ele quis saber, deixando a rosa que tinha trago sobre a cama da garota, se aproximando dela e tocando os braços da garota.

─ Eles não se lembraram, de novo... ─ ela comentou, fungando o nariz, mostrando um sorriso fraco. O mesmo sorriso que o irmão mostrava quando queria dizer que tudo estava bem, mesmo que não estivesse. Eles eram muito parecidos na aparência.

Ele suspirou, se lembrando de que Amber não recebia uma mensagem dos pais desde a primeira semana naquele castelo. A garota tinha se acostumado, durante cinco dias, a acordar com alguma mensagem da mãe ou do pai, esperando por ela na caixa de entrada do aparelho. Mas depois, elas pararam. Shawn já tinha explicado várias e várias vezes que isso também acontecia com ele, que era somente uma precaução quanto a segurança de todos eles. Mas Amber parecia aborrecida demais para entender.

Era isso que ela fazia durante as manhãs. Sentava-se em frente ao aparelho e esperava alguma mensagem, dizendo que tudo estava bem e que tudo ficaria bem. Amber era praticamente uma criança. Tinha alma de criança. Precisava de atenção e com tudo o que estava acontecendo, ela precisava de toda a atenção sobre ela.

─ Am, eu estou aqui com você. Não precisa se preocupar quanto aos nosso pais. Tudo vai acabar bem. ─ Shawn tentou reconfortar a irmã.

Ele a abraçou o mais forte que conseguia quando viu a garota agarrar seu braço, o apertando com força, choramingando no ombro do irmão. Shawn não suportava ver a irmã mais nova naquela situação. Se via na obrigação de fazer os dias de Amber ficarem mais coloridos, ela não merecia passar por tudo o que estava acontecendo.

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