VIII.

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─ Shawn, o que você acha do lilás? ─ Amber perguntou, andando pelo quarto, carregando um dos cabides, o qual segurava um vestido da sua cor preferida. Ela o arrastava pelo chão por não consegui-lo levantar o bastante.

O irmão mais velho estava sentado na poltrona do quarto, olhando para a grande cama que estava repleta de vestidos. Ele tinha certeza de que se fosse Cassiane, a primeira dama da irmã, se recusaria a arrumar tudo de novo.

─ Normal. ─ ele respondeu, não sabendo o que falar.

─ Eu gosto muito do azul-bebê. Mas não sei... ─ ela comentou, olhando para os dois vestidos. ─ Todas aqui usarão cores fortes, e eu não nenhum nenhum vestido escuro. Todas essas princesas são tão... Maduras.

Shawn percebeu qual era o problema da irmã, ele se levantou e foi ao encontro dela. Ele a abraçou, pelos ombros, olhando para os vestido esticados na cama. Eles eram o que Amber sempre tinha usado, cores claras, delicadas, algo que combinava perfeitamente com o sorriso da irmã.

─ Amber, eu gosto do azul-bebê. ─ ele comentou, olhando para o vestido. ─ E acho que se você o usasse iria ficar parecida com aquela princesa daquele conto de fadas de séculos atrás que nossa avó lia para você...

─ A Cinderela? ─ a garota perguntou, parecendo animada. Shawn balançou a cabeça, concordando sem nem ao menos se recordar se o nome era realmente esse. ─ Mas você não acha um pouco, fosco?

O garoto sorriu.

─ Fosco?

─ Sabe... Acho que não vou chamar muita atenção com esse vestido em meio a tantas herdeiras.

─ Eu acho que você ficará deslumbrante. ─ Shawn avisou, deixando um beijo carinhoso na cabeça da garota. ─ Você é uma garota incrível, Amber, não precisa querer ser igual a elas, você é fantástica do jeito que você é.

Shawn ajudou com que a irmã colocasse todos os vestidos de volta em seus respectivos lugares, já que ele era mais alto e não tinha ferimentos sérios no braço esquerdo. O irmão mais velho esperou que a garota dormisse, para que finalmente pudesse sair do quarto, mas não antes de olhar para Amber pela última vez.

O garoto se lembrava perfeitamente do que ela tinha nascido. Ele tinha quatro anos, achava incrível ter uma irmã, pensava que as responsabilidades que ele já tinha, mesmo criança, iriam ser dividas com ela. Estava enganado.

Mesmo já tendo escutado histórias sobre irmãos invejosos ou que achavam que tudo fosse uma injustiça, ele nunca conseguiu odiar a garota por ela ser tratada de uma maneira completamente diferente da dele. Enquanto Shawn aprendia cálculo, ela lia contos de fadas; ele aprendia a cavalgar e planejar ataques, ela tomava chá com a mãe e com outras garotas que também viviam no castelo. Ela era adorada pelo país pelo espírito artístico que tinha herdado da mãe enquanto ele aprendia a governar para dar uma vida cada vez melhor para o povo.

Amber sempre tinha sido uma garota doce e adorável, nunca reclamava das coisas que tinha e tentava ajudar todos que conseguia. Shawn sabia que ela não deveria ter passado pelo atentado, muito menos estar também ameaçada de morte. Ela era uma princesa, não uma herdeira, mas mesmo assim poderia morrer.


Maria Cristina entrou pelo seu quarto, imitando os passos de dança que tinha aprendido com Luke, sorrindo sozinha por estar se sentindo tão bem. Ela jogou as sapatilhas de lado, cantarolando enquanto procurava por alguma coisa para amarrar o cabelo e tomar um banho. Em cima da cama, ela viu o aparelho eletrônico que tinha ganhado no jantar, quando resolveu que estava na hora de colocar as notícias em dia, alguém entrou pela porta, sem nem ao menos bater.

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