XLII.

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O garoto conseguia enxergar as nuvens e o céu azulado. Por mais que a sensação de andar num avião fosse boa, ele não conseguia simplesmente tirar sua cabeça de tudo o que estava acontecendo. Jordan encarou o garoto sentado em sua frente. Martin tinha se livrado da gravata, do terno paletó amassado e tinha dobrado as mangas da camisa de algodão. O silêncio seria relaxante naquele momento, Jordan poderia tentar dormir e descansar, mas era impossível quando Suzana e Sebastian já tratavam uma discussão durante quase uma hora.

─ Garota, você tem que entender! ─ Sebastian pediu, Jordan já tinha perdido as contas de quantas vezes já tinha escutado aquela frase vinda de Sebastian. ─ Eu não posso falar mais nada.

─ Não me faça de idiota, Sebastian. Você pode sim me contar tudo o que sabe, mas pelo que parece, você tem medo!

Sebastian encarou Suzana, os olhos azuis e brilhantes, ameaçados pela garota, ou simplesmente prontos para atacar. Suzana não conseguia entender o significado da intensidade do olhar de Sebastian McGorry.

─ Você é da mesma maneira que me avisaram, só não quis acreditar. Se soubesse, teria recusado tudo isso e continuado nos Estados Unidos. ─ Sebastian comentou e um turbilhão de pensamentos passou pela cabeça de Suzana. O fato de Sebastian ter desaparecido e ser visto conversando com Peter em terras americanas, tudo o que o homem já tinha falado sobre Kris e o fato dela ter praticamente tentado salvar a vida de Suzana. Eram muitas perguntas, porém Suzana não conseguia respostas para nenhuma delas. Tudo se tornava um emaranhado de confusões. ─ Sabe, o nosso dever não é mexer com pessoas como você. Tudo já estava perfeitamente em controle quando você resolveu seguir um rumo que você foi criada para não dar atenção! A culpa disso tudo é sua. Se não fosse por você, não teríamos um mal para nos preocupar chamado Jasmine.

─ Quem avisou sobre mim? ─ ela quis saber. Ela precisava saber.

Suzana viu o momento que o homem em sua frente tirou do bolso um lenço branco e do mesmo desenrolou um frasco pequeno com algum líquido transparente. Sebastian fazia tudo atentamente. Abrindo o pedaço de tecido, respingando um pouco do líquido sobre ele. A garota encarou os olhos azuis de Sebastian assim que ele levantou o rosto e tentou entender, mais uma vez, o que estava acontecendo.

Tudo dependia disso naquele momento.

─ Seus pais, claro. Ou você acha que algum dia chegou a ser alguém normal? Você nunca será normal, Suzana. Assim como sua família, seus irmãos e todas as pessoas ao seu redor.

Antes que a garota pudesse revidar, Sebastian foi mais rápido e ela sentiu o cheiro embriagante do lenço no mesmo momento que o tecido foi colocado sobre seu nariz, fazendo com que ela expirasse o cheiro que pouco a pouco, fez seus músculos relaxarem. Sebastian só se afastou quando sentiu alguém o empurrar para longe.

─ O que pensa que está fazendo? ─ Martin perguntou, irritado, encarando a garota que agora, respirava tranquilamente, olhos fechados, submersa num sono profundo e angustiante.

─ Ela estava fazendo muitas perguntas que por enquanto não precisam de respostas. Suzana deveria estar se preocupando em como se livrar de Jasmine, não sobre coisas que ela vai descobrir com o tempo! Fiz um favor para mim, para vocês e para ela. Agora, descansem, esse pode ser o último instante de paz para vocês.

Jordan se viu na obrigação de se preocupar com Suzana, mas logo depois percebeu que seria perda de tempo. Ele conhecia aquilo que Suzana tinha acabado de respirar. Tinha acontecido o mesmo com ele e nenhum resultado sério foi provocado. Martin se sentou ao lado da garota no mesmo momento que Sebastian falou mais uma de suas frases de efeito e depois desapareceu ao entrar na cabine do comandante.

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