XXXIV.

112 18 114
                                    

─ Você sabe que eu sinto muito, não é? ─ Maria Cristina perguntou, sentada na beirada da cama da italiana, vendo como ela arrumava suas malas cuidadosamente e sozinha.

Sarah não tinha falado nada desde o instante que a garota entrou no quarto. Ela só sabia cantarolar uma música infantil e singela. Maria Cristina tinha certeza de que se tratava de alguma música para a irmã.

─ Fiquei o dia todo esperando respostas dos meus problemas, Sarah. Se eu soubesse, teria vindo ficar com você. ─ a sul-africana respondeu, olhando carinhosamente para amiga que dobrava um de seus pesados vestidos.

Várias malas já estavam espalhadas pelo quarto. Grandes e pequenas, todas escuras, com o selo da família real italiana. Sarah tinha um aparência horrível, a maquiagem escorria pelo rosto, os olhos estavam vermelhos e as bochechas molhadas. Os cabelos estavam bagunçados. Maria Cristina sabia que os pensamentos da garota também deveriam ser uma bagunça. Quem estava predestinada a morrer naquela história era Sarah, não a pequena irmã.

─ Do que adianta ter companhia? ─ Sarah mostrou um sorriso forçado e debochado. ─ Isso não vai trazer Mady de volta.

─ Quando você vai partir? ─ Maria Cristina engoliu um seco.

─ Às cinco da manhã.

Maria já sabia que o dia estava acabando e que em poucos instantes já seria noite.

─ Vou ficar com você essa noite, tudo bem? ─ ela perguntou, recebendo um sorriso grato da garota. ─ Não sei quando vamos conseguir nos ver de novo.

─ Ai de você se pensar que não vou em seu casamento. Serei a sua madrinha. E acho bom que você tenha muitos primos bonitos. ─ Sarah comentou, a outra ficou feliz por ver a garota sorrir daquela maneira em meio ao momento difícil.

Martin viu quando Victor entrou no quarto que Jasmine estava usando. Ele estranhou o fato do amigo nem ao menos bater na porta. O garoto era bom com observações, tinha passado meses trabalhando com aquilo. Usar com os amigos parecia errado, mas ele tinha que descobrir o que estava acontecendo com Victor Hamitch.

O jantar estava quase chegando, e naquele horário, todos estariam se arrumando para o mesmo. A vontade de Martin era tomar um banho, mas ela foi interrompida quando a porta do quarto de Suzana foi aberta e alguém o puxou para dentro.

Martin endireitou quando a porta foi fechada, ele arrumou a blusa que tinha ficado amarrotada com o puxão e olhou assustado para Suzana.

─ Precisamos conversar. ─ a garota falou.

─ Olha, para conversar comigo não precisa disso tudo. É só abrir a porta, e falar, "Martin, quero conversar com você", pronto, eu vou entrar e nós vamos conversar. Quase morri de susto, nunca mais faça isso.

Os Douphing sempre seriam os reis do drama.

─ Mas o que há de errado? ─ ele perguntou, vendo que a garota se afastou da porta e caminhou até a penteadeira, abrindo uma das gavetas e se virando para ele, mostrando uma flecha e um lenço, na outra mão, pedaços de papel.

O tempo seguinte foi usado para explicar tudo o que tinha acontecido nos últimos dias desde o aparecimento do nome da garota nos muros ao redor do castelo. Martin escutou tudo atentamente, tentando não achar que tudo aquilo poderia ser loucura. Elijah parecia ser um cara um tanto quanto lento.

─ E é por isso que preciso de sua ajuda. Preciso que disfarce minha saída e não deixe ninguém perceber que sumi. Só posso confiar em você para isso, Martin.

School Of Heirs Where stories live. Discover now