XXXI.

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Martin estava irritado.

Era impossível trabalhar sem a ajuda de Victor. O asiático parecia o único que tinha controle sobre aqueles aparelhos eletrônicos. Parecia impossível procurar algo pela internet agora, já que antes tudo parecia muito mais fácil com os programas de hacker que só Victor Hamitch era capaz de controlar.

O problema era que o garoto tinha resolvido se prender dentro do próprio quarto por horas. Logo após a discussão na sala de estar na qual ele pareceu bem irritado com Suzana, Victor resolveu não dar mais as caras, o que estava deixando Martin um pouco preocupado. E se todos naquela casa resolvessem se prender dentro dos próprios quartos e deixassem que as coisas acontecessem naturalmente?

Por mais que ele tentasse, ele não conseguia encontrar nenhuma resposta no site de pesquisas tão famoso. Se fosse Victor, com uma única palavra que ele digitasse, encontraria tantas respostas que até mesmo algumas não seriam necessárias. E Martin precisava fazer aquela pesquisa, precisava encontrar respostas sem Victor. Depois de tudo o que ele tinha presenciado duas noites atrás, ele precisava fazer aquilo sem ele.

Martin não sabia se Victor era descuidado ou se ele era bom demais no que fazia. Mas, enquanto o asiático pensava que ele estava dormindo, ele observou todos os passos de Victor por suas costas. A maneira como ele investigou cada detalhe do ataque da Academia de Artes, a maneira como encontrou respostas que Martin nunca imaginou que encontraria. Ele também teve vontade de rir da maneira desesperada que Victor fingiu dormir quando viu que o elevador estava descendo.

Todos ali eram bons de atuação. Todos eles eram alunos de artes anos atrás.

Victor parecia ter esquecido isso.

─ Você não vai acreditar no que aconteceu! ─ Martin se virou assustado ao escutar a voz do irmão, se surpreendendo com a presença de Luke, fechando rapidamente o navegador da internet. ─ Nossa, você se assusta fácil. ─ o irmão zombou. ─ Aposto que estava fazendo algo errado.

Luke mostrou um sorriso torto, fazendo com que o irmão rolasse os olhos e o encarasse, esperando por respostas. Assoviando, o Douphing mais novo puxou uma das cadeiras e se sentou, girando como uma criança.

─ O que deu em você? ─ Martin quis saber, estranhando a felicidade do irmão. ─ Bebeu ou algo do tipo?

Ele escutou um longo suspiro, o mesmo tinha sido acompanhado por um sorriso meio lerdo.

─ Me diga o que você estava fazendo primeiro, Martin. ─ Luke ficou sério de repente, assustando Martin. O irmão sempre tinha sido profissional em mudar de humor daquela maneira. ─ Sei que você quase não se assusta e quando isso acontece é porque você está tenso. E você só fica tenso quando está fazendo algo de errado. Sou seu gêmeo.

─ Não estava fazendo nada, já disse. ─ Martin respondeu, gesticulando com as mãos. ─ Não tem nada para se fazer, você sabe disso. Jordan cuida das mortes, Victor cuida dos programas de segurança, Suzana sempre foge e nós dois, bem... Nós dois somos os mascotes do time. Fazemos alguma coisa quando é preciso.

─ E se eu te conheço bem, você está muito bravo por causa disso. Está cansado de não fazer nada e ser chamado somente quando é preciso, acertei? ─ Luke arqueou uma das sobrancelhas com a dúvida. ─ Martin, Martin, Martin... ─ ele repetiu o nome do irmão, parecendo debochado. ─ Só você para estragar minha felicidade com preocupações de seus sentimentos. Vamos lá, me diga o que está acontecendo. Se você não disser eu posso simplesmente entrar no programa de Victor e descobrir por cont...

─ Espere! ─ Martin interrompeu o irmão. ─ Você sabe a senha de Victor?

─ Claro que sei. ─ Luke respondeu. ─ Akeila.

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