XX.

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Cameron parou na porta do próprio quarto, assustado. De todos os lugares que ele imaginou procurar, nunca pensou que Suzana estaria no seu quarto, sentada sobre sua cama, com uma fatia de torta de chocolate em mãos, choramingando e fungando o nariz, embrulhada numa das cobertas.

Suzana sempre estava nos lugares mais improváveis.

─ Quando Shawn disse que as coisas começariam a ficar sérias, não pensei que te encontraria com a boca toda suja de chocolate. ─ o garoto comentou, fechando a porta e se aproximando lentamente da cama, como sempre fazia ao tentar se aproximar de Suzana.

Ela limpou a boca rapidamente, fungando o nariz logo depois. O clima não estava para brincadeiras e Cameron percebeu isso quando a garota não riu timidamente para ele. Ela estava chorando, ele viu no momento que encarou os olhos avermelhados dela, como ele nunca tinha visto antes. Suzana estava da maneira que ele nunca imaginou ver. Ela parecia... Desesperada. Chorar parecia a única resposta para o momento.

─ Eu sabia que ele estava no corredor. ─ ela comentou, fungando o nariz. ─ Ele sempre está quando algo sério acontece. Eu só precisava mostrar para Victor que estava bem, vestir um jeans e correr para algum lugar que não me procurariam e bem... ─ Suzana pareceu pensativa. ─ Poder desabafar com lágrimas e comendo algo de chocolate. Eles nunca me procurariam no seu quarto.

Cameron se sentou ao lado da garota, vendo quando ela ofereceu um garfo limpo, dizendo que os dois deveriam dividir o pedaço da torta em questão. Ele sorriu, aceitando o talher, pegando um pedaço logo depois.

Ele não sabia o que falar.

─ O que ele disse te afetou? ─ ele perguntou, tentando tirar algo da garota. Desabafar com palavras era mais lucrativo do que com lágrimas. ─ É verdade?

O príncipe percebeu quando as bochechas de Suzana ficaram levemente rosadas. Ele não sabia se era por causa das perguntas ou algo que ele não conseguia saber.

Quando ele pensou a garota lhe daria uma de suas respostas prontas, fazendo com que ele se calasse, ela continuou quieta, fazendo com que ele se assustasse, mais do que imaginava. Qual era aquela Suzana?

─ Nunca tinha acontecido antes. ─ ela respondeu. ─ Mesmo com todos os meus diários, eu não achei respostas para isso. Porque ninguém teve a ideia de me desestabilizar dessa maneira. Ninguém nunca teve coragem de falar tudo o que eu já sei dessa maneira. Não é fácil admitir meus sentimentos. Não é fácil conversar sobre meus sentimentos com as pessoas. Eu só queria não tê-los...

─ Os sentimentos? ─ Cameron perguntou, assustado.

─ Não. Martin, Shawn e você. ─ ela respondeu, mostrando um sorriso torto ao ver a expressão assustada de Cameron, logo depois. ─ Claro que são os sentimentos, Cam. Eu não me arrependo de ter conhecido você, nenhum de vocês...

─ Tem algo que eu possa fazer para te ajudar? ─ ele perguntou, sabendo que vindo de Suzana, ele nunca sabia o que fazer, como agir, o que falar. Era sempre assim, Suzana o deixava sem saber o que fazer e ele gostava de improvisar.

Ele viu quando ela deixou o prato de lado, se aproximando dele e passando os braços ao redor do corpo do príncipe, só precisando de um abraço. Cameron relaxou os ombros e voltou a se encostar no amontoado de travesseiros na cabeceira da cama, levando a garota consigo. Suzana respirava tranquilamente, e ele acariciou os cabelos escuros dela, pela primeira vez quando ela estava acordada. Parecia um crime encostar em Suzana quando ela não estava dormindo.

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