XXVIII.

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─ Estou com vontade de te dar um tapa na cara! ─ Sarah falou, irritada.

Maria Cristina pareceu confusa com o comentário. Ela não via motivos para agressão somente por contar a novidade para a italiana. A sul-africana revirou os olhos quando a garota começou a falar em italiano carregado, como se fosse o fim do mundo.

─ Talvez assim você acorde para a vida. ─ Sarah completou, abafando um grito de desgosto.

─ Não vejo nada de errado no que fiz.

Sarah olhou com deboche para a garota sentada em sua cama. Maria Cristina parecia tranquila demais com o que tinha acontecido na noite anterior. A italiana realmente estava achando que a amiga estava louca.

─ O garoto volta, diz que te ama e você fala que não vai perdoá-lo? ─ Sarah perguntou, ainda desacreditada. ─ Ele disse que te ama, Maria Cristina! Ele disse que te ama! Sabe, aquelas três palavrinhas... Eu te amo... Sabe o significado delas? Então, ele as disse com essa intenção. Então você beija o garoto, se afasta, diz que o odeia e que não vai perdoá-lo... ─ a italiana começou a bater palmas. ─ Parabéns pela sua idiotice.

─ Você viu o quanto eu sofri por todos esses dias, não viu? ─ Maria Cristina perguntou, fazendo com que a outra suspirasse, tentando se acalmar. ─ Viu como ele ficou dias me ignorando, como foi embora sem falar nada... Eu não tenho culpa se tenho um pouco de amor próprio.

─ Eu concordo com toda essa história de que temos de ter amor próprio, que temos que pensar primeiro em nós mesmas para depois pensarmos em quem amamos, que não podemos nos rebaixar ao ponto de perdoarmos alguém por algo idiota! Mas Luke foi corajoso, se afastou por coragem, se afastou porque percebeu as intenções de Sebastian... Ele não se afastou somente por sua causa, tenho certeza. Mas agora que ele voltou, disse que te ama, expressou os sentimentos dele, você resolveu fazer o seu joguinho. Luke nunca esteve jogando, nunca. Ele estava fazendo o trabalho dele aqui dentro!

Maria Cristina engoliu um seco com o olhar feroz que estava recebendo da loira. Ela já tinha percebido que os cabelos de Sarah estavam escurecendo com o passar do tempo, talvez fosse genética ou algum tratamento capilar.

─ Vou falar com Luke. ─ Sarah avisou, fazendo menção de sair do quarto, mas foi interrompida pela amiga que se levantou, rapidamente.

─ Não, por favor.

As duas se encararam, Sarah cruzou os braços, irônica.

─ Me dê motivos para isso.

A sul-africana parou, e resolveu pensar.

Ela estava fazendo o certo?

─ Eu não sei o que fazer nessa situação! Eu me apaixonei rápido demais por Luke. Tudo aconteceu sem que eu pudesse controlar. Quero ver qual vai ser a reação dele quanto a isso. Preciso saber se ele vai continuar tentando fazer com que eu o perdoe. Por favor, Sarah... Deixe que as coisas se concertem com o tempo.

Sarah respirou fundo, passando a mão pelo cabelo, tentando decidir o que era o certo a se fazer. Tudo bem, ela sabia que estava fazendo demais ao se entrometer na vida amorosa dos dois daquela maneira. Mas, ela não podia deixar que a melhor amiga sofresse daquela maneira.

─ Herdeiros não têm tempo, Maria! ─ Sarah falou, abrindo a porta. ─ Só não estrague o meu casal favorito.

─ O que você está fazendo?

Luke nem ao menos levantou o olhar para saber que era o irmão.

O garoto continuou olhando para o tabuleiro de xadrez quando viu Martin sentar-se em sua frente, apoiando os braços sob a pequena e redonda mesa. Encarando as peças mal organizadas pelo irmão.

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