A maratona de filmes de terror!

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Era difícil não olhar para as pantufas. Elas eram de cor negra, com fofinhas orelhas felinas, havia até uma carinha sorridente com uma imitação tosca de um nariz triângulo invertido de gato e bigode. Jean estava com uma das pernas apoiada no joelho, quando o seu pé balançava a pantufa, logicamente, seguia o movimento, só então que Gabriel notou que o calçado ainda tinha um mini rabo negro na parte traseira. Aquela visão era de contrastante, Jean era musculoso, alto, pele morena, cabelos cor da noite mais escura, olhos verdes como esmeraldas, tinha até um elegante cavanhaque, era a personificação física da masculinidade, vê-lo vestido daquela forma parecia causar uma espécie de curto circuito no cérebro... Mas, a verdade é que já devia estar acostumado com o jeito inesperado do alfa.

Jean parecia muito relaxado, sentando no grande sofá em forma de "L" da mansão do vampiro com aparência de adolescente. No seu colo uma tigela de pipocas que comia tranquilamente enquanto observava os lobisomens (e vampiro) sentando a sua frente, em outro sofá retangular.

— Então... — Gabriel tomou a iniciativa já que ninguém parecia querer começar o assunto — Sem querer ser desrespeitoso... Enfim... Jean, o que você faz aqui?

— Se não está vendo, Gabi, estou comendo pipoca e planejando uma noite de maratonas de filmes de terror, acho que tinha mencionando isso antes. — Respondeu lambendo os dedos agora salgados, havia um inquestionável sorriso nos seus lábios. O alfa estava se divertindo, obviamente.

— Alfa Jean... — Cassandra soltou um claro sinal de censura, mas o alfa apenas sorriu.

— Não seja mal educado, Jean. — O vampiro que até o momento estava na cozinha tinha agora adentrado na sala acompanhando por uma nova taça de ... Sangue? Vinho? Ainda não sabia ao certo a natureza do líquido vermelho! Marco sentou no sofá ao lado do alfa, cruzou as pernas e assumiu uma postura que claramente dizia "Olhem! Sou da realeza! Sofram de inveja, mortais!".

— Mas eu só respondi a pergunta que me foi lançada, ao menos que ela seja mais precisa então terão uma resposta do mesmo nível.

"Perfeito... Começou o joguinho!" Pensou em desespero Gabriel, Alfa Jean podia ser um gênio reverenciado até pelo próprio conselho, mas devido as suas excentricidades se tornava difícil tratar de coisas simples como ele, como conversar! Pelo visto, Jean achava muito divertido provocar seus amigos e gostava de "brincar" de deduzir os fatos e situações...

— O que está fazendo aqui, quando digo aqui, estamos nos referindo a essa cidade, longe de sua alcateia e é obvio que nem a mesma sabe que está aqui, não é? — Gabi soltou um suspiro já imaginando a confusão que deveria estar no lar do alfa gênio — Enfim, ainda irei tornar a minha pergunta ainda mais precisa, o que está fazendo aqui com um vampiro? Sem querer ofender, senhor Antonangeli.

Marco fez um gesto com a mão que parecia indicar que não tinha se ofendido, ou podia significar que estava espantando alguma mosca, mas... Como nenhum inseto era visível, provavelmente a primeira opção era verdadeira.

—Viu? Eu sabia que podia fazer uma melhor pergunta. — Piscou contente Jean — Vejamos, por onde começar? — Coçou o seu cavanhaque — Eu conheci o Marco por um site de relacionamentos!

Marco, por sua vez, cuspiu o liquido estava bebendo, momentos atrás, tranquilamente. Uma atitude nada "chique", ainda mais quando o tal liquido escorria pelo o seu nariz e o vampiro nobre enxugava a boca com as costas da mão.

— Jean! — Rosnou o vampirinho — Não conte lorotas!

— Lorotas! Vocês ouviram? Ninguém fala mais essa palavra, meu docinho de coco! — Disse isso enquanto dava uma tapinha afetuoso na perna do dito vampiro.

Sangue de Lobo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora