Sangue de Lobo (Romance Gay)

Missão grupo II - Fase II : O ataque!

— Acho que as células sensoriais do meu nariz estão morrendo... — Resmungou Diego colocando a mão sobre a boca e nariz, tinha imaginado que o odor do lixão iria ser forte, mas não que fosse tão forte assim. Com aquele cheiro de putrefação seria difícil farejar algo! Lobisomens sempre confiavam mais em seus narizes que em seus olhos, afinal, suas células olfativas podem caracterizar ainda mais o ambiente a sua volta além dos limites da visão... Podia identificar a umidade do ar, a presença de mofo, detectar a presença de comida fresca ou estragada no recinto, tinta recém utilizada, quantas pessoas já tinham passado naquele local, se estavam assustadas ou não, que tipo de perfume usavam, se tinham tomado banho ou não, se estavam machucadas, se eram homens ou mulheres...Podia seguir o rastro deixado pelo o odor! Podia identificar se tinham algum inimigo a sua frente! Mas ali, com aquelas cordilheiras de montanhas de lixo a céu a aberto, seu nariz era totalmente inútil! Di se sentia exposto e defeituoso, como se tivesse perdido uma parte essencial do seu corpo!

— Pense no lado positivo! Quando chegarmos na mansão do vamp Marco, iremos esquecer dessa suja experiência tomando um gostoso banho de banheiro, juntinhos e peladinhos! — Disse Jack todo animado.

— Eu não quero tomar banho com você... — Disse Alexander alarmado com a possibilidade.

— Pena, mas eu estava convidando o gatinho e não você, vamp! Sem ofensa é claro! Só que meu coração pertence ao Diego... — Nisso colocou de forma dramática as duas mãos sobre o peito e piscou para Di.

— Eu tomarei meu banho sozinho, muito obrigado. — Cortou o curandeiro — E por que você não está sofrendo com esse cheiro?

— Sou um agente do conselho, baby! Somos treinados para suportar tais situações... Nunca se sabe quando o trabalho de campo será em um lixão como esse, nos esgotos de uma cidade, na fossa séptica, enfim! Um dos pontos fracos dos lobisomens é confiar em demasia em seu olfato, logo devemos nos adaptar a situações em que ele não funcione.

— Que saco... — O que Diego queria dizer na verdade era que incrível, mas não iria elogiar o treinamento de agentes, subordinados a um sistema defasado como o conselho! Definitivamente, não iria elogia-los!

— De qualquer forma, temos que seguir esse caminho e chegaremos no local aonde eles guardaram as pílulas. — Informou o vampiro.

— Engraçado que não tenha nenhum funcionário aqui... — Comentou Jack andando pelo caminho que era mais uma trilha em meio aos montes de entulhos.

— Jean me informou que esse tal lixão que vocês se encontram foi desativado semana passada, a prefeitura da cidade já revogou a licitação com a empresa que administrava esse local... — Disse Marco em seus comunicadores — Nem os catadores de lixo são permitidos nesse perímetro. O que leva a uma dúvida...Como vocês entraram? Deveria ter guardas na porta de entra e...

— O vamp-mirim nos mostrou sua entrada secreta! — Respondeu Jack — Achei que seria mais prudente entrar de forma sorrateira do que tipo "Oi! Estamos aqui só visitando um lixão, sabe? Uma coisa totalmente normal de se fazer em um fim de semana ensolarada em uma cidade costeira!"...Imaginei que poderia ser esquisito!

— Tenho lhe dar as minhas congratulações, meu caro! — Marco parecia admirado, afinal, Jack demonstrou que tinha sim cérebro na cabeça (deve-se frisar que se tratava da cabeça de cima e não daquela que se encontra entre as pernas do agente).

— Hehe... — Sorriu orgulhoso.

Di rolou os olhos.

— Contudo, mesmo que vocês tenham penetrado nessa área...