O pedido

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Os seus pés estavam imersos na fria piscina em uma tentativa quase que fútil de relaxar. Na verdade, aquele simpósio de curandeiros deveria ser exatamente isso uma quase-férias. Longe de sua alcateia e das responsabilidades associadas à sua posição, era um momento que Gabriel dispunha para restaurar as energias, reencontrar amigos (no caso os seus pupilos) e farrear. Pois bem, aquela vez todo as suas quase-férias foram destruídas. Bem, não fora uma grande surpresa aquele resultado já que de antemão tinha planejado aprofundar as suas investigações durante o simpósio. Contudo, o que não tinha previsto era causar tantas confusões e muito menos que tais confusões afetassem sua alcateia natal.

— Nossa... Gostaria de uma caipirinha agora. Com bastante gelo, álcool e limão. Também queria passar dia todo na praia, me bronzeando e sendo massageado por um bonitão nativo. Devo dizer que um bonitão usando só tanguinha. Ou não usando nada...Se possível eu poderia tomar a caipirinha no bonitão. Sobre seu corpo nu e... Nossa! Seria perfeito! — Choramingou batendo os pés na piscina. Sim, estava sendo meio infantil, mas achava que tinha ganhando o direito de desabafar seus desejos mais profundos depois de uma experiência de quase morte.

— Nós lobisomens não sentimos o efeito do álcool. — Alguém disse as suas costas.

Gabriel interrompeu suas ações instantaneamente. Sem se virar, respondeu:

— O objetivo não é me embebedar e sim degustar de um bom drink (sobre um cara musculoso, vale salientar). Não quero afogar minhas magoas...

— Se é afogar que você deseja, posso muito bem te ajudar nesse quesito.

O intruso nem terminara a sua fala e já atuou. Em outras palavras, empurrou Gabriel para dentro da piscina sem dó nem piedade.

— Eu disse que não queria afogar as minhas mágoas. — Falou, arfando, nadando até a borda. Teve que retirar os seus cabelos loiros de cima de seus olhos, abrindo suas mechas como cortinas de um teatro. E ali estava a sua plateia...Ela não parecia muito feliz em vê-lo.

— Devo ter escutado mal. — Respondeu Trevis, com os braços cruzados diante do peitoral nu. Pelo visto, o alfa tinha mudado seu visual para algo mais condizente ao quente ambiente do litoral, ou seja, ele agora vestia um short e sandálias. Gabriel, se tivesse em outra situação, até iria fazer algumas provocações, mas agora seu instinto lhe dizia que era melhor ficar calado.

Ok. Fato é que Gabriel nunca ouvia o seu instinto.

— Adorei o short. Não sabia que gostava desse padrão florido havaiano.

Trevis rosnou e essa foi a sua resposta.

— Foi você mesmo que escolheu? Digo, não consigo imaginar você escolhendo um short tão...

— E isso importa? — Trevis rangeu os dentes, mas depois acrescentou em um resmungo — Foi o Scott que escolheu...Na verdade, isso é do vampiro.

Gabriel tentou não rir, pois imaginar o nobre vampiro com aquele tipo tão extravagante de short era demais para a sua tolerância. Não conseguiu fazer uma cara séria, na verdade, estava fazendo uma verdadeira careta devido ao esforço empregando em não rir.

— Ele comprou. — Explicou o alfa — Nós viemos para cá com tanta pressa que nem pensamos em trazer coisas básicas como roupas ou escova de dentes. O senhor Antonangeli se ofereceu para comprar essas provisões, mas fomos nós que escolhemos o que queríamos. Segundo tio Jean, essa seria a opção mais segura a se fazer tendo em vista que Marco costuma exagerar em seus presentes. Havia um risco dele nos entregar uma verdadeira coleção de moda de praia masculina da Dolce & Gabbana.

Sangue de Lobo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora