Tratamento na banheira

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Enquanto o grupo se divertia na sala, havia outra pessoa que tinha que exercer sua responsabilidade como curandeiro. Diego assumira aquela responsabilidade e sim, era esse o principal motivo por estar ali no banheiro tentando revisar os poucos instrumentos e ervas que foram oferecidas pelo alfa Jean, que tivera, pelo menos, o discernimento de trazer consigo em sua viagem insana alguns itens que um curandeiro poderia empregar para casos de emergência. Sim, ele estava revisando, não estava criando desculpas para se justificar! Afinal, é mais importante olhar para aqueles importantes instrumentos do que para um lobisomem seminu na banheira.

— É para tirar as calças também? — ousou dizer Jack com um sorriso nada inocente nos lábios.

— Por acaso você foi mordido aí embaixo? — Diego ainda não levantou os olhos para encarar o agente, não que tivesse com vergonha de ver outro homem quase pelado! Ora, Diego era também alguém do sexo masculino! Sabia muito bem como era a anatomia de um homem, obviamente não estava com vergonha! E por que estava corando? A resposta lógica era o calor... Isso! O calor! Estavam em uma cidade tropical, logo era compreensível sentir calor, ainda mais quando fora criando em uma pequena cidade sobre as montanhas.

— Bem, eu não fui mordido ainda... Mas se alguém estiver disposto a fazer uma pequena degustação... —Di cortou aquela fala inconveniente do suposto agente ligando o chuveiro, fazendo questão que a temperatura escolhida da água fosse fria. Pois além de diminuir o sangramento da ferida de Jack (devido a contração dos vasos sanguíneos, diminuindo, assim, a circulação local) também apagaria o "fogo" que parecia sempre dominar aquele lobisomem em particular.

— Eu não como porcaria. — disse, curto e direto ignorando o choramingar do outro.

— Gatinho, não seja tão malvado. —Jack realmente achava que ficaria "fofo" fazendo biquinho? Um homem alto, musculoso, rosto com barba por fazer...Enfim, características que o definiam (pelos menos em aparência, deve-se enfatizar isso!) como alguém maduro fazendo biquinho? Aquela visão meio que deu um curto circuito nas redes neurais do jovem lobisomem.

— M-malvado? Eu não estou sendo malvado! Estou sendo profissional! — e para comprovar o que dizia, já começara a macerar as ervas com um pequeno pilão de cerâmica. Sabia que Jack o estava mirando, a intensidade de seu olhar era desconcertante.

— De quanto seria a possibilidade de você me tratar com roupinha de enfermeira?

— Seria a mesma possibilidade de seu bilau receber uma mordida minha. — Foi bastante direito, mas Jack não desistia, ao invés de se sentir desestimulado começou a rir. Diego soltou um longo suspiro, era como falar com as paredes (uma parede semi-nua e eternamente no cio).

— Já chega de ficar tagarelando, tenho que te tratar o quanto antes. Lobisomens podem ser resistentes, mas não somos imortais... A taxa de perda de sangue logo será superior a reposição. — informou indo desligar o chuveiro — Não quero que você entre em choque...

Desta vez, Jack não teceu nenhum comentário dubio. Deixou que o curandeiro examinasse a mordida em seu ombro, sem dúvida não estava cicatrizando, o sangue vertia constantemente.

— Você deve estar sentindo muita dor... — deixou escapar, não era um robô! Tinha empatia por seus pacientes... Um ferimento provocado por outro lobisomem era o principal ponto fraco daquela raça sobrenatural, tais ferimentos, se não tratados, poderiam ser fatais.

— Sou um agente. Somos treinados para não sentir d...AI! — choramingou ao sentir as ervas serem colocadas as lesões.

— O que dizia, senhor agente? — Di não pode esconder o sorriso, ao ver o grande e poderoso lobisomem treinado pelo conselho agir que nem uma criança.

Sangue de Lobo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora