capítulo 18

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Apolo e eu caminhavamos na beira da alto estrada. Sujos de fuligem e cansados, nos arrastavamos em direção a Bahia.
Estava internamente fervendo de raiva, por que comigo? Gostar de um deus que não poderia ficar comigo, sai pra ajuda lo sem pensar duas vezes e quase morrer milhões de vezes por causa disso e de seus familiares malucos.
Ele chegou perto e me ofereceu água. Olhei para ele e mesmo sujo, cansado e suado continuava bonito.
- você ta um treco - consegui dizer e ele riu e me entregou meus óculos que estava inexplicavelmente intacto.
Continuamos a andar ate que uma camionete businou para eles e parou.
Havia um casal e mais uma garota que ofereceram carona .
Subimos na caminhonete e continuamos em direção a Bahia.
- e então, viajantes ! - o cara que dirigia falou - o que aconteceu com vocês ?
- é... nosso carro pegou fogo ! A alguns quilômetros e ficamos sozinhos - pensei rapidamente.
- ah ! Coitadinhos - falou a garota sentada ao lado de Apolo flertando com ele.
- para onde estão indo ? - a moça do banco da frente perguntou.
- Bahia mesmo.
- certo.
E assim, passei o resto da viagem olhando a paisagem em quanto a garota flertava com Apolo cada vez mais.
- vocês são namorados ? - perguntou ela.
- Não. - respondi secamente.
- então você está solteiro? - ela perguntou para Apolo.
E antes que ele responde se eu falei
- também não, querida - lhe dando um sorriso falso .
- ah qual é Em ! Você não me assume e não me deixa livre. - Apolo sussurrou para mim .
- se eu te assumir vamos ter um relacionamento normal ?- perguntei friamente, estava cansada do lado divino do mundo.
Apolo nao me respondeu e a viagem correu silenciosa a partir dai.
Quando nos deixaram numa praça, a garota chamada Tracy, deu o número para Apolo e disse.
- Se isso aqui não é um relacionamento sério... Me liga !
Assim que o carro se afastou, rasguei o papel e joguei na primeira lata de lixo que vi.
Fomos andando em direção a praia onde Apolo procuraria pelo tio, caminhamos pela areia até um caís, onde havia um pescador..
- pai ! - exclamei surpresa.
O pescador se virou e não, não era meu pai. Mas um homem moreno com as roupas que meu pai usava e de olhos verdes nos encarou .
- ja não era sem tempo.- ele falou
- tio, o que está acontecendo? Por que fecharam o Olimpo e porque não consigo subir ? Por que meu pai e Hades estão querendo matar a Emilly?
- calma rapaz, a muito o que falar. Mas primeiro, preciso de um favor.
- um favor? - falou Apolo surpreso.
- sim, preciso que vá a o rio que tem seguindo a praia e peguem a pedra olho d' água.
- a nascente do rio ? - perguntei.
- basicamente - falou Poseidon se virando para mim - você me chamou de pai ?
- desculpe .. é que meu pai é pescador - falei sem jeito.
- ah sim .. conheço seu pai. Ele me prestou um favor a um tempo e por isso ajudarei. Mas volte antes do amanhecer.
- o que precisamos fazer? - perguntei
- sigam pela beira mar e você achará o que preciso.
- certo, vamos Apolo - peguei na mão dele e fomos andando mas Poseidon Falou:
- vocês estão juntos .. ?- tinha uma expressão séria no rosto.
Apolo simplesmente balançou a cabeça pra mostrar que sim e Poseidon o olhou com uma expressão alarmada. Não entendi muito bem o que era aquilo mas precisava de respostas entrelacei os dedos de Apolo aos meus e fomos na direção apontada.
Andamos alguns minutos em quanto o sol estava se pondo.
Chegamos a um lago que era lindo com uma simples Cachoeira caindo como um chuveiro.
- Oooiiii !!
Uma garota que estava nua, sentada em uma pedra acenou.
- ola... - falei - vim em nome do lord Poseidon, senhor dos mares e criador dos cavalos! Ele me pediu uma pedra de olho d' água.
- feito essa aqui ? - apontou a garota que reconheci como espírito do lago, mostrando um cordão com uma bola cristalina que parecia conter vapor dentro.
- sim ! Pode me dar !? - perguntei esperançosa.
- na verdade, não.
Ja era de se esperar.
- onde consigo uma ? - perguntei esperando já uma luta com uma lula gigante ou coisa do tipo.
- entre no lago e a força que vive na cachoeira lhe dirá se você é uma humana pura, isso mesmo lorde Apolo. Não pode entrar no lago.
- certo - falou ele olhando em volta.
Eu respirei fundo e fui descendo a rocha para entrar no lago mas a náiade assobiou e apontou para minhas roupas.
- o que ? - falei irritada.
- é um lago puro e verdadeiro minha senhora. Roupas não - a náiade falou, parecia está se divertindo.
- certo - resmunguei e comecei a tirar a roupa. Coloquei tudo na pedra e desci ate bem pertinho do lago.
- nossa - Apolo falou o que me deixou com vergonha
- o que agora? - falei tentando não ficar vermelha.
- é que no escuro, naquela noite eu não pude admirar isso tudo...
- ah cala a boca - falei ficando muito vermelha e mergulhando no lago.
A água era fria e mais leve em volta de mim do que eu esperava. Uma voz falou na minha cabeça:
- " o que você procura?"
- " a pedra olho d' água" - respondi mentalmente.
- " você acha que a merece ?"
- " um deus me pediu para vim aqui, se ele me acha merecedor então eu também acho que sou "
- " está a serviço de um deus, anda com um deus, dorme com um deus. Você está longe de ser pura "
- " me perguntou se eu sou merecedora, não pura "
- " você é esperta, vamos ver realmente se tem um coração puro"
De repente a água se voltou contra mim em um grande rodamoinho me puxando para baixo. Ouvi em algum lugar Apolo gritar. A água girava a minha volta cada vez mais rápido e de repente, me jogou para fora.
Cai cuspindo muita água em cima da rocha, Apolo se aproximou de mim trazendo minhas roupas. Me vesti tremendo e so reparei naquele momento que estava com uma pedra nas mãos, pelo menos havia conseguido.
- bom, vamos nessa. - falei me levantando e pegando a mão de Apolo.
- tchauzinho - a náiade falou acenando.

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