Meus tímpanos quase explodem

969 69 3
                                    


POV (Y/N)

Os meus últimos 4 dias se resumiram a: treino de combate, almoço, treino de magia e leitura do livro. Eu progredi bastante desde quando usei minha magia pela primeira vez tentando levitar uma flor, agora estou movendo e arremessando coisas bem mais pesadas com facilidade e já passei pra segunda sessão do livro de feitiços de som. A unica coisa que eu consigo pensar o dia inteiro é treinar, treinar e treinar... porque é um jeito de diminuir minha preocupação. Está tudo bem, o problema é que está bem demais. Parece que estamos em uma trégua com os telmarinos para que ambos os lados possam se armar, mas essa trégua esta durando muito tempo, sinto que alguma coisa muito ruim esta por vir.

Depois de quatro horas seguidas de treino de combate, me sentei no chão para recuperar o folego vendo o sol se por. Não muito tempo depois, senti alguém se sentando ao meu lado:

-Posso? - pergunta Pedro para juntar-se a mim

-Claro. - eu respondo

-Olha, (y/n).... -diz ele quebrando o silêncio - sobre aquele dia na tumba e em Cair paravel.... Eu não devia ter gritado com você, foi errado,e eu sinto muito.

-Não precisa se desculpar por nada, você só estava tentando fazer o que achava certo, e se eu tivesse no seu lugar, também teria gritado comigo. - ele deu um sorriso de canto de boca e disse:

-Você sabe se as perdas que tivemos no castelo foram maiores do que no livro?

-Sinceramente? Não faço a menor ideia.

-Eu.... Eu podia ter impedido isso, já estava contando com a perda de alguns homens, mas não consigo parar de pensar que muitos deles poderiam estar vivos agora se não fosse por mim - quando ele virou o rosto para olhar para mim a tempo de uma lágrima cair.

-Sabe, você não precisa carregar o peso do mundo nos ombros, nem tudo de ruim que acontece é culpa sua. O que aconteceu no castelo de Miraz foi culpa de todos nós, e pesa na consciência de todos nós, mas não podemos ficar de luto para sempre, temos que seguir em frente para impedir que isso se repita.

-Você acha que ainda temos chance? - pergunta ele esperançoso

-A esperança é a última que morre. - eu respondo

-Então.... estamos bem? Amigos? - ele pergunta

-Amigos. - ele respirou fundo e limpou a lágrima de seu rosto. Seus ombros e expressão facial pareceram relaxar um pouco e ele diz:

-Ta legal, eu tenho que perguntar. Como é praticar magia?

-Não tao fácil quanto parece, na verdade, exige muito esforço físico e psicológico. Mas cá entre nós, é muito irado. - Pedro deu uma gargalhada gostosa de ouvir e me senti orgulhosa por conseguir tirar aquele olhar distante de sua face por alguns minutos.

-Então, o que aconteceria agora?

-Bem, agora seria um capitulo do Caspian, mas como ele ta preso.... Cade o Ed?

-La embaixo eu acho, porque?

-Oh não. - dei um tapa na minha testa, as vezes minha burrice me impreciona

-O que foi?

-Venha comigo, e traga sua espada.

POV Edmund

Não encontro Pedro em lugar nenhum, desde que voltamos do castelo de Miraz, ele parece muito distante, quase não fala conosco. Provavelmente ele está se responsabilizando por tudo o que aconteceu la, tentando levar a culpa toda sozinho, é bem a cara dele. Mas ele não vai ajudar em nada se continuar assim, então eu preciso acha-lo para ver se resolvemos as coisas. Desci as escadas da tumba e o comodo estava vazio. Nikabrik, entrou por um canto da sala:

-Por que vocês estão aqui afinal? - ele perguntou

-Precisavam de nossa ajuda - respondi

-Mais da metade do nosso exército morreu naquele castelo porque VOCES tiveram a brilhante ideia de atacar antes. É isso que vocês chamam de ajuda?!

-Nós estamos fazendo nosso o melhor!

-Seu melhor não é o bastante! Estamos lutando vendados ora! Vocês pelo menos sabem qual vai ser o próximo passo? - fiquei quieto, o que eu poderia dizer afinal? Ele estava certo - Foi o que eu pensei. Eu tenho uma proposta.

-Uma proposta? Pra que?

-Uma chance de garantirmos nossa vitória.

-E que proposta seria essa?

-Um feitiço.

-E o que ele faz?

-Isso não importa, ele funciona, mas tem suas condições é claro.

Um lobisomem e um urso juntam-se a nós. O lobisomem desenhou um símbolo no chão com um líquido escuro avermelhado. Seria.... sangue??!! Nikabrik começou a falar umas palavras em uma língua que não conheço e o fogo debaixo da figura de Aslam ficou azul. Não entendia o que estava acontecendo . O chão começou a tremer, quase cai , mas de repente parou e houve silêncio. Virei de costas e toda a parede leste estava coberta em gelo, onde a imagem da feiticeira branca surgiu.

-Nikabrik, o que está acontecendo? - os três se curvaram diante da imagem de Jadis

-Sentiu minha falta querido?? - aquela voz ainda me da arrepios.

-Traidores!! Isso foi tudo um truque??

-Ah não, eu ainda posso lhes garantir vitória. - responde Jadis

-Como?

-Sempre tenho uma carta na manga. Tudo o que eu preciso é uma gota do sangue do filho de Adão.

-Você pode nos garantir vitória E trazer Caspian de volta a salvo?

-Mas é claro! Tudo pelo meu rei favorito .

-O que esta esperando garoto? - pergunta Nikabrik.

-Eu não acho isso uma boa ideia... AH - o lobisomem corta a palma de minha mão com uma faca e vai me arrastando para o gelo - Não, eu não quero isso, me larguem!!

-ED! - Pedro entra correndo no comodo partindo para cima do urso junto com (y/n). Ela ao contrário de Pedro não estava lutando com ninguém, só ficou la folheando o livro nervosa.

-Não! - a feiticeira diz

-Sinto muito, mas não posso deixar você fazer isso. - responde (y/n) sem levantar o rosto.

-(y/n), faça agora!! - Pedro grita partindo para cima de Nikabrik .

-Não estou achando! (y/n) responde.

-Vamos Edmund, só uma gota - Jadis voltou a tentar me persuadir. Ela se esticou a ponto em que seus dedos saíssem do gelo.

O lobisomem continuava me empurrando e o meu sangue estava começando a escorrer de minhas mãos. Fechei os olhos com força por medo do que podia acontecer. Pedro enfiou a espada no corpo do anão e estava prestes a vir até mim quando (y/n) disse:

-Achei!! Tapem os ouvidos!

-Não ouse sua.... - Jadis começou a dizer, mas foi interrompida

-Tchauzinho. - (y/n) disse algumas palavras em latim e depois gritou tão alto e tao agudo que minhas mãos quase não foram o suficiente para impedir que meus tímpanos explodissem.

-NAAAOOOOO - a feiticeira gritou e se debateu enquanto a parede de gelo se despedassava e caia. Assim que ele tocou no chão, desapareceu em uma fumaça verde.

-Estão todos bem? - pergunta Pedro.

-Que diabos foi isso? - eu pergunto.

-Nada bom. - ela responde ofegante - Mas isso é outra história.

By your sideOnde histórias criam vida. Descubra agora