Ato 4: Planos "In"Falíveis

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  Estávamos nos aproximando do porto, paramos num morro mais próximo e pegamos os binóculos.

— Ana, qual o barco do seu tio.— Alan perguntou

— Aquele ali no final. — Ela apontou pra o ultimo barco, quase no final do porto.

— Tem muitos zumbis no caminho.— Arthur falou.

— A gente não tem outra opção.— Rafa comentou

— São só 5... 10... 16 zumbis, daremos conta, é melhor que esperar a noite cair.

— Vamos a pé, ou chamaremos muita atenção.— Ana disse segurando o taco de beisebol.

  Descemos o morro a pé, entramos correndo no pátio do porto, nos escondemos numa moita, minha contagem estava errada, tinham 5 zumbis a mais.

— Merda... — Falei.— Contei errado.
— Calma Negro.— Ana tocou meu ombro. — São só 5 a mais... Daremos conta.

— Não, vamos voltar, é muito arriscado.

— Não podemos.— André falou.— Se voltarmos estamos mortos.

— Então o plano é o seguinte, no 3 Alan e Alana, corram e fechem os portões, André, quero que mate os zumbis que se aproximarem da entrada do lado de fora, nós 4 protegeremos vocês. Dei minha escopeta a Arthur.

— Cabeça...É hora de virar homem.— Passei a mão no cabelo do garoto.—No três galera... Um... Dois... Três!

   Todos correram para suas posições, os zumbis avançavam em nossas direções, Arthur tinha boa mira mas ele não aguentava o coice da arma, o que fazia ele cair sentado a cada tiro, Ana esmagava a cabeça dos zumbis com um sorriso no rosto, ela realmente tava tratando aquele momento como um jogo, isso me deixava um pouco desconfortável.

— Andem logo com isso! — André gritou. — Estou ficando sem flechas.

— O portão não quer fechar! — Alana gritou de volta.

— Loiras! — Gritei pra Rafael e Ana.— Segurem eles! — Corri até o portão e ajudei Alan e Alana a empurrar, estava enferrujado então deu trabalho de fechar.

  Fechamos os portões, e corremos para o barco.

— André, quantas flechas sobraram?— Perguntei.

— Pouco mais de 10...

— Temos um problema...— Ana falou.— O tanque ta vazio.

— Como assim?!— Rafael gritou.— Merda, merda, merda, merda...— Ele repetia diversas vezes.

  O portão caiu, zumbis começava a entrar.
  — Arthur! Suba no barco e não saia!— Falei tomando a arma da mão dele. — André, quando as flechas acabarem atire, Rafa de os facões pra Alana, vamos ter que lutar. ESPARTANOS!? Preparem-se! Essa noite lutaremos nos portões do inferno!?— Gritei e todos riram.

  Rafael e André ficaram ao lado das mochilas com a munição, o resto das coisas no barco. Eu, Alan, Alana e Ana ficamos na frente deles.

— Galera! Protejam uns aos outros, e acabem com esses filhos da mãe!

  Aquele sorriso assustador voltou pro rosto de Ana, ela partiu em disparada em direção aos zumbis e varias cabeças foram esmagadas, nós só a acompanhamos, cobrindo uns aos outros, e André protegia todos nos a distância.

— Essas merdas não acabam!— Gritei.

— Mas as minhas flechas sim!— André gritou de volta.

  Recuamos, eles começaram a atirar nos zumbis com as escopetas, membros eram arrancados a cada disparo.

— Estamos ficando sem munição!— Rafael gritou.

— Usem até o ultimo cartucho!— Gritei de volta.

  As balas acabaram e os dois correram pro barco.

— Ok, hora do plano B, zumbis não nadam certo?— Falei.

— Eu acho que não.— Rafael respondeu.

— Caso dê errado, eu amo vocês.— Alan disse descendo do barco e cortando algumas cordas que o prendiam ao porto, ele começou a empurrar, mas não tinha forças.

  Os zumbis estavam cada vez mais perto, e Alan não conseguiria empurrar o barco sozinho a tempo. Eu e Rafa descemos do barco e o ajudamos, logo, lentamente ele começou a se afastar da borda.

— E agora? — Olhei pra Alan.

— Zumbilandia.... Outra regra de sobrevivência, coração forte... CORRE!

  Nós três saímos correndo em direção ao fim do porto e nos atiramos na agua, nadamos rápido ate uma boa distancia. Aos montes zumbis caiam na agua e afundavam.

— Essa foi quase.— Alan falou.

— Vamos pro barco.

  Nadamos até o barco e entramos. Era enorme por dentro, tinha 1 quarto, 1 suite, 1 cozinha e 1 banheiro.

— Acho que podemos ficar aqui por um tempo, mas depois temos que arrumar diesel.— Ana falou já usando uma das camisas que eu tinha pego pra mim.

— Ei! Essa camisa é minha!— Reclamei.

— Perdeu.

— Duas vezes.— Alana passou na minha frente também usando uma das minhas camisas. Que mais pareciam vestidos nelas.

— Como vamos nos dividir? Somos 7 e há 2 quartos.— André perguntou.

— Vamos deixar vocês garotas decidirem.— Rafael falou e todos concordamos.

  As duas se entreolharam foram ao lado de fora e logo depois voltaram pra dentro.

— Ja decidimos.—Ana falou.— Cada uma de nós vai ficar em um quarto.

— Eu vou ficar com o quarto menor, e Ana com a suite. — Alana falou.

— Tá mas e a gente?— Arthur perguntou.

— 2 ficarão comigo e 3 com Ana.— Alana disse entrando no quarto.

— Negro, Alan e Rafa.— Ana disse entrando na suite.

— Aff, queria dormir com esse Negro delicia.— Alana bufou e depois chamou os irmãos rindo.

  Não sei como uma cama king size coube dentro de um barco mas, teve espaço suficiente pra nós 4 e ainda sobrou espaço.

Não Seja MordidoOnde histórias criam vida. Descubra agora