Ato 5: O cheiro de um novo começo

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  Na manhã seguinte, como esperado fui o primeiro a acordar, tinha cabelo na minha cara, e um cara me agarrando por trás, tirei o cabelo de Ana da minha cara, empurrei Rafael pro lado, ele agarrou Alan bem na hora, levantei da cama rindo e saí do quarto. Olhei pro relógio, eram 7 da manhã, abri as mochilas, tinha algumas comidas que davam pra cozinhar, cachorro quente com as salsichas e o pão.

— Bom dia... — Alana falou com voz de sono, toda descabelada coçando os olhos.

— Bom dia Nana... Dormiu bem?

— Arthur se mexe muito...

— Se tudo der certo, depois arrumamos isso direito...

— Vai dar. — Ela sorriu pra mim.

— Quer cachorro quente?

— Quero!

  Entreguei um a ela e saí, do lado de fora, os zumbis haviam dispersado, as cordas e a âncora ainda nos prendiam ao porto, respirei fundo, eu podia ouvir os pássaros cantarem, e o cheiro do mar, Ah eu amo o cheiro do mar, tirei a camisa e pulei na agua de cueca mesmo.

— O que diabos você tá fazendo?!— Alana perguntou parada na proa do barco.

— Limpando a alma.— Falei.

— Me espera ai.— Ela devorou rapidamente o resto do café da manhã, tirou a camisa e pulou na agua, de top e shorts— Isso tá uma delicia... Mas aqui é muito fundo...

— Então vamos pra o fundo do barco. —Segui nadando e Alana se segurou nas minhas costas.

— Você disse que se desse tudo certo a gente arrumaria os quartos certo?

— Sim.

— O que exatamente tem que dar certo? —Ela subiu e sentou na escadinha do barco.

— Meu plano...

— Que plano?

— A marina é aqui perto, lá tem vários barris de diesel, precisamos pegar 1 deles e 1 mapa.

— Certo e como faremos isso?

— Eu, Rafael, André e Alan iremos pegar os veículos no morro, e voltamos antes de anoitecer.

— Não é muito arriscado?

— Vamos ser otimistas de que dará certo.— Eu sorri pra ela.— Agora sai daí que eu vou subir no barco.

  Ela saiu da escada e nos dois pegamos toalhas e entramos no barco.

— Onde vocês estavam? — Ana perguntou.

— No mar...

— Estávamos te procurando, temos que decidir o que faremos.

— Eu já cuidei disso.

— Eu vou de moto pegar o mapa, Rafa e Alan pegam o diesel.

— E eu?— Ana perguntou.

— Você vai ficar aqui, preciso de alguém pra deixar o barco pronto pra sair o mais rápido possível quando chegarmos.

— Mas nem fodendo! Claro que eu vou junto.— Ela gritou.

— Não!— Gritei de volta.— Se você morrer, estamos todos mortos! Não podemos arriscar tanto!

— Aff.— Ana bufou.—Se vocês morrerem... Eu juro que ressuscito vocês e mato de novo depois.— Ela disse dando as costas e saindo pela porta.

  Eu e os meninos puxamos o barco até a borda e descemos.

— André... Se vocês estiverem em perigo, desencoste o barco.

Não Seja MordidoOnde histórias criam vida. Descubra agora