Ato 20: De volta

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  Acordei na porta de um prédio próximo à prefeitura, olhei pra minha mão, percebi que havia torcido, estava roxa e doendo muito. Me levantei pra ter mais noção de onde eu estava, era o mesmo prédio de onde eu examinara a entrada ontem, fui pra um beco nos fundos do local, onde eu deixei minha moto. Tive que pilotar só com uma mão já que a outra havia torcido.

  Quando eu entrei em casa, fui recebido por um soco.— Ana Carolina mais uma vez inovando, agora com uma forma nova de dar boas vindas.— Caí sentado no chão.

— Onde você esteve idiota!— Ela gritou comigo.— Você disse que não ia me preocupar mais!— Enxugou uma lágrima que caia.

Não sabia o que dizer, me levantei e fui pro quarto, me joguei na cama e adormeci.

  Quando acordei no outro dia, minha mão já estava enfaixada, Joanna cuidava das minhas outras feridas.

— Por que se importa tanto comigo?— Perguntei.

— Por que eu acho que te amo...

— Pobre garota.— Alisei seu rosto.— Você não tem noção de como cê tá fudida.

— Como assim?!

— Quem me ama só sofre.

— Deixe de drama bela adormecida.— Ana interrompeu nossa conversa.

— Ana...— Falei.— Me desculpe.

— Tá, que seja, onde você se machucou?

— Nalter.

— O que tem ele?

— É o big bob.

— Nalter, o do nosso antigo colegio?

— É

ANA

  Eu congelei, como assim Nalter é o big bob, mesmo grande, ele era uma boa pessoa, não machucaria nossos amigos, afinal eram amigos dele também.

— Mas não faz sentido!

— Ele disse algo sobre não ter escolha... Eu estava enfurecido, não lembro de muita coisa.

— Sei bem como é.

SODRÉ

  No fim de tudo só ficamos presos na 1ª Semana, depois fomos transferidos pra um tipo de hotel, e o mais louco! Tinha wi-fi.

Depois do fim eram poucos os lugares que ainda tinham sinal, imagine Internet, eu tinha que dar um jeito de contatar meus amigos.

— Internet, Computador, TV a cabo isso aqui é o paraíso!— Rafael disse se jogando na cama.

— Podemos usar o computador pra enviar um sinal pra o resto do grupo.— Falei.

— Eu não quero ajuda deles.— Alan falou.

— Calem a boca eu quero dormir. — Alana disse enfiando a cara no travesseiro.

  O pessoal ainda estava abalado com a morte dos nossos amigos, eles culpavam João e Ana por isso, mas sabiam que não era culpa deles, eles só fizeram o que é certo.

   Me sentei no computador, e comecei a baixar algumas coisas, enviei uma mensagem pra os celulares deles, quando a mensagem estava em 99,9% enviado, o computador apagou.

— O que você esta fazendo!?— Alan perguntou, com o cabo de energia na mão

— O que é certo.

— Eles são traidores! Não precisamos deles.

— Eles são nossos amigos seu babaca!— Empurrei ele.— Se você quer tratar as pessoas que estão com você desde o 1º ano ou até mais no caso do Negro, como inimigos, trate! Mas eu não vou cometer o mesmo erro que vocês.

— Se eles não fossem ajudar aqueles dois...— Rafael abaixou a cabeça.— Nossos amigos ainda estariam vivos.

— E o que eles poderiam ter feito? Nós estávamos em menor numero, os que morreram escolheram ficar. Para nos proteger.

— Isso não impor...

  Antes que pudesse terminar a frase Alana deu um tapa na cara de Rafael.

— Sodré está certa Idiota, e você sabe disso.

— Mas...

  Alguém bateu na porta interrompendo a conversa.

Não Seja MordidoOnde histórias criam vida. Descubra agora