Ato 32 Final: Alcatéia de Caçadores de Cabeças.

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Era uma viagem longa, 25 horas de viagem, alguns zumbis na estrada, mas era um ônibus então foi só passar por cima, e os que não eram atropelados Ana dava pauladas com o taco de baseboll da janela.

Eu estava quase cochilando em um dos bancos do meio do ônibus, era o turno de Rafael dirigir, Sodré e Mirela se devoravam no banco de traz. Alan e Ana cantarolavam um dos clássicos da Metalica, Caleb e Maria conversavam sobre o que fazer até que...

— Caaraca... Maluco eu to com muita fome.— Alan falou.

— Ei negro! Que tal a gente parar num desses postos de gasolina pra comer?— Ana disse se sentando do lado de Alan.

— Será que não vai ter nada infectado?— Maria falou.

— Sei lá.

— Da nada!— Rafael gritou do volante.

  Seguimos praticamente calados, exceto o trio parada dura(como os professores chamavam)  só tinha uma coisa que me incomodava, como Maria estava ali? Eu tenho certeza que cortei a cabeça dela quando ela foi mordida... Não tinha dito nada a ninguém, não precisava desse pânico, mas parece que eu não era o unico.

— Ju...— Joanna disse se sentando do meu lado.

— Que foi?

— Não acha estranho a Maria estar aqui?

— É... Eu tenho certeza que cortei a cabeça dela...

— Devíamos falar com o pessoal ?

— Não, não é hora de causar pânico.

— Mudando de assunto, sabe que eu não vou com você né?

— Não?

— É... Eu prometi estar sempre ao lado do Caleb, ele salvou minha vida... E devo isso a ele, mas eu vou manter contato.— Ela me entregou um telefone via satélite.— Até por que alguém tem que vigiar a Maria.

— Certo....— Beijei ela.

  Certamente três coisas que eu nunca pensaria eram. 1º eu não me divertiria num apocalipse zumbi, 2º eu nunca me apaixonaria, não ali... E 3º nunca achei que as leis do Zumbilandia dariam tão certo.

Cerca de um dia depois estávamos no porto, por incrível que pareça devemos ter passado por uns três ou quatro carros na estrada. Era hora da despedida. Ana insistia pra que Caleb ficasse, infelizmente sem sucesso. Eu estava abraçado com Joanna, Sodré e Mirela se despediam, Alan havia concertado o Jeep do Caleb e estava pronto pra sair. E nós? De volta aonde tudo começou, no porto, mas agora íamos mesmo viajar o mundo.

— Acho que isso é o que separa nossos dois grupos.— Rafael falou

— Nunca vamos esquecer de vocês.— Caleb disse com um sorriso no rosto.

— João.— Ana raramente me chamava assim.— Já que você é o líder que tal umas palavras.

— Beleza, galera eu adorei passar esse tempo com vocês, Caleb, vou admitir que não ia com tua cara no inicio mas, você é um cara legal, Mirela, mulher você tem que me ensinar essas técnicas de sobrevivência quando tiver tempo e Joanna....— Suspirei.— Quem diria que eu ia me apaixonar no meio de todo esse caos.— Deixei escorrer uma lágrima.— Nos todos vamos nos encontrar de novo!

— Claro!— Caleb gritou!— Afinal Ana ainda não foi no México!

— Sempre achei péssima ideia— Alan falou.— Mas agora posso reconsiderar.

— Ai Caleb!— Ana gritou.— Ficar ligado em toda a lista do que não fazer num apocalipse zumbi é bom e acima de tudo! Não seja mordido!

  Entramos no barco e seguimos mar adentro e os Caçadores de cabeças seguiram seu rumo, isso marcou a separação da Alcatéia Caçadora de cabeças.

— Rumo a ilha de Páscoa!— Sodré gritou.

— Here we go! — Gritei.

Uma coisa que tudo isso me ensinou foi que o medo muda as pessoas e que manter perto os que você confia é essencial, mas morro com a duvida, como a Maria não morreu? Enfim isso é historia pra outro dia...

Não Seja MordidoOnde histórias criam vida. Descubra agora