Capítulo 30

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Hector cerrou os punhos e os posicionou a frente do rosto, na altura do queixo. O corpo, antes relaxado, tornou-se rígido. Os olhos dourados se mantiveram bem abertos, observando a tudo e a todos.

- Não saia de perto de mim, vou protege-la – ele disse para Bela sem encara-la.

A jovem ficou extremamente grata pela preocupação dele. Apesar disso, não ficou tão confiante. Havia muitos mercenários no salão, mais de três dezenas deles.

Como três pessoas derrotariam mais de trinta inimigos?

- Espero que você tenha estômago forte – Zarius a avisou subitamente, posicionando sua espada em modo de ataque. – Porque o que você vai presenciar agora ficará marcado em sua memória para sempre.

Dois mercenários próximos partiram para uma investida direta contra ele, porém, o Talentoso foi mais experiente e ágil. Zarius desviou dos golpes com facilidade e derrubou seus oponentes com apenas um ataque rasteiro usando os pés. Tendo-os no chão e incapacitados, ele usou sua Espada Real para encravá-la, em sequência, nos peitos de ambos os criminosos. A violência dos golpes fez o sangue deles espirrar no rosto do subcomandante. Uma grossa camada espessa de líquido vermelho começou a tomar conta do chão.

Zarius odiava tirar a vida de alguém, especialmente quando se tratava de inimigos. A morte era um caminho fácil e bondoso demais para quem causava tanto sofrimento neste mundo. Pessoas ruins deveriam viver o bastante para pagar por todos os seus crimes. Era nisso que ele acreditava. Mas o atual momento não deixava escolha. Tratava-se de uma questão de vida ou morte.

Ou matava, ou seria morto. E a segunda opção não estava em seus planos.

Enquanto isso, Aubrey – que seguia refém – resolveu agir. O jovem Cavaleiro Real desferiu uma sequência de golpes rápidos que culminou em sua libertação. Primeiro, ele pisou com força em um dos pés do seu agressor. Em seguida, usou o cotovelo direito para acertar violentamente a barriga do criminoso. A dor fez com que o homem largasse o facão que empunhava, se curvasse para frente e levasse as mãos à região atingida. Vendo que o oponente se encontrava atordoado, Aubrey partiu para o golpe final, quando entrelaçou as mãos e desferiu um poderoso soco na cabeça do mercenário, que caiu desacordado. Logo em seguida, ele pegou o facão do chão e cortou o pescoço do seu oponente.

Tudo foi muito rápido; a sequência de golpes não demorou nem cinco segundos.

Não fora toa que ele recebeu a alcunha de o "Veloz".

Sem perder tempo, ele correu para próximo de Zarius e o ajudou na investida contra os demais inimigos. Em dado momento, ambos conseguiram apoiar as costas um no outro, visando proteger a retaguarda e ampliar o alcance dos ataques.

- O que aconteceu com elemento surpresa? - Quis saber o subcomandante enquanto suprimia um ataque com a espada.

- Caiu por água abaixo quando iniciaram a invasão – o jovem guerreiro se explicou assim que conseguiu encravar a lâmina do facão roubado no peito de mais um adversário.

Percebendo que estavam sendo derrotados com facilidade pela dupla, os mercenários ainda de pé adotaram postura mais cautelosa. Eles cercaram os cavaleiros e caminhavam lentamente para encurrala-los. A pequena trégua de ataques permitiu que o Veloz terminasse sua explicação.

– Em um breve resumo, no momento em que os mercenários entraram no palácio, eu estava dentro da sala de reuniões com o rei, a rainha, e John Asten. Eu já sabia que Asten era um impostor e estava buscando convencer o rei e a rainha disso. Mas as coisas aconteceram muito rápido. Vardek e os mercenários arrombaram a porta, mataram John Asten e levaram William, Islani e eu como reféns.

O Monstro do CasteloOnde histórias criam vida. Descubra agora